PF deflagra operação em Rondônia e Roraima para prender financiadores de garimpo ilegal na Terra Yanomami
Operação Taurus Aureus cumpre cinco mandados de prisão, 15 de busca e apreensão e o bloqueio de R$ 834 mil em bens dos investigados
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (3), a operação Taurus Aureus, com o objetivo de combater a logística e o financiamento das organizações que favorecem o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A operação é parte de um esforço contínuo para desmantelar as redes que sustentam essa atividade ilegal, que tem causado sérios danos ambientais e sociais na região.
Detalhes da Operação
A operação Taurus Aureus está ligada à Operação Libertação, iniciada em fevereiro de 2023, e visa a expulsão dos garimpeiros invasores do território Yanomami. Nesta fase, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva, a serem cumpridos nos estados de Roraima e Rondônia. Até o momento, três pessoas foram presas: uma em Boa Vista, uma no interior de Roraima e outra em Rondônia. Além disso, foram bloqueados R$ 834 mil em bens dos investigados.
Entre os alvos da operação estão indivíduos responsáveis por coordenar a logística do garimpo, incluindo a compra de gado com dinheiro proveniente do garimpo ilegal. A ação também mira financiadores, donos de maquinários, e aqueles que compram o ouro extraído ilegalmente. Durante as buscas, foram apreendidos R$ 60 mil em espécie, cinco armas, quatro carros e joias.
Contexto e Impacto
A Terra Indígena Yanomami, que abrange quase 10 milhões de hectares, é o maior território indígena do Brasil e está localizada nos estados do Amazonas e Roraima. A região abriga cerca de 31 mil indígenas, que vivem em 370 comunidades. Desde janeiro de 2023, a área está em emergência de saúde, com o governo federal implementando ações para atender os indígenas, incluindo o envio de profissionais de saúde e cestas básicas
A operação da PF destaca a complexidade do garimpo ilegal, que envolve não apenas garimpeiros, mas também uma rede de financiadores e apoiadores logísticos. O delegado da PF Michel Saliba enfatizou a importância de descapitalizar essas organizações para enfraquecê-las e impedir sua reestruturação. O valor de uma das máquinas usadas na extração ilegal ultrapassava R$ 400 mil, ilustrando a magnitude do investimento no garimpo ilegal.
Apple Watch Ultra 2 GPS + Cellular • Caixa de titânio – 49 mm • Pulseira Oceano laranja - R$6.999,00
CLIQUE AQUI para comprar
Avanços e Desafios
Desde o início da Operação Libertação, a PF já deflagrou 23 operações especiais, cumprindo 159 mandados de busca e apreensão e 33 de prisão. A estratégia inclui ações ostensivas dentro da Terra Indígena Yanomami para desativar áreas de garimpo e investigações que resultam em mandados de busca, prisão e sequestro de bens.
Além das ações de segurança, há esforços para melhorar a infraestrutura de saúde na região. Em agosto de 2024, o Ministério da Saúde, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) e a Frente Nacional Antirracista (FNA), anunciou a construção de um hospital centro de referência em Surucucu, com um investimento de R$ 23 milhões. Este projeto faz parte de um acordo de cooperação que visa melhorar o atendimento aos indígenas na Terra Yanomami.
Essas medidas são cruciais para garantir a proteção dos direitos dos povos indígenas e a preservação do meio ambiente, enfrentando os desafios impostos pelo garimpo ilegal e suas consequências devastadoras para a região.