Veja o que a imprensa mundial falou sobre a condenação de Bolsonaro pelo STF
Julgamento histórico divide opiniões e tensiona relações Brasil-EUA – o que isso significa para a democracia?
Nesta sexta-feira (12 de setembro de 2025), o mundo acordou com as manchetes sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão tomada na quinta-feira (11), a Primeira Turma da Corte, por 4 votos a 1, sentenciou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime inicial fechado, tornando-o inelegível por 8 anos após o cumprimento da pena.
O veredicto o responsabiliza por cinco crimes graves apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR): tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Esses delitos estão ligados aos atos que visaram derrubar a democracia e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre o final de 2022 e o início de 2023.
O julgamento, que durou cinco dias e começou em 2 de setembro, analisou o chamado "núcleo crucial" da trama golpista, envolvendo reuniões secretas, tentativas de cooptação das Forças Armadas e planos para anular o resultado das eleições de 2022. Provas volumosas, incluindo depoimentos e documentos, foram citadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, para demonstrar a liderança de Bolsonaro na conspiração, que incluía até ameaças de assassinato contra Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
Os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam o relator na condenação. O único voto divergente veio do ministro Luiz Fux, que defendeu a absolvição por falta de provas suficientes e questionou a competência da Turma para julgar o caso, o que pode abrir caminho para recursos da defesa.
Além de Bolsonaro, foram condenados outros sete réus: o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o general Walter Braga Netto, o general Augusto Heleno, o almirante Almir Garnier Santos, o deputado federal Alexandre Ramagem e o tenente-coronel Mauro Cid – este último, delator no processo, recebeu pena reduzida de 2 anos em regime semiaberto.
As sentenças para os demais variam de 16 a 26 anos. A execução da pena não é imediata: a defesa pode recorrer, e a prisão só ocorrerá após o trânsito em julgado, que pode levar meses, dependendo da publicação do acórdão (até 60 dias) e de eventuais embargos.
A decisão ecoou rapidamente na imprensa internacional, destacando o contraste entre a resposta brasileira às ameaças à democracia e a ausência de responsabilização similar nos Estados Unidos. Um artigo de opinião publicado hoje no The New York Times, assinado por Steven Levitsky, autor de Como as Democracias Morrem e professor de Harvard, e Filipe Campante, professor da Johns Hopkins University, afirma que o Brasil teve sucesso onde os Estados Unidos falharam.
Os autores contrastam a condenação de Bolsonaro com o caso de Donald Trump, que tentou reverter a eleição de 2020 e liderou apoiadores na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, mas retornou à Casa Branca em 2025 sem punição criminal. Esses acontecimentos contrastam fortemente com os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump, que também tentou reverter uma eleição, não foi preso, mas retornou à Casa Branca, escreveram.
Levitsky e Campante criticam as sanções impostas pelos EUA ao Brasil em resposta ao julgamento, incluindo a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Trump se disse surpreso e muito insatisfeito com a decisão, e os autores concluem que na prática, o governo dos EUA está punindo os brasileiros por fazerem algo que os americanos deveriam ter feito, mas não fizeram: responsabilizar um ex-presidente por tentar reverter uma eleição.
Eles destacam paralelos entre os dois países, que enfrentaram líderes com instintos autoritários após derrotas eleitorais, mas divergem na reação institucional: os americanos fizeram muito pouco para proteger sua democracia do líder que a atacou, e os renomados freios constitucionais do país falharam em responsabilizar Trump.
O artigo elogia a firmeza dos juízes do STF diante de provas volumosas contra Bolsonaro e aliados. Outros veículos globais amplificaram o impacto. A Reuters enfatizou que Bolsonaro é o primeiro ex-presidente na história do país a ser condenado por atentado à democracia, mencionando o voto de Fux como possível brecha para contestações e comparando o caso a investigações contra líderes de extrema-direita como Marine Le Pen (França) e Rodrigo Duterte (Filipinas).
O The Guardian descreveu a pena como resultado de um plano para planejar um golpe militar e tentar 'aniquilar' a democracia brasileira, alertando que o questionamento de Fux sobre a autoridade da Turma pode levar a anulações futuras.
O Washington Post destacou a divisão na sociedade brasileira, com manifestações de apoio a Bolsonaro nas ruas, e notou que ele permanece um ator político poderoso, podendo influenciar as eleições de 2026 via herdeiros.
O Wall Street Journal previu que a condenação inflamará a disputa entre Trump e Lula, vendo-a como um desafio aos esforços americanos de interferir no caso via tarifas, classificadas por Trump como resposta a uma caça às bruxas.
A Bloomberg reforçou que Bolsonaro acusa o STF de perseguição política, citando um projeto de anistia no Congresso – aprovado na Câmara, mas com pouco apoio no Senado – e a possibilidade de embargos de declaração.
Já The Economist lembrou uma fala de Bolsonaro em 2022, de que não seria preso se perdesse as eleições, concluindo que ele estava errado, e contextualizou a condenação como histórica, dado o legado de golpes no Brasil desde 1822, incluindo a ditadura de 1964-1985.
O El País celebrou o Brasil por dar um passo importante contra a impunidade, apesar da pressão de Trump, e destacou o voto decisivo de Cármen Lúcia, a única mulher na Turma.
A BBC explicou que o plano golpista culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023, com juízes concluindo que, embora sem apoio militar pleno, a conspiração foi liderada por Bolsonaro, que sempre se disse inocente.
No argentino Clarín, o julgamento é histórico, com a trama iniciando em uma campanha de descrédito às urnas, e nota que Bolsonaro, em prisão domiciliar desde agosto por problemas de saúde, não participou das sessões.
Nas redes sociais, a repercussão é intensa e polarizada. No X (antigo Twitter), posts de apoiadores como o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) chamam a sentença de injusta e desproporcional, enquanto figuras como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) prometem recursos internacionais. Pelo outro lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) celebra como vitória da democracia, com posts destacando que é a primeira condenação de um ex-presidente por atentado à democracia. Usuários comuns, como @SilvioDarlan, elogiam o Brasil por mostrar que até um ex-presidente pode ser responsabilizado, enquanto @guilhermepasin critica como perseguição política.
A hashtag #DemocraciaVenceu ganhou tração, com mais de 50 mil menções em poucas horas, refletindo o debate sobre soberania e polarização.
Essa condenação não só reforça a independência das instituições brasileiras, mas também expõe tensões globais, como as sanções americanas que podem afetar exportações e investimentos.
Analistas preveem que, apesar dos recursos, o bolsonarismo se reestruture para 2026, enquanto o STF consolida seu papel na defesa da democracia.
O que você acha dessa decisão histórica? Ela fortalece a democracia ou representa uma ameaça à liberdade de expressão? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe este artigo com amigos para ampliar o debate sobre o futuro político do Brasil!
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