"Psicopata", diz polícia sobre homem preso após deixar mala com corpo esquartejado em rodoviária de Porto Alegre
Vítima era namorada do assassino; crânio não foi encontrado e ele se recusa a dizer onde está; veja os detalhes desse caso escabroso
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu preventivamente, nesta sexta-feira (5), Ricardo Jardim, de 65 anos, suspeito de assassinar sua namorada e descartar partes do corpo dela em locais públicos de Porto Alegre. A prisão ocorreu após a divulgação de imagens de câmeras de segurança que mostraram o homem deixando uma mala com o torso da vítima no guarda-volumes da rodoviária da capital gaúcha. O caso é investigado como feminicídio, com indícios de planejamento meticuloso e intenção de desafiar as autoridades.
De acordo com o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios, Jardim é um publicitário que dominava técnicas de corte e demonstrava um "elevado grau de organização e capacidade criminosa". A polícia o descreve como um "psicopata", extremamente educado, frio e inteligente. "Este homem não pode estar em condições de convívio na sociedade. É uma pessoa que tem capacidade de cometer crimes na sociedade altíssima", afirmou Souza durante coletiva de imprensa.
As investigações revelam que Jardim criava perfis falsos na internet, utilizando imagens geradas por Inteligência Artificial (IA) de um jovem para atrair mulheres. A vítima, uma mulher de cerca de 50 anos cuja identidade não foi divulgada, era namorada do suspeito. A motivação do crime, segundo a polícia, foi "com a intenção de afrontar a sociedade". "Afrontar o estado, afrontar a polícia", explicou o delegado.
O homicídio ocorreu em 9 de agosto. Os braços e pernas da vítima foram encontrados em sacolas de lixo no bairro Santo Antônio, na Zona Leste de Porto Alegre, em 13 de agosto, em um local sem movimento ou câmeras de segurança. Sete dias depois, em 20 de agosto, o torso foi deixado na rodoviária, um espaço de grande circulação e monitoramento. A polícia acredita que a escolha dos locais e o intervalo de tempo foram intencionais. "Primeiro, em um lugar ermo. Depois, em um dos lugares mais movimentados do estado", destacou Souza.
Jardim tomou precauções para não ser identificado, como usar luvas, óculos, boné e máscara, mas ainda assim se expôs em um local monitorado. Para o delegado, isso indica que o suspeito "quis aparecer, embora tenha tomado muitos cuidados". "Ele poderia ter sido abordado, por exemplo, porque não é normal uma pessoa estar assim na rua. Então, ele tomou medidas, mas, de certa forma, ele se expôs", comentou Souza. Além disso, há indícios de que ele deixou pistas falsas na mala e fez denúncias anônimas à polícia, como se quisesse "controlar os atos do estado" e estar "um passo à frente". "Parecia que ele estava querendo controlar os atos do estado, os atos da polícia. Parecia que ele queria estar um passo à frente da polícia", explicou o delegado.
A mala permaneceu 12 dias no guarda-volumes até que funcionários, alertados por um cheiro forte, a abriram e encontraram o corpo. Henrique Zamora Rodrigues, supervisor do setor, relatou: "Agora no fim de semana, por causa do calor, começou a exalar cheiro ali dentro, e hoje estava insuportável. Tentei contato com os dados que tinham passado, mas não consegui nenhum contato, até para poder descartar". Após quebrar o cadeado, eles viram o torso embrulhado em sacos plásticos e acionaram a polícia. "Fomos abrir, quebrei o cadeado, estava com vários sacos plásticos preto e vimos um tronco, que não era de animal, e acionamos a polícia na hora. Retiraram o corpo e o cheiro segue ali no ar", contou Rodrigues.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou via teste de DNA que as partes do corpo pertencem à mesma vítima. A polícia investiga se houve coautores no crime e busca o crânio, que ainda não foi localizado. Jardim não informou seu paradeiro, e há suspeita de que planejava um terceiro ato com essa parte do corpo. Além disso, os dedos da vítima foram cortados, impedindo identificação por impressões digitais.
Após deixar a mala, o suspeito foi para a Zona Norte de Porto Alegre, onde visitou um estabelecimento comercial e uma pousada. Ele foi identificado por imagens de câmeras do comércio, onde abaixou a máscara momentaneamente. A divulgação das imagens na quinta-feira (4) levou à sua prisão. No momento da detenção, em uma pousada no bairro São João, Jardim portava o celular da vítima, que utilizava para enviar mensagens se passando por ela, com o objetivo de atrasar o registro de seu desaparecimento.
O histórico criminal de Jardim agrava o caso. Em 2015, ele assassinou sua mãe, Vilma Jardim, de 76 anos, com 13 facadas no Dia das Mães, motivado por uma herança de seguro de vida de R$ 400 mil do pai. Ele ocultou o cadáver concretando-o em um armário no apartamento onde moravam, no bairro Mont'Serrat. Condenado em 2018 a 28 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e posse ilegal de arma, Jardim progrediu para o regime semiaberto no ano passado, mas tornou-se foragido do sistema penitenciário. A precisão dos cortes no corpo da vítima atual sugere possível participação de outros envolvidos, o que segue em apuração.
O caso chocou a sociedade gaúcha e reforça debates sobre feminicídio, segurança pública e a necessidade de penas mais severas, como a prisão perpétua para criminosos reincidentes e perigosos como Jardim, descrito como um psicopata pela polícia. A Polícia Civil combinou métodos tradicionais, como distribuição de fotos em bairros, com técnicas modernas para resolver o crime.
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