A espetacularização do desrespeito no Senado faz nova vítima: a ministra Marina Silva
Por Daniel Carvalho de Paula*
O episódio envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (27), é mais do que um simples embate político, trata-se de um caso grave de desrespeito institucional e violência de gênero em um espaço público de poder.
Diante de uma tentativa sistemática de silenciamento da ministra por parte do senador Marcos Rogério (PL-RO), que não apenas cortou seu microfone em diversas ocasiões, houve também o uso de uma linguagem autoritária ao afirmar: “Se ponha no teu lugar”. Essa fala, mesmo com a posterior tentativa de relativização, carrega um histórico simbólico que remete à tentativa de subordinar mulheres em ambientes de poder.
A situação agravou-se com a declaração do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que defendeu que a “mulher merece respeito e a ministra, não”, dissociando de forma perversa a figura de Marina como mulher e como autoridade pública, como se os direitos fundamentais de respeito e dignidade fossem condicionais ao cargo que se ocupa. Pior ainda é o fato de que esse mesmo senador, em março, declarou que tinha “vontade de enforcar” a ministra, fala de caráter inaceitável em qualquer ambiente, ainda mais em uma casa legislativa.
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