STF é acionado por PT, PSB e PSOL contra aprovação da “PEC da Blindagem” que amplia proteções a parlamentares
Líderes e parlamentares denunciam vícios no processo legislativo e pedem suspensão imediata da PEC aprovada com manobra que restabeleceu voto secreto e ampliou foro privilegiado
A oposição ao governo Lula, com destaque para PT, PSB e PSOL, entrou com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (18) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021 — apelidada de PEC da Blindagem.
As críticas centram-se em uma série de procedimentos adotados na Câmara dos Deputados, especialmente durante a votação da proposta, que, segundo os opositores, feriram princípios constitucionais e impedem uma tramitação legítima.
O que diz a PEC da Blindagem
Com apoio majoritário do Centrão — partidos como PL, PP, PSD, União Brasil e MDB — a proposta aprovada na Câmara altera regras sobre responsabilização penal e prisional de deputados e senadores.
Entre os principais pontos:
Parlamentares só poderão responder a processo criminal se a respectiva Casa legislativa autorizar. O STF enviará a denúncia, e Câmara ou Senado terão até 90 dias para deliberar.
Prisões somente em flagrante por crimes inafiançáveis, como terrorismo, racismo, estupro ou homicídio, por exemplo. Mesmo nesses casos, a parlamentar ou parlamentar preso em flagrante depende de autorização da Casa para manutenção da prisão, no prazo de até 24 horas.
Extensão do foro privilegiado ao presidente nacional de partido político que tenha representação no Congresso.
Medidas cautelares (como bloqueio de bens, afastamento, restrições de deslocamento etc.) terão regra centralizada: só poderão ser decretadas mediante ordem do STF.
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Processo de votação contestado
O que motivou as ações no STF são os alegados vícios no rito legislativo:
Manobra para restabelecer o voto secreto
O dispositivo que prevê votação secreta para autorização de processos criminais contra parlamentares havia sido eliminado por destaque, mas foi reintroduzido por meio de emenda aglutinativa defendida por líder do Centrão e aceita por Hugo Motta, presidente da Câmara.Apresentação relâmpago do texto, leitura imediata do parecer e supressão de prazos para emendas foram citadas como parte dos procedimentos que teriam ocorrido de forma irregular.
Mudança no regime de votação (de presencial para semipresencial) durante a sessão.
Alegações de que a reapresentação de trecho rejeitado contraria a Constituição, que veda nova proposta de emenda com conteúdo rejeitado na mesma sessão legislativa.
Ações judiciais e reações políticas
PT, PSOL e PSB protocolaram no STF pedido para suspender imediatamente a tramitação da PEC no Senado, alegando violação de dispositivos constitucionais e regimentais.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) também moveu ação, também pedindo suspensão do avanço da PEC.
Além disso, o líder do PSB, deputado Pedro Campos (PE), anunciou mandado de segurança no STF para anular a votação, alegando que atuou em meio a uma manobra para restaurar o voto secreto e que, apesar de votar a favor, reconheceu que o campo progressista “não escolheu o melhor caminho”.
Entre os opositores, há quem veja na PEC não apenas uma ampliação de garantias parlamentares, mas uma ruptura em termos de transparência, controle institucional e separação dos poderes. Os defensores afirmam que ela fortalece a autonomia do mandato parlamentar e resguarda garantias legais.
Possíveis implicações
Caso a PEC seja aprovada também no Senado e promulgada, muitos parlamentares investigados no STF poderão ter sua situação jurídica alterada, com novas barreiras para que processos ou prisões prossigam sem autorização da Casa respectiva.
A centralização do poder de decisão sobre medidas cautelares no STF pode gerar gargalos judiciais ou atrasos processos.
Em termos institucionais, a controvérsia poderá resultar em decisões do STF sobre constitucionalidade do procedimento — não apenas do mérito da PEC, mas se seu processo de aprovação respeitou requisitos formais e regimentais.
Situação atual
A PEC da Blindagem já foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados (353 × 134 no primeiro turno; 344 × 133 no segundo) e seguirá agora para votação no Senado.
O STF agora avalia os pedidos para suspender sua tramitação e/ou anular a votação na Câmara. Até o momento, não há decisão definitiva.
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