União Brasil antecipa desembarque do governo após denúncias ligarem Rueda ao PCC
Com reportagem expondo supostas relações entre Antonio Rueda e aeronaves usadas por facção criminosa, UB dá prazo de 24h para filiados deixarem cargos no governo Lula — medida agrava crise política
Nesta quinta-feira (18), o União Brasil formalizou uma medida drástica: todos os seus filiados que ocupam cargos de livre nomeação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm 24 horas para deixar essas funções, sob pena de punição por “infidelidade partidária”.
A decisão, aprovada por unanimidade pela Executiva Nacional do partido, vem num contexto de tensão política e repercussão midiática, após reportagens publicadas pelos portais ICL Notícias e UOL revelarem depoimentos de Mauro Caputti Mattosinho, piloto da empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), que afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, estaria entre os proprietários ocultos de algumas aeronaves operadas por empresa de voos usados por pessoas investigadas por lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo Mattosinho, Rueda era citado por seu chefe como líder de um grupo que “tinha muito dinheiro que precisava gastar” com compra de aeronaves avaliadas em milhões de dólares. Ele afirmou que transportou diversas vezes indivíduos identificados como líderes de esquema criminoso – Mohamad Hussein Mourad (“Primo”) e Roberto Augusto Leme da Silva (“Beto Louco”) – e que ouviu mencionar que algumas das aeronaves usadas pertenceriam a empresas registradas em nome de terceiros, mas seriam de fato vinculadas a Rueda.
Rueda, por sua vez, nega as acusações, afirmando que “repudia com veemência qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas com a prática de algum ilícito”. Alega que, embora já tenha utilizado aeronaves fretadas, nunca participou da compra delas, e suas deslocações normalmente ocorrem em voos comerciais.
Por que o desembarque foi antecipado
O desembarque do União Brasil do governo havia sido anunciado no início de setembro, após a formação de federação com o PP. Inicialmente, o prazo de saída dos trabalhos na Esplanada seria mais alongado — ainda sem data definida para todos os cargos.
No entanto, as revelações das reportagens — que apontam ligações entre Rueda e aeronaves supostamente usadas no esquema de lavagem de dinheiro do PCC — parecem ter sido o gatilho para antecipar o prazo. De acordo com o partido, “essa coincidência reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança”.
Além disso, o partido em nota considera as acusações “infundadas, prematuras e superficiais”, afirmando que sua honra está sendo atacada por notícias que teriam surgido justamente após a determinação de afastamento de filiados.
Quem é afetado e consequências
Entre os cargos diretamente afetados estão:
O Ministério do Turismo, comandado por Celso Sabino (União-PA), filiado ao União Brasil.
O Ministério das Comunicações, ocupado por Frederico de Siqueira, indicado por Davi Alcolumbre (União-AP), embora não seja filiado ao União Brasil.
O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes (PDT), cuja indicação também foi atribuída a Alcolumbre e relacionada ao jogo político envolvendo o União Brasil.
Se não cumprirem o desligamento no prazo de 24 horas, os filiados poderão sofrer sanções previstas no estatuto do partido, que vão da advertência à expulsão.
Cenário político e possíveis desdobramentos
Essa medida acentua a ruptura entre o União Brasil e o governo Lula. Embora o partido já tenha se posicionado contrariamente em diversas votações, manter cargos em ministérios implicava participação formal na base governista. Com o rompimento consolidado e antecipado, abre-se espaço para disputas sobre alianças, articulações para 2026, e para como o União Brasil irá se reposicionar.
Também vale destacar:
O potencial impacto institucional das investigações e do depoimento de Mattosinho, que ainda não resultam em inquérito formal contra Rueda, segundo declarações divulgadas até o momento.
A pressão da opinião pública e da imprensa, que pode intensificar cobranças por transparência nas investigações que envolvem políticos com foro nacional ou influentes partidos.
O uso político atribuído aos vazamentos ou às reportagens pelo União Brasil, o que pode gerar disputa jurídica ou política adicional, além de afetar a imagem do partido e sua base de apoio.
União Brasil, partidos de oposição e aliados estarão observando atentamente os próximos passos da PF, dos órgãos de controle e da Justiça, bem como a reação institucional do governo Lula, diante dessa crise que mistura política partidária, acusações graves e disputas pelo controle narrativo.
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