Estudante de Direito teria assassinado quatro pessoas: O caso que chocou São Paulo e Rio de Janeiro
Ana Paula Veloso Fernandes manipulava investigações policiais e se apresentava como vítima para encobrir crimes, revelam autoridades em inquérito que aponta quatro mortes por veneno
A estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, está no centro de uma das investigações mais perturbadoras da Polícia Civil de São Paulo: a suspeita de ser uma “serial killer” responsável por pelo menos quatro homicídios qualificados por envenenamento, cometidos entre janeiro e maio de 2025 em São Paulo e no Rio de Janeiro. Presa preventivamente desde setembro, Ana Paula confessou participação em dois dos crimes, mas negou o uso de veneno, segundo sua defesa. O caso, que envolve manipulação de provas e um padrão macabro de alertar as autoridades após os assassinatos, ganhou repercussão nacional após reportagens do Fantástico e do Domingo Espetacular, destacando o perfil calculista da suspeita.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), os crimes foram motivados por razões torpes, como ganho financeiro e paixões, e executados com métodos insidiosos que dificultaram a defesa das vítimas. O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, da Vara do Júri de Guarulhos, descreveu Ana Paula como uma figura de “total desprezo com a vida humana” e “risco para a ordem pública”, ao decretar sua prisão, enfatizando que ela representa uma “verdadeira serial killer”. A decisão judicial, proferida em setembro, baseou-se em laudos periciais que confirmaram o uso do veneno ilegal terbufós, conhecido como “chumbinho”, em todos os casos.
O padrão de comportamento de Ana Paula chamou a atenção dos investigadores desde o início. Em todos os boletins de ocorrência, ela aparece como denunciante, testemunha ou suposta vítima, uma estratégia para manipular as apurações e afastar suspeitas. “Ela tinha prazer em manipular as investigações. Criava versões, inventava ameaças e usava a própria polícia para sustentar a narrativa dela”, afirmou o delegado Halisson Ideião Leite, do 1º Distrito Policial de Guarulhos, responsável pelo inquérito. O Núcleo de Análise Comportamental do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo acompanha o caso, analisando a motivação psicológica. “Ela tem prazer em matar. A motivação pouco importa para ela”, completou o delegado. “Ela quer matar e quer ser vista como a pessoa que descobre o crime”.
A primeira vítima: O vizinho em Guarulhos
O caso começou em janeiro de 2025, quando Ana Paula ligou para a Polícia Militar relatando que seu vizinho, Marcelo Hari Fonseca, estava trancado em casa há dias em Guarulhos, no interior de São Paulo, e não respondia aos chamados. No áudio do registro, ela demonstra calma e preocupação aparente. No entanto, câmeras de segurança flagraram um sorriso dissimulado ao ser informada da morte do homem, segundo a polícia. Marcelo, dono do imóvel onde Ana Paula pagava aluguel, foi envenenado dias antes, e a suspeita continuou morando na casa após o crime, sob pretexto de quitação de dívidas. O corpo, em estado de putrefação, impossibilitou exames iniciais, mas a exumação posterior confirmou traços de chumbinho. A filha de Marcelo procurou a Justiça, reabrindo o inquérito arquivado por falta de indícios.
Denúncias falsas e a segunda morte
Em maio, Ana Paula acionou a polícia novamente para denunciar a morte de Maria Aparecida Rodrigues, de 49 anos, uma mulher com quem se aproximou via aplicativo de relacionamentos, usando o nome falso “Carla”. No boletim, ela alegou que Maria teria sido assassinada por um policial militar com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. Insatisfeita com a classificação inicial de morte natural, ligou duas vezes mais, inventando a descoberta de um “bolo com cheiro de morte” em sua sala de estudos – uma armação que levou à perícia, mas nada foi encontrado. “Ela ligava, inventava ameaças, produzia bilhetes e fazia com que as vítimas assinassem documentos que reforçassem as versões criadas por ela”, explicou o delegado Halisson Ideião Leite. Laudos toxicológicos, após exumação, revelaram envenenamento com chumbinho, e investigações mostraram que Ana Paula esteve na casa da vítima na véspera, servindo café e bolo.
Viagem ao Rio: O envenenamento do idoso
Meses antes, em abril, Ana Paula viajou a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), para envenenar Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, pai de sua ex-colega de faculdade Michelle Paiva da Silva. A mando de Michelle, que financiou a viagem, a suspeita preparou uma feijoada envenenada. O idoso passou mal após a refeição e morreu dias depois. O corpo de Neil foi exumado na semana passada para novos exames. Mensagens trocadas entre Ana Paula e sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 35 anos – também presa por suspeita de participação –, revelam planejamento: elas usavam o código “TCC” para se referir ao homicídio, discutindo pagamentos e divisão de tarefas. “Infelizmente, ele te matou, você deu mole”, teria dito Ana Paula em áudio sobre uma das vítimas, segundo extrações forenses.
O namorado tunisiano e a confissão parcial
A quarta vítima foi Hayder Mhazres (ou Rider Mahares), tunisiano de 21 anos, com quem Ana Paula manteve um relacionamento iniciado por aplicativo. Em maio, em São Paulo, ele morreu após um encontro; ela registrou o boletim como comunicante. Testemunhas relataram que Ana Paula mudou o cadeado da casa da vítima para impedir acesso de familiares. Em depoimento, ela confessou dois assassinatos, mas negou veneno, alegando apenas relatar fatos. A defesa sustenta que a verdade será esclarecida no julgamento. A polícia apura se Ana Paula testou o veneno em pelo menos dez cachorros e se há mais vítimas.
Roberta e Michelle Paiva da Silva, presas em outubro em operação conjunta das polícias de SP e RJ, são investigadas como cúmplices. Mensagens mostram que as três trocavam detalhes sobre crimes, provas e valores. O MP-SP denunciou as três por homicídio qualificado, e o caso segue na Justiça de Guarulhos.
Essa sequência de crimes expõe falhas em investigações iniciais e levanta debates sobre perfis psicológicos de serial killers no Brasil. Autoridades alertam para o risco de mais envenenamentos planejados.
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