Selic estaciona em 14,75%: Bancos preveem fim do ciclo de alta de juros no Brasil
Economistas de gigantes como Itaú e Santander apontam que o Banco Central deve pausar aumentos na taxa básica de juros, mantendo-a elevada até o fim de 2025
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano na última reunião, consolidando o maior patamar desde 2006. A decisão, amplamente aguardada pelo mercado, foi interpretada por economistas dos principais bancos brasileiros como o provável ponto final de um ciclo de aperto monetário iniciado em setembro do ano passado. A mudança no tom do comunicado do Copom, que abandonou a sinalização de novos aumentos, reforça a percepção de que o Banco Central agora adotará uma postura mais cautelosa, guiada por dados econômicos, em meio a um cenário de incertezas globais e domésticas.
De acordo com analistas de instituições como Itaú, Santander, Bradesco, BTG Pactual, Bank of America (BofA) e UBS BB, o ciclo de alta da Selic parece ter chegado ao fim. “Antecipamos que a taxa básica de juros será mantida em 14,75% até novembro deste ano, quando a desaceleração da economia e uma perspectiva desinflacionária podem permitir o início de cortes”, afirmou um relatório do Itaú. O Santander, por sua vez, destaca que a mudança no balanço de riscos, agora descrito como simétrico, surpreendeu o mercado ao sugerir um viés menos agressivo do Banco Central.
O BTG Pactual reforça essa leitura, apontando que o comunicado do Copom reconhece os riscos de desaceleração econômica global e os efeitos ainda em curso da política monetária atual. “O tom sugere que a Selic deve ser mantida em um nível contracionista por um período prolongado, sem necessidade imediata de novos ajustes”, diz o relatório assinado por Claudio Ferraz, economista do banco. O BofA, liderado por David Beker, avalia que a maior parte do trabalho de contenção inflacionária já foi feita, com espaço para cortes a partir de dezembro, desde que a inflação mostre uma trajetória mais benigna.
Apesar do consenso sobre o fim das altas, os economistas alertam para a manutenção de uma política monetária restritiva. O UBS BB interpreta a decisão como uma “pausa deliberada” no ciclo de aperto, prevendo que a Selic permaneça em 14,75% até meados de 2026. O Bradesco, em comentário atualizado, também projeta a taxa estável até o final de 2025, com cortes apenas em 2026, devido ao cenário inflacionário ainda desafiador. “O Banco Central preferiu deixar a porta aberta para um aumento residual, se necessário”, destaca o relatório do banco.
A decisão do Copom reflete um equilíbrio delicado. Por um lado, a inflação permanece acima da meta de 3%, pressionada por fatores como a depreciação do real e o crescimento econômico acima do potencial. Por outro, o aumento dos juros eleva o custo do crédito, impactando consumo e investimentos, o que pode frear a atividade econômica. “A política monetária será guiada por uma postura mais dependente de dados, com cautela diante do cenário incerto”, resume o relatório da Bloomberg Línea.
Para o mercado, a estabilização da Selic em 14,75% sinaliza um momento de transição. A atenção agora se volta para os indicadores de inflação e atividade econômica, que determinarão o início de um eventual ciclo de cortes. Enquanto isso, o Brasil enfrenta um ambiente global volátil, com pressões de políticas monetárias de outros países, como os Estados Unidos, e desafios domésticos, como a necessidade de consolidação fiscal. A postura do Banco Central, segundo os analistas, busca ancorar as expectativas inflacionárias sem comprometer o crescimento de longo prazo.
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