Bilhões desviados no escândalo BRB-Master: Ibaneis continua no cargo enquanto UTI do Hospital de Base alaga e CLDF faz vista grossa
Governador é acusado de mandar em tudo no banco, população perde R$ 16 bi em negócio podre e ainda paga a conta com saúde pública – por que ninguém afasta Ibaneis e a base aliada segue calada?
O Distrito Federal vive um momento de indignação crescente com as revelações sobre os negócios entre o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master, uma transação que envolveu injeções bilionárias de recursos públicos e agora é alvo de investigações por indícios de fraude. Enquanto a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) apontam para gestão fraudulenta no BRB, com pelo menos R$ 12,2 bilhões em operações suspeitas de carteiras de crédito inexistentes vendidas pelo Master ao banco público, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) mantém um silêncio ensurdecedor. A ausência de ação legislativa para aprofundar as apurações, como a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) específica, levanta questionamentos sobre a cumplicidade de parte da Casa com o governo do governador Ibaneis Rocha (MDB), acionista majoritário do BRB.
A tentativa de aquisição de 58% do Banco Master pelo BRB, estimada em R$ 2 bilhões e defendida pessoalmente por Ibaneis Rocha, foi barrada pelo Banco Central (BC) em setembro deste ano, após análise que identificou dúvidas sobre a viabilidade econômico-financeira do negócio. No entanto, entre 2024 e 2025, o BRB já havia transferido R$ 16,7 bilhões ao Master, montante que, segundo documentos obtidos pela TV Globo, inclui pelo menos R$ 12,2 bilhões em transações sem lastro adequado, como a venda de créditos falsos para inflar o patrimônio do banco em crise. A Operação Compliance Zero da PF, deflagrada em 18 de novembro, resultou na prisão do controlador do Master, Daniel Vorcaro, e no afastamento judicial do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e do diretor financeiro, Dario Oswaldo Garcia Júnior, por 60 dias. O ex-presidente Costa, em conversas com auxiliares relatadas pela revista Veja, teria afirmado que “todas as decisões do banco passavam pelo colegiado, eram referendadas em pareceres jurídicos e, o mais importante, que ele sempre obedecia ordens do governador do DF, Ibaneis Rocha”. Segundo as mesmas fontes, Costa alegou que Ibaneis interferia em operações grandes e pequenas, exigindo “satisfações” sobre todas as decisões. A defesa de Costa nega as declarações, mas o episódio reforça as suspeitas de ingerência direta do governador em um banco controlado pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Em resposta, Ibaneis anunciou a nomeação de Celso Eloi de Souza Cavalhero como novo presidente do BRB, mas sem se pronunciar publicamente sobre as acusações de responsabilidade pessoal.
Diante disso, cresce o clamor por responsabilização. O advogado Marco Vicenzo protocolou, em 19 de novembro, um pedido de impeachment de Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão (PP) na CLDF, alegando crime de responsabilidade na tentativa de compra do Master. No documento, Vicenzo argumenta que a permanência do casal no cargo pode interferir nas investigações em curso, “Ibaneis foi o principal fiador da compra do Master e, diante das críticas, chegou a acusar a oposição de atrapalhar os negócios por motivos políticos”, destaca o advogado em sua peça. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também tornou réus o GDF e a chefe de gabinete de Ibaneis, Juliana Monici Souza Pinheiro – conselheira fiscal do BRB –, em processo relacionado às operações irregulares.
Mas é na CLDF que reside o maior ponto de interrogação. Em março deste ano, a Casa aprovou, por 14 votos a 7, uma lei autorizando a compra do Master pelo BRB. Os sete contrários foram deputados da oposição: Chico Vigilante (PT), Ricardo do Vale (PT), Gabriel Magno (PT), Fábio Felix (PSOL), Max Maciel (PSOL), Dayse Amarílio (PSB) e Paula Belmonte (Cidadania). Agora, ironicamente, são exatamente esses nomes que lideram o requerimento para a CPI do BRB-Master, protocolado em 18 de novembro por PT, PSOL e PSB. O pedido, que precisa de oito assinaturas para avançar, conta com seis até o momento – os mesmos oposicionistas citados acima – e aguarda para completar o quórum.
