Jair Bolsonaro é preso preventivamente pela PF em Brasília por 'iminente risco de fuga'
Medida Cautelar Revela Riscos de Fuga Após Convocação de Vigília pelo Filho e Violação de Tornozeleira Eletrônica
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi detido pela Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado, 22 de novembro de 2025, em sua residência no condomínio Solar de Brasília 2, no Jardim Botânico, em Brasília. A prisão, de caráter preventivo, foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF, e não está relacionada à condenação recente do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, que ainda tramita em fase de recursos.
De acordo com a decisão judicial, a medida visa garantir a ordem pública e mitigar o risco elevado de fuga do investigado. O Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal (CMID-DF) registrou a violação da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro às 0h08 deste sábado, coincidindo com a convocação de uma vigília feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, para a noite de sexta-feira (21), em frente ao condomínio. A ação de Flávio foi interpretada como uma possível tentativa de usar apoiadores para obstruir a fiscalização das medidas cautelares impostas ao ex-presidente, que cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto de 2025.
Na decisão, o ministro Moraes destacou o histórico de planejamento de fuga por parte de Bolsonaro, recordando que, durante investigações anteriores, o ex-presidente planejou se refugiar na embaixada da Argentina solicitando asilo político. “Rememoro que o réu, conforme apurado nestes autos, planejou, durante a investigação que posteriormente resultou na sua condenação, a fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político”, escreveu o relator.
O magistrado enfatizou que a violação da tornozeleira indica uma intenção de romper o monitoramento para facilitar a evasão, aproveitando a confusão gerada pela manifestação. “A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”.
Moraes também apontou a proximidade geográfica entre o condomínio de Bolsonaro e o Setor de Embaixadas Sul, em Brasília — cerca de 13 quilômetros, percorríveis em menos de 15 minutos de carro —, reforçando os temores de fuga. O ministro citou exemplos de aliados próximos que deixaram o país para evitar a Justiça, como o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Além disso, Moraes criticou um vídeo publicado por Flávio Bolsonaro, que, segundo ele, “incita o desrespeito ao texto constitucional, à decisão judicial e às próprias instituições”.
Detalhes da Operação e Condições de Detenção
Bolsonaro foi abordado por agentes da PF por volta das 6h e reagiu com tranquilidade à detenção, sem resistência. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava presente no momento da prisão. O comboio chegou à Superintendência da PF no Distrito Federal às 6h35, onde o ex-presidente passou por exame de corpo de delito realizado por peritos do Instituto Médico-Legal (IML), procedimento padrão para evitar exposição pública. Após os trâmites iniciais, Bolsonaro foi encaminhado para uma “Sala de Estado” na superintendência, espaço reservado para autoridades de alto escalão, similar à cela ocupada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na PF de Curitiba entre 2018 e 2019.
Em nota oficial, a PF confirmou o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido pelo STF. “A Polícia Federal cumpriu neste sábado (22/11), em Brasília/DF, um mandado de prisão preventiva em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal”, informou o órgão.
A prisão domiciliar de Bolsonaro havia sido decretada em 4 de agosto de 2025 por descumprimento de medidas cautelares, incluindo o uso de redes sociais de aliados — como seus filhos parlamentares — para disseminar mensagens de incentivo a ataques ao STF e apoio a intervenções estrangeiras no Judiciário brasileiro.
Em setembro de 2025, o STF condenou o ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, mas a pena ainda não transitou em julgado e segue em fase de recursos. A detenção atual é uma medida isolada, sem conexão direta com essa condenação. Na sexta-feira (21), a defesa de Bolsonaro protocolou pedido ao STF para substituir o regime fechado inicial por prisão domiciliar humanitária, alegando quadro clínico grave com múltiplas comorbidades, o que representaria risco à vida do ex-presidente em um presídio comum. Os advogados argumentaram pela urgência da medida enquanto o caso não for concluído, e informaram que recorrerão da condenação.
Repercussão Nacional e Internacional
A prisão gerou reações polarizadas nas redes sociais e entre parlamentares. Aliados de Bolsonaro, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), classificaram a medida como “absurda” e “perseguição política”, enquanto opositores celebraram o fato como um “grande dia para a democracia”. No X (antigo Twitter), hashtags como #BolsonaroPreso e #GrandeDia viralizaram, com postagens de apoiadores lamentando a detenção e críticos destacando a vitória da Justiça.
Internacionalmente, a notícia repercutiu em veículos como a France 24, que destacou o contexto da prisão preventiva em meio a tensões políticas no Brasil.
Analistas apontam que o episódio reforça o compromisso das instituições brasileiras com o Estado de Direito, mas também acirra debates sobre equilíbrio entre segurança pública e direitos individuais.A vigília convocada por Flávio Bolsonaro foi cancelada após a detenção do pai, e autoridades monitoram possíveis aglomerações para evitar tumultos. Até o momento, não há indícios de reações violentas, mas a PF e a Polícia Militar do Distrito Federal permanecem em alerta.Este caso ilustra os desafios persistentes na aplicação de medidas cautelares contra figuras públicas de alto perfil, equilibrando a preservação da ordem com o respeito aos princípios constitucionais. O Painel Político acompanha os desdobramentos e atualizações judiciais.
Palavras-chave: Jair Bolsonaro, prisão preventiva, Alexandre de Moraes, STF, Polícia Federal, Flávio Bolsonaro, golpe de Estado, tornozeleira eletrônica, risco de fuga, democracia brasileira.
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