Por que Sérgio Gonçalves deveria optar pelo TCE em vez da corrida pelo governo de Rondônia?
A estratégia política que pode salvar a governabilidade e evitar traições no Palácio Rio Madeira
Rondônia vive um momento de efervescência política com as eleições de 2026 se aproximando, e o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil) está no centro de uma encruzilhada que pode definir não apenas seu futuro político, mas também o equilíbrio de forças no estado. Enquanto especulações sobre sua possível candidatura ao governo ganham força, uma análise mais profunda sugere que sua nomeação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) seria uma jogada estratégica tanto para ele quanto para o governador Marcos Rocha (União Brasil). Este artigo explora os motivos pelos quais Sérgio deveria considerar o TCE, os riscos de sua permanência no governo, os desafios de uma candidatura ao Palácio Rio Madeira e o paralelo com a estratégia adotada no Rio de Janeiro por Cláudio Castro.
As pesquisas eleitorais: Sérgio Gonçalves não decola
Sérgio Gonçalves, apesar de sua posição como vice-governador, não tem logrado êxito nas pesquisas de intenção de voto para o governo de Rondônia. Segundo levantamento da Paraná Pesquisas, publicado em abril de 2025, Sérgio aparece com apenas 2,6% das intenções de voto, ficando muito atrás de nomes como o senador Marcos Rogério (PL), com 27,2%, o ex-governador Ivo Cassol (PP), com 26,5%, o deputado estadual Adaílton Fúria (PSD), com 18%, e o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (União Brasil), com 14,6%. Essa posição marginal nas sondagens indica que Sérgio enfrenta dificuldades para consolidar sua imagem como um candidato competitivo, especialmente em um cenário dominado por figuras de peso com maior recall e base política consolidada.

Contexto Eleitoral e Desempenho nas Pesquisas
As pesquisas recentes indicam que Sérgio Gonçalves enfrenta dificuldades significativas para se viabilizar como candidato ao governo. Uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, realizada entre 9 e 13 de abril de 2025, com 1.640 entrevistados em 35 municípios de Rondônia, revelou os seguintes números para a disputa pelo governo em 2026, com nível de confiança de 95% e margem de erro de 2,5%:
A baixa performance nas pesquisas reflete a falta de tração de Sérgio entre o eleitorado, o que pode ser atribuído à sua atuação mais discreta como vice-governador e à ausência de um projeto político que o destaque em um estado onde nomes como Marcos Rogério e Ivo Cassol têm forte apelo popular. Tentar a eleição para governador seria, portanto, uma aposta arriscada, com grandes chances de insucesso, o que poderia comprometer sua trajetória política a longo prazo.
O risco de traição e a instabilidade política
Um dos maiores perigos de Sérgio permanecer como vice-governador é a possibilidade de ele assumir o governo caso Marcos Rocha deixe o cargo para disputar o Senado em 2026. Essa transição, embora prevista constitucionalmente, traz riscos significativos de instabilidade. Não há garantias de que Sérgio, uma vez no comando do Palácio Rio Madeira, manteria lealdade aos projetos e aliados de Rocha. A história política de Rondônia é repleta de exemplos de divisões em bases governistas que resultaram em derrotas eleitorais. Como destacado em uma análise do portal Rondoniaovivo, quando as bases governistas se dividem, a oposição tende a se fortalecer, citando casos como as derrotas de Orestes Muniz (MDB) em 1990, Chiquilito em 1994, e Maurão de Carvalho em 2018.
Se Sérgio assumisse o governo, ele poderia usar a visibilidade do cargo para construir sua própria candidatura, potencialmente rivalizando com os interesses de Rocha e fragmentando ainda mais a base aliada. Essa “traição” política, ainda que não intencional, seria um golpe duro para o projeto de reeleição de Marcos Rocha ao Senado, especialmente em um cenário onde a direita rondoniense já está dividida entre diferentes lideranças.
O paralelo com Cláudio Castro no Rio de Janeiro
Um exemplo recente de como lidar estrategicamente com a sucessão de um vice-governador pode ser encontrado no Rio de Janeiro. O governador Cláudio Castro (PL) nomeou seu vice, Thiago Pampolha, para o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), uma jogada que garantiu a governabilidade e evitou conflitos na transição para sua reeleição. Ao indicar Pampolha para o TCE, Castro removeu a possibilidade de um vice assumir o governo e utilizar a máquina pública para construir uma candidatura concorrente, ao mesmo tempo em que assegurou um aliado em uma posição estratégica no tribunal. Essa manobra foi amplamente elogiada como uma forma de consolidar o poder e evitar rachas na base aliada.
Em Rondônia, a nomeação de Sérgio Gonçalves ao TCE seguiria uma lógica semelhante. O cargo no Tribunal de Contas oferece estabilidade, influência e uma posição de prestígio, sem os riscos de uma disputa eleitoral incerta. Além disso, a saída de Sérgio abriria espaço para o presidente da Assembleia, Alex Redano mais alinhado com seus planos para 2026, fortalecendo sua candidatura ao Senado e garantindo maior coesão na base governista.
