Após o discurso de Trump ao Congresso Americano no início de março, a bolsa americana sofreu uma queda significativa que anulou todo o crescimento desde as eleições de Trump. Em seu discurso, Trump reforçou que altas tarifas de importação serão aplicadas aos principais parceiros comerciais norte-americanos, o que terá impactos deletérios para diversas empresas americanas.
Trump parece usar a ameaça e a imposição de tarifas como uma forma de coagir outros países a se sujeitarem às vontades do presidente americano. No curto prazo, em alguns casos, a estratégia pode ter o efeito desejado, porém, o efeito de longo prazo pode não ser o esperado.
Em primeiro lugar, os mercados não gostam de incerteza. Um dos requisitos para que os mercados sejam eficientes é que a informação seja plena. Essa condição é quase impossível de ser encontrada na realidade, mas os atores econômicos buscam revelar o máximo de informações consideradas importantes para a previsibilidade e estabilidade dos mercados. Ao ameaçar um país com tarifas comerciais de 20% em um dia, 50% no outro e 200% no outro, Trump remove o fator da previsibilidade e cria um ambiente de constante incerteza.
Ao longo das últimas décadas, os Estados Unidos se tornaram o polo principal de uma das mais importantes cadeias globais de valor. Na fragmentação da produção em diferentes países, as empresas americanas encontraram formas de reduzir os custos de produção e se tornarem mais competitivas no mercado internacional. Esse processo foi favorecido por acordos de livre comércio como o NAFTA, que envolve México e Canadá além dos EUA e que envolvia a remoção de barreiras tarifárias e não-tarifárias ao comércio entre os países da América do Norte.
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