Violência policial: a necessidade de se desmilitarizar o discurso, não a farda
Por Dr. Fernando Capano*
Compreender a violência policial como fator intimamente ligado à militarização é, no mínimo, um equívoco teórico e um risco prático. A lógica que busca explicar a truculência de determinados (e poucos) agentes da Segurança Pública apenas pelo modelo organizacional das Polícias Militares (PMs) ignora variáveis mais complexas — e, por isso mesmo, mais relevantes —, para se compreender o fenômeno.
A violência institucional, infelizmente, não é monopólio de estruturas militares. Casos emblemáticos nos Estados Unidos, por exemplo, protagonizados por corporações civis uniformizadas, mas não-militarizadas — como o Los Angeles Police Department (LAPD) — evidenciam que o problema transcende o modelo. O episódio de Rodney King, em 1992, severamente agredido por policiais em Los Angeles, é ilustração contundente dessa constatação.
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