Master e BRB teriam 'fabricado contratos' em desvio de R$ 12,2 bilhões, diz PF
Investigação do MPF e PF desvenda esquema de títulos de crédito "fabricados" para justificar bilhões em transferências do banco estatal para o Master; Presidente do BRB assume responsabilidade
Em uma operação de grande impacto no sistema financeiro nacional, a Polícia Federal cumpriu, nesta terça-feira, mandados de prisão preventiva e temporária na Operação Compliance Zero. A investigação, conduzida pelo Ministério Público Federal, apura um suposto esquema de fraude que levou a transferências irregulares de R$ 12,2 bilhões do BRB para o Banco Master entre janeiro e maio de 2025.
De acordo com documentos e fontes ligadas à apuração, a cúpula do Banco Master, em conluio com dirigentes do BRB, teria “fabricado” pelo menos 20 títulos de crédito que nunca existiram para justificar as vultosas transferências. Segundo as investigações, todos os contratos eram “falsificações grosseiras”. A fraude foi descoberta após técnicos do Banco Central solicitarem acesso aos documentos durante uma auditoria sobre a compra do Master pelo BRB, anunciada em março de 2025.
As informações são de Malu Gaspar, no Globo.
Os supostos títulos foram todos autenticados em um único dia e em um único cartório de São Paulo, em abril de 2025, após o pedido do BC. A operação de aquisição, na prática, representava um salvamento do Banco Master, que enfrentava sérios problemas de liquidez. O banco de Brasília havia se proposto a pagar R$ 2 bilhões por 58% do Master, mantendo o controle com os atuais donos.
A investigação detalha que, dos R$ 12,2 bilhões transferidos, R$ 6,7 bilhões foram justificados por meio desses contratos falsos, e outros R$ 5,5 bilhões em “prêmios”. Inicialmente, uma tentativa de encobrir a fraude utilizou contratos de crédito consignado de duas associações de servidores da Bahia: a “Associação dos Servidores da Saúde e Afins da Administração Direta do Estado da Bahia (Asseba)” e a “Associação dos Servidores Técnico-Administrativos e Afins do Estado da Bahia (Asteba)”, entidades ligadas ao ex-diretor do Master, Augusto Lima, também preso na operação.
O Banco Central, no entanto, rapidamente desmontou essa versão. As duas associações tinham poucos associados e, conforme a PF e o MPF constataram, não possuíam nenhum crédito consignado real que justificasse a emissão de títulos, nem sequer movimentação bancária.
Em depoimento, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, assumiu integralmente a responsabilidade pelas operações. De acordo com as apurações, as transferências foram realizadas sem comunicação a outras instâncias do banco e sem qualquer análise técnica interna que as justificasse. O MPF e a PF chegaram a pedir a prisão de Paulo Henrique Costa, mas a Justiça concedeu apenas o seu afastamento do cargo. Todas as cinco prisões preventivas e as duas temporárias decretadas foram direcionadas a dirigentes, funcionários e ex-funcionários do Banco Master.
Os investigados são acusados de crimes como gestão fraudulenta e prestação de informações falsas ao mercado e ao sistema financeiro.
A auditoria do BC também revelou que o BRB já vinha transferindo recursos sem justificativa formal para o Banco Master ao longo de todo o ano de 2024. Em entrevista ao jornal “O Globo”, Paulo Henrique Costa afirmou que o BRB já havia comprado R$ 8 bilhões em créditos do Master antes mesmo do anúncio da aquisição. A suspeita da PF e do MPF é de que parte desse valor também tenha sido repassada sem lastro real. O valor exato ainda não foi apurado, pois o BC não concluiu esse cálculo específico. A expectativa é de que os números exatos surjam com a liquidação e a quebra de sigilo bancário das instituições.
Para tentar comprovar a existência de carteiras de crédito consignado ao BC, o BRB chegou a apresentar 100 contratos de crédito com pessoas físicas que, segundo a investigação, nunca foram realizados. Todos esses contratos também foram autenticados em uma mesma data de 2025. Ao cruzar as informações, o Banco Central constatou que parte dos CPFs utilizados já havia aparecido em operações anteriores que também são alvo de investigação.
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