Prisão de Vorcaro foi antecipada por risco de fuga; banqueiro pode ter sido avisado e iria para Dubai
Suspeita de vazamento de mandado antecipou ação; Banco Central decreta liquidação extrajudicial da instituição em meio a escândalo bilionário
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, a Operação Compliance Zero, que resultou na prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, por suspeitas de graves irregularidades na gestão da instituição financeira. A ação, que investiga a emissão de títulos de crédito falsos e a fabricação de carteiras de crédito sem lastro real, ganhou contornos dramáticos na véspera, quando agentes interceptaram o empresário em uma tentativa de fuga para o exterior. Menos de 24 horas depois, o Banco Central (BC) anunciou a liquidação extrajudicial do banco, frustrando negociações recentes de venda e expondo vulnerabilidades no Sistema Financeiro Nacional.
A operação foi desencadeada após meses de monitoramento pela Polícia Federal, que apurou indícios de que o Banco Master teria criado carteiras de crédito fictícias para vendê-las a outras instituições, como o Banco de Brasília (BRB), controlado pelo governo do Distrito Federal. Esses ativos, sem respaldo econômico adequado, foram posteriormente substituídos por papéis irregulares, sem avaliação técnica apropriada, configurando crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária e associação criminosa, além de outras infrações ao sistema financeiro. As investigações revelam que as fraudes podem ter movimentado bilhões de reais, afetando credores e o mercado como um todo.
Na noite de segunda-feira, 17 de novembro, os investigadores detectaram movimentações suspeitas de Vorcaro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O empresário, que reside em uma mansão no bairro Jardim Europa, na capital paulista, preparava-se para embarcar em um jatinho particular com destino a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A suspeita é de que informações sobre o mandado de prisão preventiva já haviam vazado, permitindo a tentativa de evasão. “A Polícia Federal agiu com agilidade para frustrar a fuga, garantindo o cumprimento da ordem judicial”, informou a superintendência da corporação em São Paulo, em nota oficial divulgada após a detenção, ocorrida por volta das 22h.
Vorcaro, de 48 anos e conhecido por seu estilo de vida ostensivo – incluindo festas milionárias e investimentos em esportes como o futebol mineiro –, foi conduzido imediatamente à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde permanece à disposição da Justiça. A defesa do banqueiro não se manifestou até o momento sobre as acusações ou a tentativa de embarque. Outro alvo da operação, Augusto Lima, sócio de Vorcaro no Banco Master, não foi localizado em sua residência durante as buscas.
A deflagração completa da operação ocorreu na manhã desta terça-feira, com o cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia. As ações visam desmantelar a rede de fraudes que, segundo as investigações, envolvia a emissão de títulos sem lastro para inflar o balanço patrimonial do banco e facilitar negociações de venda. Um dos episódios mais graves apontados é a tentativa de aquisição do Banco Master pelo BRB, anunciada em março de 2025 por R$ 2 bilhões, mas que agora está comprometida pelas irregularidades.
O caso ganha contornos ainda mais complexos com revelações de ligações do Banco Master a gestoras de fundos sob suspeita de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC), como a Reag Investments, sócia da instituição e de figuras como o empresário Nelson Tanure. Relatórios da Polícia Federal e do Banco Central, datados de agosto de 2025, indicam que mais da metade dos fundos administrados pelo Master estava sob administração de empresas alvos de operações contra o crime organizado. Além disso, o banco aceitou garantias questionáveis, como um terreno que valorizou 11 mil% em apenas 25 dias, contratando escritórios com conexões indiretas a figuras públicas.
Em um desfecho acelerado, o Banco Central decretou, na manhã de 18 de novembro, a liquidação extrajudicial do Banco Master, sob regime de administração especial temporária por 120 dias. A medida, assinada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, encerra imediatamente as operações da instituição e transfere a responsabilidade pelo ressarcimento de credores ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre depósitos até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. A decisão veio menos de um dia após o Grupo Fictor manifestar interesse em adquirir o banco, anulado agora pela intervenção regulatória. “A liquidação visa proteger o sistema financeiro e os depositantes, em face de graves irregularidades detectadas”, afirmou o BC em comunicado oficial.
O escândalo do Banco Master não é isolado. Fundado em 2018, o banco cresceu exponencialmente durante o governo anterior, sob a gestão de Ilan Goldfajn no BC, mas acumulou denúncias de risco excessivo e precatórios superfaturados. Vorcaro, um bolsonarista declarado, usou sua influência para atrair investidores, incluindo aportes de R$ 200 milhões no Atlético-MG, mas o modelo de negócios baseado em CDBs de alto rendimento (acima de 120% do CDI) e ativos tóxicos levou à insolvência. Analistas apontam que a falta de supervisão rigorosa permitiu o desvio de recursos, afetando milhares de clientes e expondo falhas na regulação bancária brasileira.
Especialistas em direito financeiro consultados por veículos como O Globo e Folha de S.Paulo destacam que a operação reforça a importância de compliance em instituições financeiras. “Casos como esse demandam transparência e punição exemplar para restaurar a confiança no mercado”, comentou um jurista especializado, sob condição de anonimato. O BRB, por sua vez, informou que está colaborando com as investigações e que a aquisição estava condicionada a aprovações regulatórias, agora inviáveis.
Enquanto Vorcaro aguarda audiência de custódia, a liquidação do Banco Master abre espaço para questionamentos sobre a governança no setor. O episódio, que movimenta o eixo Rio-São Paulo-Brasília, pode resultar em ações civis e penais adicionais, com impactos em outros players do mercado.
O que você acha dessa operação? Ela expõe falhas sistêmicas no sistema financeiro brasileiro ou é um caso isolado de má gestão? Comente abaixo sua opinião e compartilhe este artigo para debatermos juntos!
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