Trump descartou Bolsonaro ao vê-lo como "perdedor", diz ex-Embaixador dos EUA
Ex-embaixador revela que Donald Trump abandonou aliado brasileiro após prisão e condena por golpe, enquanto critica bloqueio à Venezuela como mais eficaz contra Maduro
Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, o ex-embaixador dos Estados Unidos no Panamá, John Feeley, ofereceu uma análise contundente sobre as recentes oscilações na política externa americana em relação ao Brasil. Segundo ele, o recuo de Donald Trump nas medidas contra o Brasil — incluindo tarifas e sanções — tem menos a ver com negociações habilidosas do governo Lula e mais com a personalidade imprevisível do presidente americano.”
Assim que Bolsonaro perdeu, ou seja, assim que foi condenado e preso, Donald Trump o viu como um perdedor, e se há algo que Donald Trump não tolera são perdedores”, afirmou Feeley. “Posso quase garantir que ele não acorda todos os dias pensando no Brasil. E assim que Bolsonaro deixou de ser uma referência na política brasileira e o Estado de Direito e a justiça democrática prevaleceram no Brasil, Donald Trump simplesmente o descartou.”
Feeley, que deixou o serviço diplomático em 2018 por discordar de Trump e hoje dirige o Centro para a Integridade da Mídia das Américas (CMIA), atribuiu a imposição inicial de tarifas de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros e sanções pela Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, ao lobby intenso de Eduardo Bolsonaro em Washington.
”Acho que a reação inicial dos Estados Unidos, ou da administração Trump, ao julgamento de Bolsonaro foi resultado direto do lobby de Eduardo Bolsonaro, seu filho, em Washington”, disse o ex-diplomata.As tarifas foram impostas em julho de 2025, em meio ao julgamento que culminou na condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ele começou a cumprir a pena em novembro, após trânsito em julgado. Em 20 de novembro, Trump assinou decreto suspendendo as tarifas agrícolas, e cerca de duas semanas depois, retirou Moraes e sua esposa da lista da Lei Magnitsky.Sobre a negociação com Lula, Feeley foi direto: “Acho que Lula, francamente, teve sorte”. “E eu encorajaria tanto Lula quanto praticamente qualquer líder a se manterem fora da órbita de Trump, na medida do possível.” Ele descreveu Trump como “extremamente imprevisível” e “narcisista”, tornando negociações quase impossíveis.
Feeley também comentou a escalada contra a Venezuela, onde Trump anunciou um bloqueio total a petroleiros sancionados que entrem ou saiam do país. Para o ex-embaixador, essa medida é “muito mais eficaz” para pressionar Nicolás Maduro do que ações anteriores.”É sempre um erro criticar qualquer embargo ou bloqueio a um país que tem sido sistematicamente abusado pelos seus próprios líderes nas últimas duas décadas, atribuindo-o como a principal causa da miséria da população”, afirmou. “Não podemos nos enganar: a razão pela qual os venezuelanos estão vivendo na miséria [...] é o desastroso modelo econômico de Nicolás Maduro.”
Sobre María Corina Machado, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2025 e que dedicou o prêmio em parte a Trump, Feeley elogiou sua coragem, mas criticou a dedicação: “Aplaudo a atribuição do Prêmio Nobel a ela, mas lamento que ela o tenha dedicado a Donald Trump.”
A entrevista destaca como a política externa de Trump, marcada por impulsos pessoais, impacta a América Latina, com o Brasil beneficiado indiretamente pela perda de interesse no ex-aliado Bolsonaro.
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