O fabulista francês Jean de La Fontaine (1621-1695) se fez apropriado quando afirmou, em tom jocoso, que, “em vez de humanizar os animais, procurava ressaltar os aspectos animais da natureza humana”. As duas fábulas, abaixo transcritas, demonstram que, para sobreviver no mundo contemporâneo, é preciso estar alerta às artimanhas da astúcia e às armadilhas da dissimulação. Um oponente conhecido é menos danoso que um amigo hipócrita. As pessoas falsas são piores do que aquelas que nos hostilizam.
1ª fábula: A rã e o escorpião
O fogo crepitava feroz e avassalador. Na margem do largo rio, que permeava a floresta, encontram-se a rã e o escorpião. Lépida e faceira, a rã prepara-se para o salto nas águas salvadoras, enquanto o escorpião − que não sabe nadar − aterroriza-se diante da morte certa: estorricado pelas chamas ou impiedosamente tragado pelas águas revoltas.
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