Produtores americanos de soja em alerta: Guerra comercial com a China ameaça colheita e subsistência
Produtores nos Estados Unidos enfrentam perdas bilionárias e aumento de falências, enquanto Pequim prioriza fornecedores sul-americanos em retaliação às tarifas impostas por Donald Trump
A temporada de colheita de soja nos Estados Unidos, que começou em setembro, traz mais ansiedade do que otimismo para os produtores americanos. As tensões comerciais renovadas entre Washington e Pequim, sob o segundo mandato do presidente Donald Trump, do Partido Republicano, estão fechando as portas para o maior mercado global de oleaginosas. China, responsável por cerca de 50% das exportações americanas de soja em anos anteriores, parou de comprar o produto dos EUA desde maio de 2025, forçando agricultores a buscar alternativas limitadas e subsidiadas pelo governo.
Esses fazendeiros, muitos dos quais apoiaram Trump em 2024, são as primeiras vítimas diretas da escalada tarifária. Em resposta às novas tarifas americanas sobre produtos chineses, incluindo eletrônicos e bens industriais, Pequim elevou os impostos sobre a soja dos EUA para 20%, tornando-a menos competitiva em relação à produzida na América do Sul. Segundo a Associação Americana de Soja (ASA), isso resultou em uma queda de 80% nas exportações para a China no primeiro semestre de 2025, de 26,5 milhões de toneladas em 2024 para apenas 5,8 milhões de toneladas este ano.
Os preços da soja americana despencaram de US$ 16,80 para cerca de US$ 9 por bushel desde o início da nova fase da guerra comercial, gerando perdas estimadas em US$ 19 por acre em uma safra projetada para 83,4 milhões de acres.
Travis Hutchinson, agricultor de 54 anos em Maryland, no leste dos EUA, cultiva soja e milho em uma propriedade de mais de 1.375 hectares junto à família. Apesar de prever uma boa colheita, ele admite incertezas financeiras graves. “Os preços da oleaginosa caíram consideravelmente devido à guerra comercial”, declara Hutchinson, que não se opõe à pressão de Trump sobre Pequim, mas clama por soluções duradouras. “Eu não me opunha ao presidente tentar pressionar o governo chinês. São necessários melhores acordos comerciais”, afirma, expressando frustração pela prolongação do impasse.
A decepção ecoa entre os produtores. Caleb Ragland, presidente da ASA, lamenta o impacto no comércio bilateral, que movimentou US$ 12,6 bilhões em 2024. “É muito decepcionante. Os produtores de soja enfrentam dificuldades financeiras”, diz Ragland, destacando que a China, agora, atende 95% de suas necessidades com importações do Brasil e da Argentina. Em setembro, a Argentina suspendeu impostos sobre exportações de soja, ampliando sua vantagem competitiva e agravando a crise nos EUA.
Nos estados centrais, como Iowa e Minnesota, a situação é crítica. David Burrier, produtor local, prevê que, na melhor das hipóteses, apenas 40% de sua produção será vendida a preço de custo. “Este ano será muito difícil para que a China compre soja”, alerta.
Scott Gerlt, economista-chefe da ASA, explica que os silos estão lotados nos centros de produção, mas sem saídas para a costa oeste, principal rota para a Ásia. Para ele, o cenário de 2025 é pior que o de 2018, quando os agricultores perderam US$ 27 bilhões em exportações e receberam US$ 23 bilhões em subsídios do governo Trump. Hoje, com o setor já fragilizado por secas e inflação, as falências de fazendas subiram 50% em relação a 2024, segundo Chad Hart, professor da Universidade Estadual de Iowa.
Em resposta, Trump prometeu redirecionar receitas de tarifas para auxiliar os produtores, mas sem detalhes concretos. Na sexta-feira passada, o presidente anunciou tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e cancelou uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping, marcada para daqui a duas semanas, citando restrições de Pequim a exportações de terras raras.
Hutchinson vê a ajuda como paliativa: “Somos agricultores de longo prazo”, enfatiza, priorizando um acordo comercial estável.
Nas redes sociais, o descontentamento é palpável. Postagens recentes no X (antigo Twitter) de agricultores e analistas destacam o “colapso do comércio de soja” e culpam a política de Trump por priorizar confrontos em detrimento da economia rural.
Um usuário ironizou: “Trump fodeu os fazendeiros americanos de forma épica”, referindo-se à perda da posição de principal fornecedor para o Brasil. Jornais como The Guardian e Reuters reforçam que a diversificação chinesa é irreversível, com importações recordes de setembro vindas da América Latina.
A crise não afeta apenas os EUA: a União Europeia observa riscos de longo prazo, com o colapso das exportações americanas remodelando o comércio global de soja.
Para os produtores, como os de Kansas e Virgínia, o foco agora é sobreviver à estagnação, enquanto aguardam negociações que parecem distantes.
O que você acha dessa escalada comercial? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo e ajude a espalhar esta análise – marque amigos e colegas para debatermos o impacto global!
Palavras-chave: guerra comercial EUA-China, produtores de soja americanos, tarifas Trump, exportações de soja, ASA, agricultura nos EUA, falências rurais, Brasil soja.
Hashtags: #PainelPolitico #GuerraComercial #SojaEUA #TrumpChina #AgriculturaGlobal #EconomiaRural
Siga o Painel Político nas redes sociais:
Twitter: @painelpolitico
Instagram: @painelpolitico
LinkedIn: Painel Político
Junte-se ao debate em tempo real!
Canal no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029Va4SW5a9sBI8pNwfpk2Q
Telegram: https://t.me/PainelP