PF deflagra operação contra desvio em emendas e mira ex-assessora de Arthur Lira
Em meio a debates sobre transparência no Congresso, ação da PF expõe possíveis fraudes em recursos públicos bilionários – o que isso significa para o futuro das emendas parlamentares?
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a Operação Transparência, uma ação sigilosa que visa apurar suspeitas de irregularidades na destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares. O foco principal recai sobre Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, ex-assessora técnica do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que presidiu a Câmara dos Deputados entre 2021 e fevereiro de 2025. Lira, atual líder do PP na Casa, não é alvo da operação, conforme confirmado por fontes oficiais.
Agentes federais cumpriram dois mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), um em endereço residencial de Fialek em Brasília e outro em uma sala no gabinete da liderança do Progressistas (PP) na Câmara dos Deputados. A operação, conduzida pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da PF, sediada na capital federal, investiga crimes como peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção passiva e ativa. Esses delitos, tipificados no Código Penal, envolvem o desvio de verbas públicas e a manipulação de processos administrativos para fins pessoais ou políticos.
Mariângela Fialek, advogada formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e com mestrado em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP), acumula quase duas décadas de experiência em assessoramento legislativo. Atualmente lotada na liderança do PP, ela recebe salário bruto mensal de R$ 23.732,92, conforme dados do Portal da Transparência da Câmara.
Durante a gestão de Lira na presidência da Câmara, Fialek atuou como chefe da assessoria parlamentar, sendo a principal responsável pela intermediação e liberação de emendas individuais e de relator – mecanismo conhecido como orçamento secreto, que permitia indicações anônimas de verbas sem identificação pública do parlamentar autor. Esse sistema, que movimentou bilhões de reais, foi declarado inconstitucional pelo STF em 2022, em decisão que exigiu maior transparência na alocação de recursos orçamentários.
Além de seu papel na Câmara, Fialek ocupou cargos acumulativos que levantam questionamentos sobre conflitos de interesse. Ela integrou o Conselho Fiscal da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal apelidada de “estatal do Centrão” por concentrar indicações de emendas de parlamentares aliados, e também o Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal, banco presidido por um indicado de Lira. Esses acúmulos, reportados em investigações jornalísticas desde 2023, sugerem sobreposições entre a liberação de verbas e sua fiscalização, potencializando riscos de desvios.
Os indícios colhidos pela PF incluem depoimentos de parlamentares que relataram entraves no processo de liberação de emendas. Entre os que prestaram depoimento à DIP estão o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), e os deputados Adriana Ventura (Novo-SP), José Rocha (União Brasil-BA) e Glauber Braga (PSOL-RJ). Esses relatos apontam para supostas manipulações em documentos e direcionamentos irregulares de recursos, especialmente em projetos de infraestrutura e saúde em municípios do Nordeste e Centro-Oeste, regiões com alta concentração de emendas.
A operação ocorre em um contexto de escrutínio crescente sobre o uso de emendas: em 2024, parlamentares destinaram mais de R$ 38 bilhões em emendas individuais e de bancada, com cerca de 20% direcionados ao Nordeste, segundo dados da Câmara. A Operação Transparência é parte de uma série de inquéritos sensíveis sob relatoria de Dino no STF, incluindo um aberto no fim de 2024 que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão por falta de transparência, a pedido do PSOL.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi consultada e endossou as medidas. Até o momento, nem Lira nem Fialek se manifestaram publicamente sobre a ação, que coincidiu com o aniversário da assessora, adicionando um tom irônico à deflagração.
Nas redes sociais, a operação gerou repercussão imediata. Perfis jornalísticos como o do Blog do Noblat destacaram o papel de Fialek como “principal operadora de emendas”, enquanto colunistas independentes, como Donizete Arruda, alertaram para um “temor generalizado na Câmara”, mencionando possíveis ramificações em estados como o Ceará.
Debates em plataformas como X (antigo Twitter) reforçam críticas ao orçamento secreto e à persistência de mecanismos como as emendas pix, vistos como brechas para negociações políticas opacas.
Essa investigação reforça a necessidade de reformas no sistema de emendas, como maior fiscalização digital e identificação obrigatória de autores, propostas em discussão no Congresso. Enquanto a PF avança, o episódio expõe as fragilidades na gestão de recursos que impactam diretamente serviços essenciais à população, como saúde e infraestrutura. A expectativa é que os materiais apreendidos – incluindo documentos e dispositivos eletrônicos – revelem a extensão do suposto esquema, potencialmente afetando aliados do Centrão e reacendendo o debate sobre accountability no Legislativo.
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