Relatório do Crea-RO condena ponte do rio Candeias do Jamari por risco de colapso
Vistoria aponta deformações e fissuras graves; DNIT planeja reforço emergencial
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (CREA-RO) realizou, no dia 13 de maio de 2025, uma vistoria técnica na ponte de concreto sobre o Rio Candeias do Jamari, em Candeias do Jamari, Rondônia, após denúncias de rachaduras e falhas estruturais. Oficializada pelo Ministério Público Federal (MPF) via protocolo nº PROO0023462325, a ação revelou deformações excessivas e fissuras graves, levando o CREA-RO a condenar a estrutura por risco iminente de colapso. Medidas urgentes são necessárias para garantir a segurança dos usuários.
Contexto e ação do CREA-RO
O CREA-RO, autarquia federal que regula profissões como engenharia e agronomia (Lei nº 5.194/1966), tem a missão de assegurar a execução técnica segura e ética. A vistoria foi conduzida por uma equipe qualificada, formada pelos engenheiros civis Hélvio Pantoja, Siguimar Francisco da Cruz e Oziany Gomes de Souza. Com inspeção visual e equipamentos como trena e câmera fotográfica, foram identificadas patologias críticas, incluindo fissuras, trincas e deformações no tabuleiro e nas vigas da ponte, inaugurada em 2009.
O CREA-RO enviou o Ofício nº 344/2025 ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), solicitando relatórios de monitoramento, laudos técnicos, contratos de manutenção e prazos para reparos. Até o momento, o DNIT não respondeu, gerando preocupações sobre a gestão da obra.
Condição crítica e condenação
Com apenas 16 anos de uso, a ponte apresenta desgaste incompatível com sua vida útil projetada, que deveria superar 50 anos (ABNT NBR 15575-1). A vistoria constatou deformações verticais de até 18,9 cm no vão central, excedendo o limite aceitável de 12,5 cm para uma estrutura de 100 metros. Fissuras generalizadas e superelevações anormais reforçam a gravidade do quadro, levando o CREA-RO a classificar a ponte como condenada, com risco significativo de colapso.
O relatório, baseado no método GUT (Gravidade, Urgência, Tendência), aponta situação crítica. Relatórios anteriores, como o da LSE em 2010, já indicavam desvios geométricos, sugerindo problemas crônicos não solucionados. A ausência de manutenção preventiva, conforme exigido pela Norma DNIT 010/2024, agravou o cenário.








Causas das anomalias
As principais causas das deformações e fissuras incluem:
Sobrecarga: Tráfego de veículos pesados acima da capacidade projetada, baseada na norma ABNT NBR 7188 de 1984, desatualizada frente aos padrões de 2013 e 2024.
Recalques diferenciais: Movimentos nas fundações alteraram a geometria, gerando esforços adicionais.
Falta de manutenção: Inspeções regulares, previstas pela Norma DNIT 010/2024, não foram realizadas adequadamente.
O Tribunal de Contas da União (TCU), em 2011, já criticava a gestão de obras do DNIT, embora avanços tenham sido registrados em 2021 com os sistemas SGO e MonaLisa.
Resposta do DNIT
Em visita à sede do DNIT em Porto Velho, no dia 14 de maio de 2025, o engenheiro Francisco Kleber Pimenta Aguiar informou que uma empresa foi contratada para um reforço estrutural emergencial. Cabos de protensão externos serão instalados para estabilizar a ponte, com peças em transporte de São Paulo. A medida é paliativa, visando segurança até uma reforma definitiva. O DNIT, porém, não forneceu prazos claros para início ou conclusão.
A protensão externa utiliza cabos de aço para comprimir o concreto, reduzindo fissuras e suportando cargas. A reforma geral, planejada posteriormente, exige análises detalhadas.
Recomendações do CREA-RO
Sem possibilidade de interromper o tráfego, o CREA-RO recomenda:
Pare-e-siga: Alternar o tráfego, concentrando-o no eixo central.
Controle de veículos pesados: Intercalar veículos leves e pesados.
Inspeção detalhada: Análises estruturais por engenheiros especializados.
Recuperação urgente: Reforço estrutural e substituição de materiais danificados.
Monitoramento contínuo: Acompanhamento para evitar colapso.
Impacto regional
A ponte é vital para a mobilidade em Candeias do Jamari, conectando comunidades e escoando cargas. Sua condenação gera preocupação entre moradores e motoristas, que temem interrupções ou acidentes. A falta de respostas do DNIT aumenta a incerteza, destacando a necessidade de transparência e agilidade.
O CREA-RO reitera seu compromisso com a segurança, cobrando ações imediat Aa fiscalização contínua e a pressão por respostas ao ofício são essenciais para restabelecer a funcionalidade da ponte.
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