Rogério Correia aciona STF contra Nikolas Ferreira por ataques ao judiciário
Deputado petista pede bloqueio das redes sociais de Nikolas por 90 dias, acusando-o de coação, incitação ao crime e obstrução da justiça durante ato na Avenida Paulista
Nesta terça-feira, 5 de agosto de 2025, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o colega Nikolas Ferreira (PL-MG), acusando-o de práticas que atentam contra a democracia brasileira. A petição solicita o bloqueio cautelar dos perfis públicos de Nikolas em redes sociais, como YouTube, X, Instagram, TikTok e Facebook, por pelo menos 90 dias, devido a condutas que, segundo Correia, configuram coação no curso do processo, incitação ao crime e obstrução da justiça. O caso, que já está sob análise do STF, reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e o uso das redes sociais como ferramenta de ataque às instituições democráticas.
O estopim: ato na Avenida Paulista
O cerne da denúncia está em um ato bolsonarista realizado no último domingo, 3 de agosto, na Avenida Paulista, em São Paulo. Durante a manifestação, Nikolas Ferreira exibiu uma chamada de vídeo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está submetido a medidas cautelares impostas pelo STF, incluindo a proibição de usar redes sociais, direta ou indiretamente.
Segundo a petição de Correia, Nikolas utilizou a imagem de Bolsonaro para amplificar discursos contra o Supremo e, em particular, contra o ministro Alexandre de Moraes. Entre as frases proferidas por Nikolas, destacam-se: “Alexandre de Moraes vai pagar pelo que está fazendo” e “sem a toga você não é nada”, que foram interpretadas como ameaças diretas ao magistrado e à Corte.
A ação de Nikolas, segundo o deputado petista, não foi um ato isolado, mas parte de um padrão reiterado de comportamento que busca deslegitimar o Judiciário. “O uso abusivo e reiterado das redes por Nikolas Ferreira para atacar o Supremo, ameaçar ministros e distorcer a opinião pública precisa ser interrompido com urgência. O Parlamento não pode ser usado como escudo para crimes”, afirmou Correia, conforme reportado pelo portal Metrópoles. A petição ainda solicita que as plataformas digitais sejam notificadas para cumprir a ordem judicial imediatamente, sob pena de multa.
Contexto da tensão política
O episódio na Avenida Paulista também motivou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro na segunda-feira, 4 de agosto. Moraes considerou que a participação de Bolsonaro na chamada de vídeo, mesmo que sem fala, violou as medidas cautelares que o proibiam de se comunicar por redes sociais ou participar de atos públicos. “O réu Jair Messias Bolsonaro realizou ligação telefônica, por chamada de vídeo, com seu apoiador político e deputado federal Nikolas Ferreira, demonstrando o desrespeito à decisão proferida por esta Suprema Corte”, escreveu Moraes na decisão, conforme publicado pelo Brasil 247.
A representação de Correia reforça que as falas de Nikolas durante o ato, como “o STF não está acima do Brasil” e pedidos para que Moraes fosse colocado “atrás das grades”, extrapolam o limite da liberdade de expressão e configuram uma ameaça real à democracia. O documento também destaca o alcance das redes sociais de Nikolas, que, segundo a petição, são usadas como plataforma de mobilização antidemocrática e intimidação do Judiciário.
Reações e implicações
A ação de Rogério Correia gerou reações polarizadas. Nas redes sociais, apoiadores de Nikolas Ferreira, como o usuário @fernaolmesquita, classificaram a medida como uma tentativa do PT de “eliminar Nikolas da internet”, alegando que a representação é uma resposta aos discursos do deputado na Paulista. Por outro lado, perfis alinhados ao governo, como @plantaobrasil1, defenderam a iniciativa, argumentando que “a extrema-direita quer calar a democracia” e que as ações de Nikolas representam um risco às instituições.
O caso também reacende a discussão sobre a atuação de Alexandre de Moraes, que tem sido alvo de críticas de bolsonaristas, mas elogiado por setores do centro e da esquerda por sua firmeza contra ameaças golpistas. Recentemente, Moraes foi sancionado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, que o acusou de promover “censura opressiva” e “detenções arbitrárias”, incluindo a investigação contra Bolsonaro. A decisão americana, acompanhada de tarifas de 50% sobre importações brasileiras, intensificou as tensões entre os apoiadores do ex-presidente e o Judiciário brasileiro.
O que está em jogo
Para Rogério Correia, a responsabilização de Nikolas é essencial para preservar o Estado de Direito. “Liberdade de expressão não se confunde com liberdade para o crime”, destacou o parlamentar em sua petição. A solicitação de bloqueio das redes sociais de Nikolas por 90 dias, com possibilidade de prorrogação, visa interromper o que Correia descreve como uma estratégia coordenada de ataques ao STF e de apoio a figuras investigadas, como Bolsonaro.
O Supremo ainda não se pronunciou oficialmente sobre a representação, mas a análise do caso deve reacender debates sobre os limites da atuação parlamentar e o papel das redes sociais na política. Enquanto isso, a polarização política no Brasil segue em alta, com atos como o da Avenida Paulista servindo de palco para embates entre apoiadores do bolsonarismo e defensores das instituições democráticas.
O que você acha dessa disputa? A ação de Rogério Correia é necessária para proteger a democracia ou excede os limites da liberdade de expressão? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe este artigo para ampliar o debate!
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