Zezé Di Camargo: da campanha de Lula em 2002 ao apoio a Bolsonaro – O que mudou na trajetória política do 'filho de Francisco'?
Da origem humilde celebrada no filme 2 Filhos de Francisco ao apoio declarado a Jair Bolsonaro em 2018 e 2022, cantor sertanejo enfrenta repercussão por críticas ao SBT– entenda o contexto
A trajetória de Zezé Di Camargo, um dos maiores nomes da música sertaneja brasileira, ganhou nova atenção pública após polêmica envolvendo o SBT em dezembro de 2025. O cantor, cuja história de superação ao lado do irmão Luciano foi imortalizada no filme 2 Filhos de Francisco (2005), anunciou rompimento com a emissora após a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes no lançamento do canal SBT News, em 12 de dezembro de 2025.
Em vídeo publicado nas redes sociais na madrugada de 15 de dezembro de 2025, Zezé Di Camargo pediu que o especial de Natal já gravado não fosse exibido. “Acho que vocês estão, desculpem, se prostituindo”, declarou o artista, referindo-se à gestão atual do canal pelas filhas de Silvio Santos, falecido em 2024. Ele argumentou que a postura da emissora não alinhava com seus valores e poderia decepcionar parte de seu público.
O episódio resgatou contrastes na trajetória política do cantor. Em 2002, durante a campanha que elegeu Lula pela primeira vez, a dupla Zezé Di Camargo & Luciano realizou shows em comícios petistas. A campanha presidencial pagou à empresa da dupla valores equivalentes a cerca de R$ 4,9 milhões corrigidos (ou R$ 1,275 milhão na época), conforme reportagens da época. Uma música da dupla chegou a ser usada como tema da campanha.
Anos depois, Zezé Di Camargo mudou de posicionamento. Em outubro de 2018, declarou publicamente que Jair Bolsonaro (PL) era “o melhor para o Brasil”. O apoio se repetiu em 2022, quando o cantor liderou um grupo de sertanejos que visitou o Palácio da Alvorada para manifestar suporte à reeleição de Bolsonaro. Em outubro de 2022, Zezé, ao lado de artistas como Chitãozinho e Leonardo, almoçou com o então presidente.
Após a vitória de Lula em 2022, o cantor adotou tom mais moderado em janeiro de 2023, afirmando: “Não sou Bolsonaro, não sou Lula, sou Brasil”. Ele disse torcer pelo sucesso do país independentemente do governante. No entanto, ações recentes, como a defesa de anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro durante show em 2025 e a polêmica com o SBT, reforçam identificação com o espectro bolsonarista.
A controvérsia gerou repercussão ampla, incluindo críticas de figuras como o senador Flávio Bolsonaro (PL), que considerou o termo usado por Zezé um “exagero”, e cancelamento de show em município pernambucano financiado com recursos públicos.A evolução política de Zezé Di Camargo reflete mudanças comuns no cenário brasileiro, onde artistas navegam entre posicionamentos públicos e contextos eleitorais.
Sua origem humilde em Goiás, marcada pela luta familiar retratada no cinema, contrasta com debates atuais sobre alinhamentos ideológicos.
É até compreensível que ele, assim como grande parte dos brasileiros, tenha se contaminado por conta da saraivada de notícias seletivas orquestrada por Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, na mal conduzida Operação Lava Jato, mas isso não justifica a permanência no equívoco. Não se trata de ser ‘bolsonarista’ ou ‘lulista', e sim de números e fatos, que refutam completamente o discurso de ‘honestidade’ ou de ‘Deus, pátria e família', repetido por representantes de uma direita fisiológica e hipócrita. São políticos que trocam suas esposas por ‘assessoras novinhas’ ou que mantém amantes em flats brasilienses e também na folha de pagamentos do Congresso.
O noticiário político/policial está repleto de operações policiais deflagradas contra políticos, em sua grande maioria ligados a partidos de direita.
Zezé está desafinado em relação a realidade do país, talvez vivendo na bolha do agro da qual integra já a alguns anos. Essa bolha, de um Brasil do qual ele só passou a fazer parte após ter melhorado sua condição financeira, o impede de enxergar o atraso, o retrocesso e as defesas que essa classe política vem fazendo de seus próprios interesses. Talvez fosse o caso de Zezé descer dos palcos e se conectar, de forma honesta e sem paixões, com o povo brasileiro.
Ao mesmo tempo, pipocam notícias sobre cachês milionários cobrados de cidades que sequer possuem condições mínimas para suas pequenas populações, que mesmo compartilhando da miséria provocada pela ausência de políticas públicas, entoam em shows hits do sertanejo que outrora foi admirado por sua trajetória. Zezé é um exemplo vivo dos males provocados pela desigualdade que ele conhece tão bem e sentiu na pele, assim como a imensa maioria do povo brasileiro. Talvez ele tente renegar sua origem humilde para esquecer ‘o dia em que saiu de casa e sua mãe lhe disse filho, vem cá’.
Zezé, pelo jeito, esqueceu do Mirosmar.
O filho de Francisco se perdeu na própria história. Lamentável.
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