Policiais penais frustram tentativa de entrega de celulares no Presídio 603 em Porto Velho
Operação realizada na madrugada desta terça-feira reforça combate ao crime organizado dentro do sistema penitenciário de Rondônia
Por volta das 4 horas da manhã desta terça-feira, 10 de junho de 2025, policiais penais do Presídio 603, localizado em Porto Velho, capital de Rondônia, realizaram uma operação bem-sucedida que resultou na apreensão de diversos aparelhos celulares e carregadores destinados a presos ligados a facções criminosas. A ação, conduzida com base em informações de inteligência, destaca o trabalho contínuo das forças de segurança para coibir a comunicação ilícita dentro do sistema prisional, uma prática que fortalece o crime organizado.
De acordo com informações preliminares, os agentes identificaram o momento em que membros de facções tentaram lançar os objetos por cima do muro do presídio, uma tática comum para fornecer meios de comunicação aos detentos. A rápida resposta da equipe penitenciária impediu que os itens chegassem aos presos, reforçando a segurança da unidade. Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre a quantidade exata de celulares e carregadores apreendidos, nem sobre a identificação dos envolvidos, mas a operação evidencia os desafios enfrentados pelo sistema penitenciário no combate à influência de facções.
Contexto de violência e facções em Porto Velho
O Presídio 603, conhecido oficialmente como Penitenciária Estadual Milton Gavetti, é uma das unidades prisionais de Porto Velho que frequentemente enfrenta problemas relacionados à atuação de facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Essas organizações utilizam celulares para coordenar atividades criminosas de dentro das prisões, incluindo tráfico de drogas, extorsão e até ordens de assassinatos. A recente onda de violência na capital rondoniense, que incluiu 42 incêndios criminosos em ônibus e outros alvos em janeiro de 2025, segundo a Jovem Pan, reforça a necessidade de ações como a realizada hoje.
A atuação de facções em Rondônia não é novidade. Um levantamento do Ministério da Justiça, publicado pelo Metrópoles, aponta que 88 grupos criminosos operam no Brasil, com forte presença no Nordeste e em estados como Rondônia, onde o PCC e o CV disputam territórios e influência. Em Porto Velho, a violência associada a essas facções tem gerado preocupação, com registros de homicídios e ataques coordenados. A apreensão de celulares no Presídio 603 é, portanto, um passo importante para interromper essas redes de comando.
O papel dos agentes penitenciários
Os agentes penitenciários desempenham um papel crucial na manutenção da ordem e da segurança no sistema prisional. Em Rondônia, o trabalho desses profissionais é desafiador, especialmente diante de tentativas frequentes de introdução de itens proibidos nas unidades. Em 2023 e 2024, operações semelhantes em presídios do Rio de Janeiro resultaram na apreensão de 16 mil celulares, segundo o jornal O Dia, o que demonstra a escala do problema em nível nacional. A instalação de bloqueadores de sinal de celular, como os mencionados na operação carioca, é uma medida que poderia ser considerada em Rondônia para reforçar a segurança.
Além disso, a ação no Presídio 603 ocorre em um contexto de crescente tensão no sistema penitenciário brasileiro. Em São Paulo, por exemplo, um “salve geral” do PCC, apreendido em setembro de 2024, ordenava a identificação de agentes penitenciários, colocando esses profissionais em risco. A morte de um policial penal em Osasco, em janeiro de 2025, foi associada a uma ordem semelhante, segundo o Metrópoles. Esses episódios reforçam a importância de operações de inteligência e vigilância, como a realizada em Porto Velho, para proteger tanto os agentes quanto a sociedade
Esforços para conter o crime organizado
A Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) de Rondônia ainda não divulgou um comunicado oficial sobre a operação desta terça-feira, mas a ação alinha-se com esforços mais amplos para combater o crime organizado. Em fevereiro de 2025, uma operação no presídio de Itaitinga, no Ceará, frustrou uma tentativa de fuga de 12 presos ligados a uma facção carioca, segundo o Diário do Nordeste. No Rio de Janeiro, a transferência de líderes de facções para presídios federais tem sido uma estratégia recorrente para desarticular suas redes de comando. Desde 2023, 34 criminosos de alta periculosidade foram transferidos no estado fluminense, conforme reportado pela Agência Brasil.
Em Porto Velho, a presença da Força Nacional, enviada após os ataques de janeiro, demonstra o compromisso das autoridades em reforçar a segurança. A operação no Presídio 603 é mais um exemplo de como a vigilância constante e o trabalho de inteligência são essenciais para conter a influência das facções. No entanto, especialistas apontam que medidas estruturais, como a construção de muralhas em presídios federais, prometidas pelo governo federal, ainda enfrentam atrasos, como reportado pela Gazeta do Povo. A demora em projetos como o da Penitenciária Federal de Porto Velho, cuja obra foi licitada mas apresenta falhas técnicas, pode comprometer a eficácia de longo prazo dessas ações.
Desafios e perspectivas
A apreensão de celulares e carregadores no Presídio 603 é uma vitória pontual, mas o combate às facções criminosas exige medidas contínuas e integradas. A influência de grupos como o PCC e o CV, que operam em nível nacional e internacional, depende de sua capacidade de comunicação, o que torna a interrupção de redes ilícitas dentro dos presídios uma prioridade. Além disso, a segurança dos agentes penitenciários precisa ser reforçada, com treinamento, equipamentos adequados e proteção contra retaliações.
A sociedade de Porto Velho, que ainda se recupera dos impactos da violência de janeiro, espera que ações como a de hoje contribuam para reduzir a insegurança. O diálogo entre o governo estadual, as forças de segurança e o sistema penitenciário federal será fundamental para enfrentar esses desafios. Enquanto isso, os agentes penitenciários do Presídio 603 seguem na linha de frente, demonstrando coragem e dedicação em um cenário de alta complexidade.
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