Tarcísio de Freitas nega, mas parlamentares apontam influência em derrota da MP que taxa bets, bancos e bilionários
Liderança em teste: Governador de São Paulo é apontado como articulador chave na Câmara
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está no centro de uma controvérsia política que agita os corredores de Brasília. Apesar de negar publicamente qualquer envolvimento, parlamentares da base aliada do governo, ouvidos pelo jornal O GLOBO, afirmam o contrário: o governador teria atuado ativamente na articulação política que culminou na derrubada da Medida Provisória (MP) do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso Nacional.
A MP, que buscava reonerar setores para aumentar a arrecadação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cerca de R$ 17 bilhões para o próximo ano eleitoral, foi retirada de pauta em uma manobra que consolidou o bloco de oposição.
A ligação controversa e o discurso eleitoral
Uma fonte da base aliada, um deputado de São Paulo cujo partido não havia fechado questão sobre o tema, relatou, em caráter reservado, ter recebido uma ligação do governador Tarcísio de Freitas horas antes da votação.
O parlamentar detalhou o teor da conversa: “Na ligação, ele me falou que a votação estava estranha e questionou o fato de a MP tirar imposto das bets e deixar IOF a mais para o povo pagar. Falou também que uma possível aprovação seria ruim para a eleição de todo mundo e, principalmente, para o país”, disse o deputado. Ele ainda complementou sua análise sobre a motivação de Tarcísio: “Vejo que ele fez isso para mostrar sua força de articulação com o Congresso e, principalmente, para tirar força do governo no ano que vem. Afinal, ele ainda é o candidato a presidente pela direita”.
Outra parlamentar paulista, cujo partido havia fechado questão em apoio ao governo, afirmou não ter recebido o contato direto, mas confirmou ter ouvido o nome do governador circular nas conversas de bastidores com as lideranças.
A votação entre os 59 deputados de São Paulo foi reveladora: 37 votos foram pela derrubada da MP. O bloco que se opôs ao tema se consolidou com siglas associadas ao Centrão – PSD, Republicanos, Progressistas, União Brasil e Solidariedade –, além de PL, Novo e a federação PSDB-Cidadania. Partidos de esquerda (PT, PSOL, PCdoB e PSB) votaram contra a retirada da matéria, enquanto MDB e Podemos ficaram divididos.
O Republicanos, partido do governador e presidido pelo deputado federal Marcos Pereira (São Paulo), foi um dos focos de virada de votos. Procurado, Marcos Pereira negou que Tarcísio tivesse articulado a derrota da MP. O deputado federal Vitor Lippi (PSDB) também negou pressão: “Não fui pressionado por ninguém”.
O deputado federal Fernando Marangoni (União Brasil) justificou o voto do seu partido alegando que a MP não faria mais sentido após o Supremo Tribunal Federal (STF) restabelecer parte da elevação do IOF.
Interesse eleitoral e o “teste” da PEC da Segurança
O diagnóstico predominante entre o bloco antipetista é que o governador Tarcísio de Freitas não teria interesse em “entregar” uma arrecadação de R$ 17 bilhões ao governo Lula em um ano pré-eleitoral, optando por atuar em favor de grupos que o apoiam, como setores do sistema financeiro.
A MP em questão, apesar de o relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), ter recuado na taxação de Letras de Crédito ao Agronegócio (LCA) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRAS), mantinha a elevação do imposto sobre o lucro de fintechs e instituições de pagamento, o que afeta diretamente a Faria Lima – um importante apoio político e financeiro do governador.
A ausência de nomes como Baleia Rossi (MDB), presidente nacional do partido, na votação nominal, apesar de sua presença na sessão, também chamou a atenção, dada a divisão do MDB entre o apoio a Lula em nível federal e a Tarcísio em São Paulo.
Interlocutores do governador na Câmara dos Deputados apostam na continuidade dessa postura de Tarcísio em tentar influenciar os rumos de Brasília, mesmo com o discurso de foco total no governo paulista. A próxima “prova de fogo” do governador, segundo a parlamentar paulista ouvida, será na votação da PEC da Segurança Pública.
A reação do governo Lula à derrota da MP deve vir em breve, com a provável edição de outro decreto para elevar a arrecadação em 2026. Um ministro de Lula avalia a situação com um tom crítico: “O Tarcísio é candidato a presidente, sim, e o que ele faz ontem está dentro desse script. O negócio dele vai ser atrapalhar o governo o quanto puder. Porém, vejo que o Lula agiu de forma republicana com ele desde o início, vide o projeto do túnel entre Santos e Guarujá, mas o Tarcísio nunca terá reconhecimento por isso. Ele está refém do Bolsonaro e da Faria Lima”.
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A atuação de um governador na articulação nacional é um tema central para o debate político. Você acredita que a influência de Tarcísio de Freitas na derrota da MP do IOF é um sinal de sua pré-candidatura à Presidência? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe este conteúdo com seus amigos e contatos!
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