PEC do Fim da Escala 6x1 ganha força no Congresso e nas redes sociais
Proposta da deputada Erika Hilton (PSOL) visa alterar a legislação trabalhista e divide opiniões entre especialistas e parlamentares
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca acabar com a escala de trabalho 6x1 tem ganhado destaque no cenário político e nas redes sociais. Encabeçada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), a iniciativa visa alterar a legislação trabalhista brasileira, propondo mudanças significativas na jornada de trabalho de milhões de brasileiros.
A escala 6x1, que consiste em seis dias de trabalho seguidos por um dia de folga, é comum em diversos setores, especialmente no comércio e serviços. A proposta de Erika Hilton, ainda em fase de elaboração, busca estabelecer condições mais dignas de trabalho, argumentando que o atual modelo é prejudicial à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores.
Segundo informações do Congresso em Foco, a PEC já conta com o apoio de diversos parlamentares. A bancada do PSOL assinou o documento integralmente, e 37 dos 68 deputados do PT, segunda maior bancada da Câmara, também manifestaram apoio. No entanto, a proposta enfrenta desafios para obter as 171 assinaturas necessárias para sua apresentação formal.
A deputada Erika Hilton, em suas redes sociais, destacou a importância da proposta: "Precisamos construir condições dignas de trabalho para todos os trabalhadores". Ela também enfatizou que a PEC ainda está em fase de elaboração e será apresentada ao Congresso Nacional e ao povo brasileiro em breve.
Para avançar com a discussão, a deputada apresentou o Requerimento de Audiência Pública nº 51/2024 à Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados. O objetivo é debater a redução da jornada de trabalho e o fim da jornada 6x1, em conjunto com o Movimento Vida Além do Trabalho.
A proposta tem gerado debates acalorados entre especialistas em direito trabalhista e economia. Defensores argumentam que o fim da escala 6x1 poderia melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, permitindo mais tempo para descanso, lazer e convívio familiar. Por outro lado, críticos apontam possíveis impactos econômicos negativos, como aumento de custos para as empresas e potencial redução de postos de trabalho.
O tema também ganhou força nas redes sociais, com muitos usuários compartilhando suas experiências pessoais com a escala 6x1 e expressando apoio à PEC. Essa mobilização online tem contribuído para ampliar o debate e pressionar os parlamentares a considerarem a proposta.
Apesar do crescente apoio, a PEC ainda enfrenta um longo caminho no processo legislativo. Após a coleta das assinaturas necessárias, a proposta precisará passar por comissões especiais na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, além de ser aprovada em dois turnos de votação em cada casa legislativa.
A discussão sobre o fim da escala 6x1 se insere em um contexto mais amplo de debates sobre reformas trabalhistas e qualidade de vida no trabalho. À medida que a proposta avança, é esperado que sindicatos, associações empresariais e outros setores da sociedade civil se manifestem, contribuindo para um debate mais amplo sobre o futuro das relações de trabalho no Brasil.
O desenrolar dessa PEC será acompanhado de perto por trabalhadores, empregadores e legisladores, podendo representar uma mudança significativa na legislação trabalhista brasileira caso seja aprovada. Enquanto isso, a sociedade brasileira continua dividida entre a necessidade de proteger os direitos dos trabalhadores e as preocupações com o impacto econômico de tais mudanças.