Sete meses sem respostas: o mistério do assassinato de Pedro André na Bolívia
Empresário brasileiro foi morto a tiros em sua fazenda, e investigação segue sem solução, deixando família e amigos em busca de justiça
Há praticamente sete meses, na noite de 28 de setembro de 2024, o empresário e ex-vereador de Ji-Paraná, Pedro André de Souza, foi brutalmente assassinado em sua fazenda no departamento de Beni, na Bolívia. O crime, que chocou a comunidade de Rondônia e reverberou além das fronteiras, permanece envolto em mistério, com as autoridades bolivianas e brasileiras ainda sem respostas concretas sobre os responsáveis ou a motivação do homicídio.
A demora na resolução do caso reacende debates sobre segurança em regiões de fronteira e deixa um vazio para aqueles que conheciam o empreendedor de 60 anos, conhecido por sua trajetória marcante no jornalismo, na política e no agronegócio.
Pedro André estava dormindo na casa de dois andares que construiu em sua propriedade rural, localizada na zona de Guayaramerín, quando dois pistoleiros invadiram o quarto e dispararam mais de 20 tiros.
Uma mulher que estava com ele escapou por pouco, atingida apenas de raspão, enquanto o empresário, gravemente ferido, ainda tentou alcançar o banheiro, onde faleceu. Os assassinos fugiram em uma motocicleta roubada da fazenda, não sem antes cortar os cabos do sistema de comunicação via satélite (Starlink), dificultando qualquer pedido de socorro imediato. O corpo de Pedro foi levado para Ji-Paraná, onde foi velado e sepultado, em uma cerimônia marcada pela comoção de amigos, familiares e admiradores.
A vítima era uma figura de destaque em Rondônia. Fundador do jornal Folha de Rondônia em 1999, Pedro André revolucionou a imprensa local, criando um veículo com alcance estadual e padrão editorial comparável aos grandes jornais da capital. Além disso, foi proprietário do Diário do Povo e atuou como vereador em Ji-Paraná, cargo que abandonou para se dedicar ao setor empresarial.
Em Vilhena, onde se estabeleceu nos últimos anos, consolidou-se como um dos maiores nomes da construção civil e da pecuária, sendo responsável pelo primeiro condomínio fechado no Cone Sul do estado. Sua trajetória, marcada por empreendedorismo e influência, também o colocou no centro de controvérsias, incluindo uma disputa judicial milionária que pode estar ligada ao crime.
Entre as hipóteses investigadas pela polícia boliviana, destaca-se a possibilidade de o assassinato estar relacionado a desentendimentos com funcionários da fazenda. Outra linha de apuração aponta para ameaças de morte que Pedro André teria relatado antes do crime, supostamente motivadas por uma indenização avaliada em milhões de reais. Como precaução, ele já utilizava um carro blindado e havia decidido se estabelecer na Bolívia, onde adquiriu a propriedade rural que se tornou o cenário de sua morte. Apesar dessas pistas, nenhum suspeito foi identificado até o momento, e a ausência de avanços na investigação alimenta a frustração de quem busca justiça.
O caso também levanta questões sobre a segurança de empresários que atuam em áreas de fronteira, onde a cooperação entre autoridades brasileiras e bolivianas é frequentemente desafiada pela complexidade do crime organizado. Sete meses após o ocorrido, a falta de respostas mantém a memória de Pedro André viva, mas também reforça a sensação de impunidade.
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