Irã e Israel intensificam conflito com ataques mútuos de mísseis
Explosões em Tel Aviv e Jerusalém marcam terceiro dia de confrontos, enquanto bombardeios israelenses atingem infraestrutura iraniana
O conflito entre Irã e Israel atingiu um novo nível de tensão neste domingo, 15 de junho de 2025, com uma nova onda de ataques mútuos que deixaram mortos e feridos em ambos os lados. A escalada, que começou na sexta-feira, 13, após bombardeios israelenses contra instalações nucleares e militares iranianas, já resultou em ao menos 13 mortes em Israel e 78 no Irã, além de centenas de feridos. Explosões foram registradas em cidades como Tel Aviv, Jerusalém e Haifa, enquanto o Irã retaliou com mísseis balísticos visando centros populacionais e infraestruturas estratégicas em Israel.
Contexto da escalada
A nova fase do confronto teve início na quinta-feira, 12, quando Israel lançou a "Operação Leão em Ascensão", um ataque aéreo que atingiu alvos estratégicos no Irã, incluindo a instalação nuclear de Natanz e centros de comando militar. A ofensiva matou pelo menos 20 comandantes militares iranianos, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e seis cientistas nucleares. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou a ação como uma medida preventiva para conter o programa nuclear iraniano, que Israel considera uma ameaça existencial.
Em resposta, o Irã lançou, na sexta-feira, cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel, atingindo Tel Aviv e Jerusalém. Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), a maioria dos projéteis foi interceptada pelo sistema Domo de Ferro, mas alguns atingiram alvos, causando danos em áreas residenciais e deixando ao menos 34 feridos na região de Tel Aviv. No sábado, Israel intensificou os ataques, bombardeando refinarias de petróleo e gás, como o campo de South Pars e o depósito de Shahran, além do Ministério da Defesa iraniano. O Irã, por sua vez, retaliou com novos disparos de mísseis no domingo, visando cidades como Haifa e Ashkelon, além de plataformas de defesa aérea israelenses.
Impactos em Israel e no Irã
Em Israel, o serviço de emergência Magen David Adom reportou 13 mortes até o momento, incluindo seis vítimas em Bat Yam, subúrbio de Tel Aviv, e quatro em Tamra, no norte do país. Cerca de 400 pessoas ficaram feridas, a maioria por estilhaços ou em incidentes relacionados aos ataques. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram mísseis cruzando o céu de Jerusalém e Tel Aviv, com sirenes de alerta ecoando e moradores buscando abrigo. O governo israelense proibiu aglomerações, fechou escolas e mantém o espaço aéreo restrito.
No Irã, os bombardeios israelenses causaram danos significativos à infraestrutura energética e militar. A refinaria de Shahran, em Teerã, e o campo de gás South Pars, em Bushehr, foram alvos de ataques que provocaram incêndios de grande proporção, embora o Ministério do Petróleo iraniano afirme que os danos estão sob controle. A agência iraniana IRNA relatou 78 mortes, incluindo civis, e mais de 320 feridos. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, classificou os ataques israelenses como uma "declaração de guerra" e prometeu retaliações severas.
Reações internacionais e risco de escalada regional
A comunidade internacional acompanha a situação com preocupação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a "escalada após escalada" e pediu um cessar-fogo imediato. Os Estados Unidos, aliados de Israel, confirmaram apoio na defesa contra mísseis iranianos, com navios da Marinha americana interceptando projéteis no Mediterrâneo Oriental. O presidente Donald Trump, em postagens na rede Truth Social, pressionou o Irã a aceitar um acordo nuclear, alertando que a escalada pode levar a consequências devastadoras. No entanto, os EUA negaram envolvimento direto nos ataques israelenses. Neste domingo, Trump disse que os EUA poderão se envolver no conflito entre Israel e Irã e que Putin poderia servir como mediador.
Países como Rússia, China e membros da OPEP expressaram alarme com a possibilidade de interrupções no fornecimento de petróleo, já que o Irã é um dos maiores produtores globais. O preço do petróleo bruto subiu entre 7% e 11% desde o início dos confrontos, refletindo temores de instabilidade na região. A Rússia, por meio do presidente Vladimir Putin, condenou os ataques israelenses e ofereceu mediar o conflito, enquanto a China pediu contenção de ambos os lados.
Impacto nas redes sociais e na imprensa
Nas redes sociais, vídeos e imagens dos ataques têm circulado amplamente, mostrando explosões no céu de Jerusalém e Tel Aviv, além de incêndios em refinarias iranianas. Postagens da agência iraniana IRNA no X afirmam que os mísseis iranianos "neutralizaram plataformas de defesa aérea israelenses" e atingiram alvos em Tel Aviv, Haifa e Ashkelon. Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores de Israel usou o X para destacar que "milhões de israelenses buscaram abrigo" durante os ataques. Analistas nas redes alertam para o risco de uma guerra regional, especialmente com a entrada de aliados do Irã, como os Houthis do Iêmen, que reivindicaram ataques a Jaffa.
A imprensa internacional, como BBC e CNN, destaca a gravidade da situação, apontando que a escalada atual é a mais intensa desde a guerra Irã-Iraque na década de 1980. Jornais como o Estadão e a Folha de S.Paulo relatam que os bombardeios israelenses visam não apenas deter o programa nuclear iraniano, mas também enfraquecer a capacidade militar de Teerã. No entanto, especialistas alertam que a destruição de infraestrutura energética pode prolongar o conflito, com impactos econômicos globais.
Perspectivas e desafios
O conflito, que já dura três dias, não mostra sinais de arrefecimento. Netanyahu afirmou que Israel continuará os ataques "por quantos dias forem necessários" para neutralizar a ameaça iraniana, enquanto Khamenei prometeu que Israel "pagará um preço alto". A redução da capacidade de aliados regionais do Irã, como Hezbollah e Hamas, enfraquecidos por operações israelenses anteriores, limita as opções de Teerã, mas a entrada de grupos como os Houthis pode ampliar o conflito.
No Brasil, o Itamaraty está em contato com autoridades da Jordânia para evacuar comitivas de políticos brasileiros, incluindo o governador de Rondônia, Marcos Rocha, além de prefeitos de Belo Horizonte, João Pessoa e Macaé, que estão em Israel a convite do governo local. A situação permanece fluida, com o Conselho de Segurança da ONU marcado para discutir o tema em uma reunião de emergência.
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