Os 14 deputados que votaram a favor da compra – majoritariamente da base aliada de Ibaneis, incluindo nomes como Arlete Siqueira (MDB), Cláudio Abrantes (PDT), Delmasso (Republicanos), Diogo Richele (PSB, mas alinhado ao governo), Distrital (sem partido especificado em fontes), Edson Nascimento (PL), Gilvan da Federal (PL), João Marcos (PL), José Gomes (PSB), Lêda Beringues (PDT), Rafael Prudente (MDB), Robério Negreiros (MDB), Roosevelt André (PSD) e Valdecir Brasil (PTB) – não assinaram o requerimento da CPI. Essa recusa, segundo o deputado Chico Vigilante (PT), revela uma “cumplicidade clara com o esquema, pois o banco é do povo de Brasília, não brinquedo para esquema de governo”. A oposição, fragilizada numericamente na CLDF (com apenas oito cadeiras contra 17 da base governista), luta para romper a impunidade, mas o apoio incondicional de parte do Legislativo ao Palácio do Buriti sugere algo mais profundo: um pacto político que prioriza alianças eleitorais sobre a fiscalização do Executivo.
Enquanto isso, a população do DF arca com as consequências. Os recursos injetados no Master – oriundos de impostos e contribuições dos brasilienses – evaporaram em um negócio sob suspeita, sem retorno visível para a sociedade. A sociedade civil se mobiliza: um abaixo-assinado liderado pelo deputado Fábio Felix (PSOL) cobra a CPI e atos de rua, como a manifestação marcada para 24 de novembro em frente ao Palácio do Buriti, organizada por sindicatos e movimentos progressistas. “Os interesses dessa compra de um banco falido nunca foram explicados por Ibaneis”, denunciou o Sindicato dos Bancários do DF em ato recente.
O descaso se agrava quando contrastado com a crise na saúde pública distrital, uma das mais precárias do país. Sob a gestão de Ibaneis, o setor acumula escândalos de desvios estimados em R$ 331 milhões até 2020 – com investigações em licitações fraudadas e superfaturamentos que persistem até hoje. O governador, como chefe do Executivo, é apontado como principal responsável pelo sucateamento, priorizando propaganda sobre investimentos reais. Prova disso foi o alagamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de Brasília na noite de 23 de novembro, durante o fim de semana chuvoso. Um vazamento de água inundou o local, gerando cheiro forte e forçando a realocação de pacientes, conforme vídeos e relatos divulgados pelo G1. “São sete anos de promessas, propaganda e maquiagem, enquanto servidores ficam sem estrutura”, criticou uma servidora em postagem nas redes sociais.
Essa dualidade é gritante: enquanto BRB e aliados de Ibaneis “torram” milhões em operações de risco, a população enfrenta UTIs alagadas e filas intermináveis em unidades de saúde. A oposição na CLDF, como alertou o deputado Gabriel Magno (PT), denuncia que “a tentativa do BRB de amparar o Banco Master em sua crise de liquidez levanta a pergunta: por que o governador Ibaneis e a vice Celina insistiam em comprar um banco falido por R$ 2 bilhões?”. O que há de “muito errado” nesse apoio da base da CLDF ao governo? Para analistas, trata-se de um arranjo que perpetua a impunidade, enfraquecendo a oposição e adiando a prestação de contas.
O que você acha desse silêncio da CLDF? A população merece transparência e justiça. Comente abaixo sua opinião, compartilhe este texto com amigos e ajude a pressionar por uma CPI e responsabilização. Juntos, podemos cobrar mudanças reais no DF!
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