STJ retoma julgamento de Adriana Villela, acusada de triplo homicídio na 113 Sul
Um dos casos mais emblemáticos de Brasília volta ao centro das atenções com pedido de prisão imediata
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) retomará, nesta terça-feira (5), o julgamento do recurso especial da arquiteta Adriana Villela, condenada a 61 anos e três meses de prisão pelo brutal assassinato de seus pais, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Carvalho Mendes Villela, além da empregada doméstica Francisca Romana Silva Chaves, em agosto de 2009.
Conhecido como o "Crime da 113 Sul", em referência à quadra residencial de alto padrão em Brasília onde ocorreu o triplo homicídio, o caso chocou o país pela brutalidade e pelas reviravoltas judiciais ao longo dos anos.
Além do recurso apresentado pela defesa de Adriana, que busca a anulação do julgamento do tribunal do júri por supostas irregularidades, o colegiado da Sexta Turma do STJ também analisará um pedido de prisão imediata da arquiteta, solicitado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo assistente de acusação. A sessão, marcada para as 14h, será transmitida ao vivo pelo canal do STJ no YouTube, permitindo que o público acompanhe os desdobramentos desse caso de grande repercussão.
Relembrando o crime da 113 sul: um caso de brutalidade e mistério
O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009, no apartamento da família Villela, localizado na quadra 113 Sul, uma área nobre de Brasília. José Guilherme Villela, de 73 anos, sua esposa Maria Carvalho, de 69 anos, e a empregada Francisca Romana, de 58 anos, foram encontrados mortos com múltiplas facadas – ao todo, mais de 70 golpes. A cena do crime indicava extrema violência, e a investigação inicial apontou para um possível latrocínio (roubo seguido de morte), já que objetos de valor haviam sido levados do local.
No entanto, as suspeitas logo recaíram sobre Adriana Villela, filha única do casal, que à época tinha 46 anos. A polícia e o Ministério Público alegaram que ela teria motivado o crime por questões financeiras e desavenças familiares, contratando terceiros para executar o assassinato. Adriana sempre negou qualquer envolvimento no crime, afirmando ser vítima de uma investigação enviesada e de acusações sem provas concretas. Após anos de idas e vindas no processo, ela foi condenada em 2022, em um julgamento popular que durou vários dias e foi marcado por intensos debates entre acusação e defesa.
De acordo com reportagens da época, como as publicadas pelo Correio Braziliense e pelo G1, outros suspeitos também foram investigados, incluindo Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio, que chegou a confessar o crime, mas depois retratou sua declaração, alegando ter sido coagido pela polícia. A complexidade do caso, com contradições nos depoimentos e dificuldades na coleta de provas, tornou o processo um dos mais longos e controversos da história recente do Distrito Federal.
O julgamento no STJ: o que está em jogo?
O recurso especial apresentado pela defesa de Adriana Villela ao STJ contesta a validade do julgamento do tribunal do júri, realizado em 2022. Os advogados alegam que houve irregularidades processuais, incluindo a falta de acesso a mídias contendo depoimentos dos corréus, que teriam sido disponibilizadas apenas no sétimo dia do julgamento, prejudicando a estratégia de defesa. Eles pedem a anulação do veredicto e a realização de um novo júri.
Por outro lado, o relator do caso na Sexta Turma do STJ, ministro Rogerio Schietti Cruz, já se posicionou contra a anulação do julgamento popular. Em sessão iniciada no dia 11 de março de 2025, Schietti votou pela manutenção da condenação e pela execução imediata da pena. No entanto, o julgamento foi suspenso após um pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior, que solicitou mais tempo para analisar o processo. A retomada na próxima terça-feira será decisiva para o futuro de Adriana, que atualmente responde ao processo em liberdade.
Repercussão nas redes sociais e na mídia
O caso do Crime da 113 Sul continua a gerar grande interesse público, como demonstram publicações recentes nas redes sociais e em veículos de imprensa. No X (antigo Twitter), usuários têm comentado sobre a brutalidade do crime e as implicações de uma possível prisão imediata de Adriana Villela. Um post do perfil @DFNoticias destacou: "Mais de 15 anos após o Crime da 113 Sul, o STJ retoma o julgamento de Adriana Villela. Será que a justiça finalmente será feita? #Crime113Sul #JustiçaDF". Outros internautas questionam a solidez das provas contra a arquiteta, ecoando dúvidas que persistem desde o início das investigações.
Portais como o Metrópoles e o Correio Braziliense também têm acompanhado de perto os desdobramentos. Segundo o Metrópoles, o pedido de prisão imediata reflete a preocupação do MPDFT com a demora na execução da pena, considerando a gravidade do crime e o impacto social do caso. Já o Correio Braziliense ressalta que, independentemente do resultado no STJ, o caso deve continuar a ser debatido na esfera pública, dado o histórico de controvérsias.
Contexto histórico de crimes de grande repercussão em brasília
O Crime da 113 Sul não é o primeiro caso de homicídio envolvendo famílias de destaque em Brasília a ganhar as manchetes. A capital federal, por sua natureza política e pela presença de figuras públicas, já foi palco de outros crimes marcantes, como o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 2011 (embora ocorrido no Rio de Janeiro, teve conexões com redes de poder em Brasília), e casos de corrupção que culminaram em violência. Esses episódios reforçam a percepção de que crimes envolvendo elites políticas e econômicas frequentemente expõem tensões familiares e disputas por poder ou herança, como parece ser o caso dos Villela.
O que esperar do julgamento?
A sessão desta terça-feira no STJ será um momento crucial para o desfecho do caso. Caso o pedido de prisão imediata seja aceito, Adriana Villela poderá ser detida antes mesmo de esgotados todos os recursos legais, uma medida que, segundo especialistas entrevistados pelo G1, seria excepcional, mas justificável pela gravidade do crime. Por outro lado, se a defesa conseguir a anulação do júri, o processo poderá se arrastar por mais anos, reacendendo debates sobre a eficiência do sistema judiciário brasileiro em casos de grande complexidade.
Para quem deseja acompanhar o julgamento, a transmissão ao vivo pelo canal do STJ no YouTube (link aqui) oferece uma oportunidade de seguir os argumentos de ambas as partes. O Painel Político continuará a cobrir os desdobramentos, trazendo análises e atualizações sobre esse caso que, mesmo após mais de uma década, ainda desperta tantas perguntas.
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