PF amplia investigação sobre fraudes no Banco Master: Fundos de pensão com aplicações de R$ 1,9 bilhão em títulos sem cobertura
Prisão de Daniel Vorcaro expõe riscos para aposentadorias de servidores públicos; Autoridades garantem medidas de proteção
A Polícia Federal (PF) anunciou a abertura de novas frentes de investigação para apurar a venda de títulos financeiros não cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) a fundos de previdência estaduais e municipais pelo Banco Master. Essas aplicações teriam gerado ao menos R$ 1,9 bilhão à instituição, que foi alvo de uma operação policial na terça-feira (18), resultando na prisão do presidente Daniel Vorcaro e de outros executivos. De acordo com fontes próximas ao caso ouvidas pela CNN Brasil, a PF pretende examinar “toda a extensão dos crimes eventualmente cometidos, inclusive desses fundos”.
A operação, batizada de Compliance Zero, cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Vorcaro, principal acionista e CEO do Banco Master, foi detido no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, enquanto tentava embarcar para o exterior na noite de segunda-feira (17). A PF estima que as fraudes envolvendo a instituição somem R$ 12 bilhões, com indícios de emissão de títulos de crédito falsos ou sem lastro adequado. O Banco Central (BC) determinou a liquidação extrajudicial do banco na mesma data, citando irregularidades graves.
Atualmente, a equipe de investigadores avalia se as apurações sobre os fundos de pensão serão incorporadas ao inquérito aberto no início de 2024 ou se demandarão novos procedimentos, dependendo da estratégia adotada e do diálogo com o juiz responsável pelo caso. O foro da investigação está na Justiça Federal de Brasília, mas há discussões internas sobre possível deslocamento para instâncias superiores à medida que os fatos avançarem.
Investimentos de entidades públicas: O Caso do Rioprevidência e alertas ignorados
Três governos estaduais e uma capital do Nordeste realizaram aportes nos produtos do Banco Master, totalizando os R$ 1,9 bilhão mencionados. Um dos casos mais destacados é o do Rioprevidência, fundo de pensão dos servidores públicos do estado do Rio de Janeiro, que aplicou aproximadamente R$ 960 milhões em Letras Financeiras emitidas pela instituição entre outubro de 2023 e agosto de 2024, com vencimentos previstos para 2033 e 2034.
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) havia alertado sobre “risco de investimento” em aportes bilionários do Rioprevidência no Master, especialmente entre maio e julho de 2025, período em que o fundo, que atende mais de 235 mil servidores, destinou valores próximos a R$ 1 bilhão à instituição já em processo de liquidação extrajudicial. Apesar dos sinalizações, o aporte prosseguiu, gerando repercussão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com críticas de deputados de diferentes legendas, incluindo o PL.
Em nota oficial, o Rioprevidência informou que está em negociações para “substituir as letras por precatórios federais” e enfatizou que “o pagamento de aposentadorias e pensões está garantido, não havendo qualquer risco para os segurados do Estado do Rio de Janeiro”. A autarquia destacou ainda que o valor investido é inferior à folha mensal de R$ 1,9 bilhão, custeada majoritariamente por receitas de royalties e participações especiais em petróleo. O presidente do fundo, Marcelo Pires, justificou a decisão afirmando que “todo investimento possui riscos”, mas negou qualquer equívoco na gestão.
Fundos de previdência estaduais, como o Rioprevidência, destinam-se a complementar a aposentadoria oficial de servidores públicos efetivos, ativos e inativos, garantindo benefícios previdenciários. Já os fundos municipais operam sob o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), assegurando aposentadorias e pensões por morte a servidores locais. Na prática, aplicações em instituições como o Banco Master, agora liquidado, expõem potenciais riscos aos direitos dos beneficiários, caso os recursos não sejam recuperados integralmente.
Outros exemplos incluem cinco municípios paulistas que investiram R$ 218 milhões no banco. Há menções em redes sociais e reportagens a possíveis conexões políticas, como tentativas de aquisição do Master pelo Banco de Brasília (BRB), sob influência do governo do Distrito Federal, liderado por Ibaneis Rocha (MDB), e do Rio de Janeiro, sob Cláudio Castro (PL). O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR), protocolou pedido à PF para investigar o aporte do governo fluminense. Postagens no X (antigo Twitter) também apontam para intermediações envolvendo figuras como o ex-ministro Ciro Nogueira (PP) e o presidente do BRB, Leone Mattos, mas sem confirmação oficial até o momento.
Vazamentos e avanços nas apurações
A prisão de Vorcaro ganhou contornos adicionais com o vazamento de imagens do momento da detenção, o que gerou uma crise interna na PF e críticas públicas. Agentes federais monitoravam o banqueiro desde fevereiro de 2025, após indícios de operações suspeitas, e apreenderam um avião avaliado em R$ 200 milhões ligado a ele. A PF também apura uma suposta simulação de venda do banco para facilitar a fuga de Vorcaro ao exterior.
Esses desdobramentos reforçam a necessidade de transparência na gestão de fundos públicos, especialmente em um contexto de fragilidades no sistema previdenciário brasileiro. A investigação prossegue, com foco na recuperação de ativos e na responsabilização de envolvidos.
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