Primeira-dama do Tocantins é afastada de secretaria; ex-marido teria recebido R4 1,3 milhão, diz PF
Wanderlei Barbosa e Primeira-Dama Karynne Sotero são investigados por suspeita de fraudes em contratos de cestas básicas durante a Pandemia de Covid-19 – Prejuízo pode ultrapassar R$ 73 Milhões
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, a segunda fase da Operação Fames-19, que investiga desvios de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas no estado do Tocantins durante a pandemia de Covid-19. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) do cargo por 180 dias, em decisão referendada pela Corte Especial.
A primeira-dama Karynne Sotero Campos, que ocupa o cargo de secretária extraordinária de Participações Sociais, também foi afastada de suas funções. O prejuízo estimado aos cofres públicos supera R$ 73 milhões, envolvendo crimes como frustração ao caráter competitivo de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de capitais e formação de organização criminosa.
De acordo com as investigações, Paulo César Lustosa Limeira, ex-marido de Karynne Sotero, teria recebido R$ 1.359.074,12 de uma das empresas contratadas para distribuir cestas básicas. Para a PF, ele atuava como intermediário na negociação de propinas em contratos do governo estadual e até em prefeituras. Informações obtidas após a apreensão de seu celular na primeira fase da operação indicam sua participação ativa em atividades de uma das empresas envolvidas, incluindo presença em galpões de fornecedores.
Entre julho de 2020 e julho de 2022, Paulo César realizou saques de R$ 665.015,63, com indícios de lavagem de dinheiro. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que uma das empresas direcionou 58 lançamentos para ele, totalizando R$ 521.263,81.
Na decisão do STJ, o ministro Mauro Campbell destacou que a proximidade de Paulo César com a primeira-dama garantia "amplo acesso" à cúpula do governo. "O teor dos diálogos evidencia, a um só tempo, não apenas o trânsito e a influência de Paulo César Lustosa no governo do Estado, como também comprova o intenso envolvimento de Karynne Sotero, primeira dama do Estado, e de seu esposo, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa Castro, na medida em que todas as contratações dependiam da boa vontade do poder executivo estadual, propiciada não apenas pela intermediação conduzida por Karynne, como também, pela ciência e aquiescência de Wanderlei", afirmou o ministro na decisão. As fraudes teriam ocorrido entre 2020 e 2024, abrangendo os governos de Mauro Carlesse (Agir) e Wanderlei Barbosa, com indícios de fraudes em licitações e indicação prévia de empresas vencedoras.
As apurações também ligam o esquema ao Instituto para o Desenvolvimento e Gestão Social Esportiva e Cultural (Idegeses), uma das entidades contratadas que, segundo a PF, não entregava as cestas básicas, mas as pegava emprestadas de outras empresas para burlar fiscalizações da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas).
O Idegeses recebeu pagamentos até julho de 2024 via Secretaria Estadual dos Esportes e Juventude, anteriormente titularizada por Karynne Sotero. Karynne presidiu o instituto de 17 de janeiro de 2013 a 16 de outubro de 2019 e, mesmo após deixar o cargo, mantinha as chaves da instituição, indicando continuidade na relação. As verbas eram usadas para aproximar-se do núcleo político do governador.
Em nota oficial, o governador Wanderlei Barbosa classificou a decisão como "medida precipitada", enfatizando que os pagamentos ocorreram entre 2020 e 2021, durante a gestão anterior, quando ele era vice-governador e não ordenador de despesas. Ele reforçou que determinou auditorias pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Controladoria-Geral do Estado (CGE), e que acionará meios jurídicos para reassumir o cargo.
A primeira-dama Karynne Sotero, em sua nota, reiterou respeito à decisão do STJ e afirmou que se dedicará à defesa para comprovar "minha total ausência de participação nos fatos", desejando esclarecimento rápido pelo bem do povo tocantinense.
A defesa do ex-governador Mauro Carlesse lamentou os acontecimentos e esclareceu que "inexistiu qualquer ato ou decisão de sua responsabilidade relacionado aos fatos apurados", destacando que ele não é investigado nem alvo de medidas na operação.
A operação também incluiu buscas em gabinetes de deputados estaduais, mas o STJ negou pedidos de afastamento deles. Com o afastamento, o vice-governador Laurez Moreira assume interinamente o Palácio Araguaia.
Palavras-chave: Operação Fames-19, Tocantins, Wanderlei Barbosa, Karynne Sotero, Paulo César Lustosa, desvio de recursos, cestas básicas, pandemia Covid-19, STJ, Polícia Federal, corrupção, lavagem de dinheiro.
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