BRB anuncia auditoria externa para investigar fraudes detectadas na Compliance Zero
Fraudes bilionárias no sistema financeiro: PF apreende bens de luxo e afasta executivos do Banco de Brasília em meio a negociações suspeitas com o Banco Master
O Banco de Brasília (BRB), instituição financeira controlada pelo Governo do Distrito Federal, anunciou a contratação de uma auditoria externa independente para apurar os fatos revelados pela Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 18 de novembro de 2025. A iniciativa surge em resposta a investigações que apontam para a emissão de títulos de créditos falsos por instituições ligadas ao Sistema Financeiro Nacional, com o Banco Master como principal alvo. As suspeitas envolvem simulações de empréstimos e valores a receber em negociações de carteiras de crédito, incluindo transações com o BRB, e podem ter movimentado irregularmente cerca de R$ 12 bilhões, segundo estimativa do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
A operação, iniciada em 2024 a pedido do Ministério Público Federal (MPF), visa combater crimes contra o sistema financeiro, como a criação de carteiras de crédito fictícias para inflar balanços patrimoniais. O Banco Master, com ativos declarados de R$ 86 bilhões, foi liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central (BC) no mesmo dia da deflagração, em medida que reforça as irregularidades detectadas.
Dentre os bens apreendidos pela PF, destaca-se um jato executivo de luxo avaliado em R$ 200 milhões, que pertencia a Daniel Vorcaro, presidente e controlador do Banco Master, detido no Aeroporto de Guarulhos (SP) ao tentar embarcar para o exterior – inicialmente apontado como destino Dubai, mas com indícios de rota para Malta. A defesa de Vorcaro protocolou pedido de revogação da prisão preventiva, argumentando ausência de risco à ordem pública.
No comunicado oficial divulgado em 18 de novembro, o Conselho de Administração do BRB informou que a auditoria externa, ainda em fase de seleção, focará em “apurar os fatos mencionados na referida operação [Operação Compliance Zero], notadamente os relacionados às operações de aquisição de carteiras de crédito junto ao Banco Master”. A análise também englobará “os procedimentos internos adotados para aprovação desses negócios e possíveis falhas de governança ou de controles internos”, conforme o texto do banco. O BRB reafirmou seu compromisso “com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado”, e garantiu que o conselho acompanhará os desdobramentos de forma contínua, atualizando acionistas e reguladores.
A Justiça Federal da 10ª Vara de Brasília determinou o afastamento imediato de dois executivos do BRB investigados: Paulo Henrique Costa, então presidente do banco, e Dario Oswaldo Garcia Júnior, diretor de Finanças e Controladoria. Ambos foram excluídos de qualquer envolvimento em decisões operacionais enquanto durar a apuração.
Em retificação posterior à decisão inicial, o juiz responsável excluiu o BRB da lista de entidades sujeitas a bloqueio de bens, limitando as medidas a pessoas físicas e empresas diretamente investigadas, como o Banco Master e seus controladores. O banco negou qualquer bloqueio de seus ativos e destacou que atuou em conformidade com normas de compliance, prestando informações regulares ao MPF e ao BC sobre as negociações com o Master.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), reagiu rapidamente ao afastamento de Costa, indicando Nelson Souza, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, para assumir a presidência interina do BRB. A nomeação visa restaurar a confiança no mercado e reforçar os controles internos da instituição, que tem atuado em busca de rentabilidade acima das taxas de mercado, o que, segundo analistas, pode ter exposto o banco a riscos incompatíveis com sua estrutura pública.
Além do BRB, as ramificações da operação alcançam outros entes públicos. O governo do Rio de Janeiro, por meio da Rioprevidência (fundo de previdência dos servidores), aplicou R$ 2,6 bilhões em fundos geridos pelo Banco Master, conforme dados do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Em maio de 2025, o TCE alertou para irregularidades graves e riscos elevados nessas aplicações, recomendando cautela que não foi integralmente atendida.
Outros investigados incluem Ângelo Antônio Ribeiro da Silva e Augusto Lima, sócios e ex-sócios do Master, cujos bens foram bloqueados, incluindo patrimônio de filhos menores.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado, em 18 de novembro, Andrei Rodrigues detalhou que a operação resulta de apurações conjuntas com o BC e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), focando em “um crime contra o sistema financeiro que leva à monta de cerca de R$ 12 bilhões”. As fraudes envolveram não apenas o Master, mas também operações com precatórios – títulos de dívidas judiciais de entes públicos –, que elevaram dúvidas sobre a real saúde financeira do banco, impedindo captações em dólares.
Ironia do destino: dias antes da deflagração, o Banco Master foi indicado como finalista no Prêmio Compliance on Top 2025, na categoria Instituições Financeiras, com Fábio Castanheira, um de seus executivos, entre os concorrentes por práticas de ética e conformidade. A Justiça determinou que os executivos do Master permaneçam sob custódia da PF em São Paulo, enquanto buscas e apreensões continuam em endereços ligados aos investigados.
O caso expõe vulnerabilidades no setor financeiro brasileiro, especialmente em negociações de carteiras de crédito entre instituições públicas e privadas. O BRB, com histórico de expansão agressiva sob gestão de Costa, agora enfrenta escrutínio sobre sua governança, em um momento em que o mercado financeiro nacional pressiona por maior transparência. Analistas apontam que a liquidação do Master pode impactar credores e investidores, demandando ações rápidas do BC para mitigar contágios.
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