Tensão na ONU: Brasil protesta contra Netanyahu em meio à escalada do conflito no Líbano
Delegação brasileira se retira antes do discurso do premiê israelense, enquanto ataques no sul do Líbano intensificam crise humanitária
O cenário diplomático internacional foi abalado nesta sexta-feira (27) quando a delegação brasileira, juntamente com representantes de outros países, se retirou da Assembleia Geral da ONU em Nova York antes do discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O ato, descrito como um "protesto discreto" por fontes diplomáticas, reflete a crescente tensão internacional em relação às ações militares de Israel no Líbano e na Faixa de Gaza.
O Itamaraty confirmou que a saída foi uma orientação do governo brasileiro, motivada pela "resposta desproporcional de Israel" aos ataques do Hamas em outubro de 2023, pela morte de dois brasileiros nos recentes ataques no Líbano e pela crise humanitária em Gaza. Uma fonte do governo brasileiro caracterizou a decisão como uma reação ao "conjunto da obra" das ações israelenses.
Enquanto isso, a situação no sul do Líbano continua a se deteriorar. Segundo a Al Jazeera, os ataques israelenses na região de Nabatieh resultaram na morte de pelo menos 10 civis libaneses, incluindo crianças. O Hezbollah, por sua vez, intensificou seus ataques contra o norte de Israel, lançando mísseis contra a cidade de Haifa.
A escalada do conflito provocou um êxodo sem precedentes no Líbano desde a guerra de 2006. A ACNUR informou que mais de 30 mil pessoas fugiram para a Síria nas últimas 72 horas, evidenciando a gravidade da situação humanitária na região.
Em seu discurso na ONU, Netanyahu defendeu as ações de Israel, afirmando que o país está "vencendo a guerra" e que busca a paz, mas enfrentará inimigos como o Irã "até o final". O premiê israelense também alegou que Israel está "defendendo o Ocidente contra um inimigo comum".
Câmera inteligente Wi-fi, Câmera Inteligente 4K Ultra HD 6MP(3MP+3MP) Wi-Fi À Prova D'água Visão Noturna Colorida Àudio Bi Sirene Detecta Movimento - R$239,90
Críticas internacionais às ações de Israel continuam a crescer. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em entrevista à TRT World, condenou veementemente os ataques israelenses, chamando-os de "crimes de guerra" e pedindo uma intervenção internacional imediata.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, expressou profunda preocupação com a escalada da violência, alertando para o risco de uma catástrofe humanitária ainda maior na região. Em comunicado divulgado pelo escritório da ONU em Genebra, Türk enfatizou a necessidade urgente de um cessar-fogo e do respeito ao direito internacional humanitário por todas as partes envolvidas.
O conflito no Líbano é mais uma frente na complexa teia de tensões no Oriente Médio. Com a guerra em Gaza completando quase um ano e deixando mais de 40 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, a comunidade internacional enfrenta crescente pressão para intervir e buscar uma solução diplomática.
A saída da delegação brasileira da Assembleia Geral da ONU simboliza não apenas um protesto contra as ações de Israel, mas também reflete uma mudança na postura diplomática do Brasil em relação ao conflito no Oriente Médio. Essa ação pode ter implicações significativas para as relações entre Brasil e Israel, bem como para o papel do Brasil nos esforços internacionais de mediação do conflito.
À medida que a situação continua a evoluir, a comunidade internacional aguarda ansiosamente por sinais de uma possível desescalada ou por iniciativas diplomáticas que possam trazer alívio à região devastada pelo conflito.