Reviravolta no CPA: Rocha quer Sérgio Gonçalves no TCE e Redano no governo
Manobra envolve Sérgio Gonçalves no TCE, Alex Redano no governo e Carla Redano na Assembleia
O cenário político de Rondônia para as eleições de 2026 está sendo desenhado com precisão cirúrgica, e no centro dessa estratégia está o governador Marcos Rocha (União Brasil). A ideia, concebida por Rocha, envolve uma articulação ousada para posicionar seu vice-governador, Sérgio Gonçalves (União Brasil), em uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO), destinada à Assembleia Legislativa.
O objetivo é claro: "limpar o caminho" para sua própria candidatura ao Senado, ao mesmo tempo em que pavimenta a ascensão do presidente da Assembleia, Alex Redano (Republicanos), ao governo estadual. Nesse tabuleiro, Redano garantiria a eleição de sua esposa, Carla Redano, atual prefeita de Ariquemes, para uma vaga na Assembleia, enquanto ele próprio disputaria a reeleição ao governo em 2026. Essa manobra, que reflete o pragmatismo político de Rocha, já movimenta os bastidores e promete redefinir as dinâmicas de poder no estado.
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A estratégia de Marcos Rocha
A ideia de indicar Sérgio Gonçalves ao TCE-RO partiu diretamente de Marcos Rocha, segundo fontes próximas ao governo. Reeleito em 2022 com 52,47% dos votos após uma disputa acirrada contra o senador Marcos Rogério (PL), Rocha vem patinando em construir alianças e neutralizar adversários.
Sua gestão enfrentou desafios significativos, como denúncias de irregularidades na compra de testes rápidos durante a pandemia e críticas à lentidão em obras como o Hospital Regional de Guajará-Mirim. Ainda assim, o governador tem capitalizado em promessas de avanços em saúde, infraestrutura e educação, como a realização de concursos públicos, para projetar sua imagem ao Senado.
A indicação de Gonçalves ao TCE-RO é uma peça-chave no plano de Rocha. O vice-governador, que já ocupou a Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e é um aliado fiel, ocuparia uma vaga estratégica no órgão responsável por fiscalizar as contas públicas. Essa movimentação abriria espaço para uma eleição indireta na Assembleia, onde Alex Redano, presidente da Casa, poderia ser escolhido como governador-tampão até o fim do mandato, em 2027. A articulação contaria com o apoio de alguns deputados estaduais, prefeitos e setores produtivos, consolidando Redano como um potencial sucessor de Rocha.
Aliado em Ascensão
Alex Redano, reeleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2025-2026, é uma figura central na estratégia concebida por Rocha. Com uma trajetória que vai de vereador em Ariquemes a deputado estadual com 13 mil votos em 2014, Redano é reconhecido por sua habilidade de articulação e gestão. Sua posse em fevereiro de 2025, prestigiada por autoridades como o próprio Rocha e o presidente do Tribunal de Justiça, Raduan Miguel, reforçou sua influência no cenário político.
Se assumir o governo como governador-tampão, Redano teria a máquina estadual a seu favor para disputar a reeleição em 2026, uma vantagem competitiva significativa. Além disso, a candidatura de sua esposa, Carla Redano, à Assembleia Legislativa, garantiria a continuidade do grupo político da família. Carla, em seu segundo mandato como prefeita de Ariquemes, é uma liderança consolidada na região e conta com a base eleitoral de Redano. Essa estratégia de perpetuação familiar é comum em Rondônia, onde clãs políticos frequentemente se alternam em cargos para manter o poder.
Sérgio Gonçalves e o papel do TCE
A indicação de Sérgio Gonçalves ao TCE-RO, idealizada por Rocha, reflete a relevância do Tribunal de Contas no xadrez político estadual. Composto por sete conselheiros, o TCE é um órgão cobiçado por sua influência no controle das contas públicas. A vaga em questão, destinada à Assembleia Legislativa, exige negociações delicadas com os deputados, mas a proximidade de Gonçalves com o grupo governista facilita a articulação. Com experiência administrativa na Sedi e como vice-governador, Gonçalves é visto como um nome tecnicamente preparado, mas sua indicação depende do aval de Redano e da base aliada na Assembleia.
O cenário político para 2026
O cenário eleitoral de 2026 em Rondônia é marcado por intensa disputa. Marcos Rocha, com 35,4% das intenções de voto para o Senado segundo a Paraná Pesquisa, enfrenta concorrentes de peso como o senador Marcos Rogério (PL), que lidera com 43,8%, e Confúcio Moura (MDB), com 15,2%. Na corrida pelo governo, nomes como o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD) e o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) despontam como possíveis candidatos. A articulação de Rocha, no entanto, dá vantagem ao grupo situacionista, especialmente se Redano assumir o governo interinamente.
Além disso, a base bolsonarista, representada por Marcos Rogério e aliados, mantém forte influência, enquanto a centro-esquerda, liderada por Confúcio Moura, busca se reorganizar. Nesse contexto, a estratégia de Rocha para posicionar Gonçalves no TCE e Redano no governo é uma tentativa de consolidar o União Brasil e seus aliados como protagonistas em 2026.
Desafios e críticas
A manobra idealizada por Rocha não está isenta de críticas. Adversários apontam que a indicação de Gonçalves ao TCE pode ser interpretada como uma tentativa de blindar aliados em cargos vitalícios, enquanto a ascensão de Redano ao governo seria uma forma de concentrar poder no grupo situacionista. Além disso, a gestão de Rocha enfrenta desafios como a conclusão de obras prometidas e a recuperação da imagem após escândalos. A oposição, liderada por figuras como Marcos Rogério, já sinaliza que usará esses pontos para desgastar o governador na campanha ao Senado.
A articulação concebida por Marcos Rocha para 2026 demonstra sua habilidade em navegar pelo complexo cenário político de Rondônia. Ao posicionar Sérgio Gonçalves no TCE, Alex Redano no governo e Carla Redano na Assembleia, Rocha busca garantir sua própria eleição ao Senado e a continuidade de seu grupo político no poder.
Contudo, o sucesso dessa estratégia dependerá de negociações na Assembleia, do desempenho da gestão estadual e da capacidade de neutralizar adversários em um cenário eleitoral competitivo. Rondônia, mais uma vez, se prepara para uma eleição que combinará pragmatismo, alianças familiares e intensas disputas de poder.
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