Rumble enfrenta nova ordem de Alexandre de Moraes e aciona justiça nos EUA
Plataforma conservadora e Truth Social reagem a decisão do STF que exige bloqueio de conta no Brasil; entenda o impacto político e diplomático do caso
A plataforma de vídeos Rumble, conhecida por seu posicionamento conservador, voltou a ser alvo de uma decisão judicial no Brasil. Na última sexta-feira (11 de julho de 2025), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu uma ordem exigindo o bloqueio total, em território brasileiro, de uma conta associada ao comentarista Rodrigo Constantino, além do compartilhamento de dados do usuário. A medida, que prevê multas diárias de R$ 100 mil em caso de descumprimento, gerou uma resposta imediata da empresa, que, junto à Truth Social (rede social de Donald Trump), apresentou uma petição à Justiça da Flórida, nos Estados Unidos, neste domingo (13 de julho de 2025).
Este novo capítulo no embate entre o STF e plataformas digitais ocorre em um contexto de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, intensificadas após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por parte de Trump, dois dias antes da ordem de Moraes. A seguir, detalhamos os desdobramentos do caso, o histórico de atritos entre Rumble e o STF, e as implicações políticas e internacionais, com base em informações da Folha de S.Paulo e outras fontes confiáveis.
Contexto da decisão de Alexandre de Moraes
De acordo com o documento divulgado pela Folha de S.Paulo, a ordem de Moraes foi enviada por e-mail à Rumble na sexta-feira (11), determinando o bloqueio da conta de Rodrigo Constantino, comentarista conservador que obteve cidadania americana em 2024. Constantino é alvo do inquérito das fake news no STF e teve seu passaporte cancelado em 2023 por decisão do mesmo ministro. A plataforma, no entanto, considera a decisão "irregular" e alega que a conta em questão está inativa desde dezembro de 2023, além de seus conteúdos já estarem bloqueados no Brasil desde fevereiro de 2025.
Na petição enviada à Justiça da Flórida, Rumble e Truth Social argumentam que cumprir a ordem violaria leis americanas de proteção de dados, uma vez que Constantino é cidadão dos EUA. Além disso, as empresas questionam a validade da decisão de Moraes, afirmando que ela não foi entregue por meio de mecanismos legais de tratado internacional e que o governo americano não foi notificado.
Histórico de conflitos entre Rumble e STF
O embate entre Rumble e o STF não é recente. Em fevereiro de 2025, Moraes já havia determinado a suspensão da plataforma no Brasil por descumprimento de ordens relacionadas à remoção de conteúdos, incluindo perfis como o de Allan dos Santos, outro alvo do inquérito das fake news. Na ocasião, o ministro também impôs multas diárias de R$ 50 mil à empresa, que optou por não cumprir as exigências, resultando em seu bloqueio no território nacional.
Ainda em fevereiro, Rumble e Truth Social ingressaram com uma ação na Justiça da Flórida contra Moraes, pedindo que suas ordens fossem declaradas inexequíveis. Em maio, as empresas solicitaram a responsabilização civil do magistrado, alegando censura e pedindo "danos compensatórios". Os advogados das plataformas classificaram as decisões do STF como "ordens de mordaça", acusando-as de violar a liberdade de expressão.
Repercussões diplomáticas e a carta de Trump
A nova ordem de Moraes chega em um momento delicado nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Apenas dois dias antes, em 9 de julho de 2025, o presidente americano Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, citando, entre outros motivos, o tratamento dado pelo Brasil a empresas de tecnologia americanas. Trump também enviou uma carta formal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, expressando preocupação com "centenas de ordens" que, segundo ele, representam censura à liberdade de expressão de cidadãos americanos.
Na petição à Justiça da Flórida, Rumble e Truth Social destacam a proximidade temporal entre a carta de Trump e a decisão de Moraes, sugerindo que a ordem pode ser interpretada como uma provocação. Nos bastidores, conforme reportado pela Folha, pessoas ligadas às empresas veem a medida como um desafio ao "espírito de cooperação" defendido em uma recente carta do Ministério da Justiça brasileiro ao Departamento de Justiça dos EUA, na qual o Brasil reafirma o compromisso com o direito internacional.
Reações e implicações políticas
O caso também ganhou destaque no cenário político brasileiro. Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado pelo PL-SP e aliado de Trump, tem sido uma figura ativa na divulgação de plataformas como Rumble, que retornou ao Brasil recentemente. Sua influência, junto à de outros bolsonaristas, é apontada como um dos fatores que levaram Trump a adotar as tarifas contra o Brasil.
Martin de Luca, advogado da Rumble, classificou a ordem de Moraes como "uma escalada irresponsável que expõe o Brasil a uma crise diplomática ainda mais grave", conforme noticiado pela Folha. Enquanto isso, integrantes do governo brasileiro e do Judiciário afirmam que não cederão às pressões externas, o que sugere que novos desdobramentos podem ocorrer nos próximos dias.
Pesquisas em redes sociais, como no X (antigo Twitter), mostram que o tema tem gerado debate intenso entre apoiadores de Bolsonaro, que criticam Moraes e defendem a Rumble como um bastião da liberdade de expressão, e defensores do STF, que argumentam que as decisões visam combater a desinformação. Publicações de perfis conservadores, como os ligados a Rodrigo Constantino, reforçam a narrativa de perseguição política, enquanto jornais como O Globo e Estadão destacam a importância de equilibrar liberdade de expressão e combate às fake news.
Contexto adicional: Marco Civil da Internet e Big Techs
Outro ponto relevante no embate entre o STF e as big techs é o recente julgamento do Marco Civil da Internet pelo Supremo, em junho de 2025. A decisão aumentou a responsabilização das redes sociais por conteúdos publicados em suas plataformas, o que gerou críticas de empresas de tecnologia e previsões de judicialização em massa, conforme reportado pela Folha. Essa medida também foi citada por Trump como parte de sua justificativa para as tarifas contra o Brasil.
O confronto entre Rumble, Truth Social e o STF, liderado por Alexandre de Moraes, reflete não apenas uma disputa jurídica, mas também um embate político e diplomático de grandes proporções. Enquanto as plataformas buscam proteção na Justiça americana, o Brasil mantém sua postura de soberania em decisões judiciais, mesmo diante de pressões internacionais. O desfecho desse caso pode influenciar não apenas as relações bilaterais com os EUA, mas também o futuro da regulação de plataformas digitais no país.
Palavras-chave: Rumble, Alexandre de Moraes, STF, Truth Social, Donald Trump, Rodrigo Constantino, liberdade de expressão, fake news, tarifas Brasil-EUA, diplomacia.
Hashtags: #PainelPolitico #Rumble #STF #AlexandreDeMoraes #DonaldTrump #LiberdadeDeExpressao #FakeNews #BrasilEUA