Soltura de Vorcaro dura menos de uma semana: MPF pede prisão imediata dos cinco executivos do Master
Investigação da Operação Compliance Zero revela indícios de R$ 12 bilhões em créditos falsos; recurso do MPF destaca risco de fuga e obstrução, enquanto defesa nega irregularidades
Em um desdobramento que mantém em suspense o desfecho de uma das maiores investigações financeiras do país, o Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal protocolou, no sábado (29 de novembro de 2025), um recurso urgente contra a decisão que revogou a prisão preventiva de Daniel Vorcaro, dono e presidente do Banco Master, e de outros quatro executivos da instituição. A medida, assinada pela desembargadora federal Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), ocorreu na sexta-feira (28 de novembro) e substituiu a detenção por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de contato entre os investigados.
A Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 18 de novembro de 2025 e autorizada pelo juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, apura indícios de fraudes bilionárias no Sistema Financeiro Nacional. As investigações, iniciadas em 2024 após alertas do Banco Central (BC) sobre irregularidades nas operações do Master, apontam para a emissão de créditos falsos, simulação de empréstimos e negociações fictícias de carteiras de crédito, totalizando cerca de R$ 12 bilhões em prejuízos potenciais.
O esquema teria envolvido a venda de títulos sem lastro ao Banco de Brasília (BRB), instituição pública do Distrito Federal controlada pelo governo local, o que levou ao afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e do diretor financeiro, Dario Oswaldo Garcia Júnior.
Vorcaro foi preso em flagrante no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, ao tentar embarcar em um jato particular rumo aos Emirados Árabes Unidos – uma ação interpretada pela PF como indício claro de risco de fuga. Junto a ele, foram detidos inicialmente outros executivos, incluindo Augusto Ferreira Lima (ex-CEO e sócio), Luiz Antônio Bull (diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia), Alberto Felix de Oliveira Neto (superintendente executivo de Tesouraria) e Ângelo Antônio Ribeiro da Silva (sócio do Master).
A operação cumpriu sete mandados de prisão (cinco preventivos e dois temporários) e 25 de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, resultando no bloqueio de R$ 12,2 bilhões em bens e contas. No recurso apresentado ao TRF-1, o procurador regional da República Felício de Araújo Pontes Júnior argumenta que a prisão é essencial para preservar a instrução criminal e a ordem pública. O MPF destaca a “gravidade do caso, diante de altíssima probabilidade de fuga e de violação da ordem pública, além de possível destruição de provas, ocultação de recursos e bens ainda não apreendidos”. Os investigados, segundo o órgão, teriam “acesso a sofisticados meios logísticos, financeiros e tecnológicos”, o que tornaria insuficientes as medidas alternativas impostas pela desembargadora, como a suspensão de atividades financeiras e a entrega de passaporte.
“Diante do quadro fático e do perfil dos investigados, com acesso a sofisticados meios logísticos, financeiros e tecnológicos, a crença de que medidas cautelares diversas da prisão sejam suficientes à tutela da ordem pública, da ordem econômica, da instrução criminal e da aplicação da lei penal contradiz a situação fática e jurídica acima narrada”, afirma o documento.
A decisão monocrática de Solange Salgado da Silva revogou as prisões ao considerar que os delitos imputados – como gestão fraudulenta e temerária, organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro – “não envolvem violência ou grave ameaça à pessoa” e não apresentam “periculosidade acentuada ou de risco atual à ordem pública”. Em 24 de novembro, a mesma magistrada havia negado um pedido inicial de soltura, citando a “gravidade concreta dos delitos e pelo risco efetivo à ordem pública e econômica”, mas reconsiderou após análise mais aprofundada. O caso agora será julgado pela 10ª Turma do TRF-1, composta por dois outros desembargadores, com sessão marcada para 9 de dezembro de 2025.
A defesa de Vorcaro celebrou a revogação, distribuindo nota à imprensa em 22 de novembro na qual afirma que “o fundamento das investigações da PF é um fato inexistente. Não há nenhuma fraude de R$ 12 bilhões”. Os advogados argumentam que “as medidas cautelares autorizadas pela Justiça se baseiam em premissas incorretas” e que o banqueiro, já afastado do cargo e com bens bloqueados, não representa risco à ordem econômica.
A equipe jurídica também recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a competência da Justiça Federal para o caso e alegando ausência de fatos concretos para a prisão. No STF, o ministro Dias Toffoli assumiu a relatoria de uma ação da defesa, que foi colocada em sigilo máximo, gerando debates nas redes sociais sobre possíveis conflitos de interesse – Toffoli participou de evento jurídico patrocinado pelo Banco Master em Londres no ano passado, sem detalhes públicos sobre o custeio de suas despesas.
O escândalo ganhou ramificações políticas e econômicas. Buscas da PF revelaram um envelope endereçado ao deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA), bolsonarista, na residência de um investigado, o que levanta suspeitas de tentativas de influência no STF para transferir o caso.
Além disso, há indícios de conexões com o crime organizado: o fundo Hans 95, com R$ 35 bilhões e supostas ligações ao PCC (Primeiro Comando da Capital), movimentou R$ 849 milhões no Master, e há rastros de doações a campanhas, como R$ 2 milhões do cunhado de um executivo para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e R$ 160 milhões de recursos da privatização da Emae aplicados no banco. Familiares de diretores do Master buscam criminalistas para negociações de delação premiada, sinalizando possíveis colaborações.
Em nota oficial, o BRB informou que R$ 10 bilhões dos créditos problemáticos foram liquidados ou substituídos, e o restante “não constitui exposição de risco”. O BC, por sua vez, decretou a liquidação extrajudicial do Master em 18 de novembro, a maior intervenção de sua história, com ativos de R$ 85 bilhões, e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) pode arcar com parte dos prejuízos, impactando contribuintes. Nas redes sociais, o tema explodiu: posts sobre a soltura acumulam milhares de interações, com críticas à rapidez da decisão judicial e elogios à PF por desmantelar o esquema.
A 10ª Turma do TRF-1 deve analisar o recurso do MPF na próxima semana, podendo restabelecer as prisões ou manter as cautelares. Enquanto isso, depoimentos de investigados, como o de Paulo Henrique Costa, prosseguem na PF, prometendo mais revelações sobre o alcance da fraude. Especialistas em direito financeiro consultados por veículos como Metrópoles e G1 enfatizam que o caso reforça a necessidade de maior transparência no setor bancário, especialmente em negociações envolvendo instituições públicas como o BRB.
Palavras-chave: Daniel Vorcaro, Banco Master, Operação Compliance Zero, MPF, TRF-1, fraude bilionária, Solange Salgado da Silva, Polícia Federal, Banco de Brasília, crimes financeiros, prisão preventiva, medidas cautelares.
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