Temporal alaga lanchas escolares em Nazaré e expõe riscos diários nas comunidades ribeirinhas de Rondônia
Moradores do Baixo Madeira relatam prejuízos e cobram investimentos urgentes em educação ribeirinha para evitar tragédias maiores
Um forte temporal atingiu as comunidades ribeirinhas de Rondônia nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, causando alagamentos e prejuízos significativos para famílias e embarcações locais. O episódio ganhou repercussão após um vídeo enviado por moradores da comunidade de Nazaré, no Baixo Madeira, mostrar as lanchas escolares – conhecidas como voadeiras – completamente alagadas no porto principal da localidade. Nazaré, considerada uma comunidade-polo na região, concentra alunos de diversas localidades próximas, que dependem diariamente dessas embarcações para acessar a educação.
O temporal ocorreu momentos antes do horário de saída dos estudantes, que deixam Nazaré rumo às suas comunidades de origem – algumas a poucas minutos de distância, outras a horas de viagem pelo Rio Madeira. Felizmente, ninguém se feriu, mas o incidente reacende alertas sobre os riscos constantes enfrentados por esses alunos e pilotos de voadeiras.
Instituições independentes que atuam junto às populações ribeirinhas, como organizações de defesa de direitos humanos e ambientais, destacam perigos como os "arrotos" – bancos de areia formados por resíduos de garimpos ilegais –, pedrais expostos, praias formadas durante a seca e até episódios de violência.
Moradores relatam incidentes recentes, como uma lancha transportando estudantes que foi confundida com uma equipe de fiscalização e alvejada por tiros de revólver. Ninguém ficou ferido nessa ocasião, mas o episódio ilustra a insegurança na região, agravada pela presença de atividades ilegais como o garimpo. Além disso, a ausência histórica de investimentos em educação ribeirinha expõe vulnerabilidades crônicas. A implantação de escolas mais próximas às comunidades poderia mitigar esses riscos, mas atualmente, crianças de localidades distantes precisam sair de casa entre 5h30 e 6h para chegar à escola em Nazaré às 7h30.
Na época da seca, o trajeto se torna ainda mais árduo: os alunos descem barrancos íngremes e percorrem longas faixas de areia até alcançar as embarcações, com casos frequentes de ferimentos nos pés devido ao terreno irregular. Histórico de problemas semelhantes na região inclui interrupções no transporte escolar por anos, como entre 2018 e 2023, quando centenas de alunos ficaram sem aulas devido a irregularidades em contratos e falta de voadeiras, forçando muitos ao trabalho precoce ou ao garimpo ilegal. Em 2025, o Rio Madeira já registrou transições extremas de seca histórica para enchentes, afetando milhares de famílias em distritos como Nazaré e vizinhos, com inundações em moradias, escolas e plantações.
Ainda não há confirmação sobre danos nos motores das embarcações afetadas pelo temporal, mas os prejuízos já impactam diretamente os estudantes, que dependem desse transporte para acessar a educação com dignidade. O episódio reforça a cobrança por políticas públicas voltadas às comunidades ribeirinhas, incluindo melhorias em infraestrutura, formação de professores adaptada à realidade local e calendários escolares que considerem as sazonalidades de cheia e seca. “Que bom que este temporal não pegou os alunos no meio do rio”, disse um morador local, resumindo o alívio momentâneo, mas também denunciando a rotina de insegurança e abandono que marca a vida de milhares de crianças ribeirinhas.
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