A direita dividida e os adversários de peso
A disputa pelo governo de Rondônia em 2026 promete ser acirrada, com a direita fragmentada entre nomes de peso. O senador Marcos Rogério, com sua forte base eleitoral e trajetória como vereador, deputado federal e senador, lidera as pesquisas com 27,2%. Ivo Cassol, ex-governador e figura carismática no estado, aparece com 26,5% e, caso consiga reverter sua inelegibilidade, será um concorrente formidável. Adaílton Fúria, prefeito de Cacoal e ex-deputado estadual, também surge como uma força ascendente, com 18% das intenções de voto, atraindo apoio de eleitores que buscam renovação.
Nesse cenário, Sérgio Gonçalves enfrentaria uma batalha quase impossível. Sua baixa popularidade nas pesquisas e a falta de uma base eleitoral sólida o colocam em desvantagem contra esses nomes, todos com maior projeção e experiência em disputas majoritárias. Além disso, a divisão da direita, com múltiplos candidatos conservadores, poderia beneficiar a oposição, como já ocorreu em eleições passadas em Rondônia, onde rachas na base governista levaram a vitórias de adversários.
O impacto na candidatura de Marcos Rocha ao Senado
A permanência de Sérgio como vice-governador também pode atrapalhar diretamente os planos de Marcos Rocha para o Senado em 2026. Como apontado em análises políticas, a substituição de Júnior Gonçalves, irmão de Sérgio, na Casa Civil por Elias Resende é vista como uma tentativa de fortalecer a relação entre o Executivo e a Assembleia Legislativa, além de pavimentar o caminho para a candidatura de Rocha ao Senado. Se Sérgio permanecesse no governo e assumisse o cargo de governador interino, sua gestão poderia desviar recursos e atenção da campanha de Rocha, além de criar tensões com aliados que esperam apoio do governo para suas próprias candidaturas.
A nomeação de Sérgio ao TCE resolveria esse impasse, garantindo que Rocha mantenha o controle político até o fim de seu mandato e possa focar em sua campanha senatorial sem a sombra de um vice que, intencionalmente ou não, poderia desestabilizar sua base.
Risco de Deslealdade e Instabilidade Política
Um ponto crítico é o que poderia ocorrer se Marcos Rocha, atual governador, deixar o cargo para concorrer ao Senado em 2026, como indicam os planos políticos recentes. Nesse caso, Sérgio Gonçalves assumiria o governo, mas há incertezas sobre sua lealdade aos projetos de Rocha.
Essa movimentação sugere que a relação entre Rocha e os Gonçalves pode não ser tão harmoniosa, e uma eventual gestão de Sérgio como governador poderia gerar instabilidades, potencialmente prejudicando a campanha de Rocha ao Senado.
Historicamente, Rondônia já enfrentou episódios de divisões em bases governistas que resultaram em derrotas eleitorais, como as de Orestes Muniz (MDB) em 1990, Chiquilito em 1994 e Maurão de Carvalho em 2018. Se Sérgio assumisse o governo, ele poderia usar a máquina pública para construir sua própria base, rivalizando com os interesses de Rocha e fragmentando ainda mais a direita.
Todos ganhariam com a ida de Sérgio ao TCE
A nomeação de Sérgio Gonçalves ao TCE traria benefícios para todas as partes envolvidas. Para Sérgio, seria a chance de ocupar um cargo vitalício, com influência significativa na fiscalização das contas públicas, sem os riscos de uma disputa eleitoral incerta. Para Marcos Rocha, seria a garantia de maior controle sobre a sucessão e a possibilidade de escolher um candidato alinhado com seu projeto ao Senado. Para a base governista, a medida evitaria divisões internas que poderiam beneficiar a oposição. Por fim, para o estado, a indicação de Sérgio ao TCE poderia trazer maior estabilidade política, evitando os rachas que historicamente prejudicaram gestões em Rondônia.
Sérgio Gonçalves enfrenta um cenário desafiador em Rondônia. Sua baixa performance nas pesquisas, o risco de desestabilizar a base governista e a força de adversários como Marcos Rogério, Ivo Cassol e Adaílton Fúria tornam sua candidatura ao governo uma aposta de alto risco. A nomeação ao TCE, inspirada na estratégia bem-sucedida de Cláudio Castro no Rio de Janeiro, seria uma solução estratégica que garantiria estabilidade para o governo, fortaleceria a candidatura de Marcos Rocha ao Senado e abriria espaço para Júnior Gonçalves retomar um papel central na gestão. Em um estado onde a divisão da direita já custou caro no passado, evitar novos rachas é essencial para o futuro político de Rondônia.
Palavras-chave: Sérgio Gonçalves, Tribunal de Contas, Rondônia, Marcos Rocha, eleições 2026, Marcos Rogério, Ivo Cassol, Adaílton Fúria, Cláudio Castro, direita dividida, Casa Civil, Júnior Gonçalves, política rondoniense.
Hashtags: #PolíticaRO #Eleições2026 #SérgioGonçalves #MarcosRocha #TCE #Rondônia #MarcosRogério #IvoCassol #AdaíltonFúria #CláudioCastro #DireitaDividida