O clássico Nicolau Maquiavel assevera em “O Príncipe” que sua “intenção [é] escrever coisas que sejam úteis a quem se interesse, [...] ir direto à verdade efetiva da coisa que a imaginação em torno dela”. Maquiavel, portanto, tem a força de apresentar a tese fundamental do realismo político: a política é o que ela é e não o que gostaríamos que ela fosse.
Assim, prezados leitores, vamos, panoramicamente, nos deter à figura política de Pablo Marçal, coach e empresário, que já embaralhou a disputa à prefeitura da cidade de São Paulo, bem como trouxe à tona, em um primeiro momento, incômodo e, agora, medo no bojo do bolsonarismo.
A questão é: o que quer Marçal? O objetivo no curtíssimo prazo é, sem dúvida, ser eleito prefeito de São Paulo e, segundo o próprio Marçal, isso ocorrerá ainda no primeiro turno. De um certo desprezo por sua trajetória, imagem e ideias, Marçal já se encontra, segundo algumas pesquisas, em um empate triplo, dentro da margem de erro, com Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. Com isso, há um crescimento consistente de Marçal e queda de Nunes e de Boulos, ambos, segundo se esperava, os protagonistas da repetição da polarização, já que temos bolsonarismo e lulopetismo como as forças apoiadoras dos candidatos.
Marçal, hoje, apresenta-se em uma situação mais confortável de candidato antissistema, contra o establishment, antipolítica e turbinado pelos algoritmos das redes sociais, onde ele é beneficiado por impressionante musculatura comunicacional. Em suas falas e nos debates dos quais participou, usa uma retórica antissistema e também conjuga o conhecimento de anos de coach, empresário e teologia da prosperidade. Ataca todos os candidatos por serem comunistas e ele como sendo o único representante da direita.
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a Painel Político para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.