Operação Presságio: Veja os detalhes do relatório final que aponta esquema de corrupção em Florianópolis envolvendo Ed Pereira e Amazon Fort
Contratos milionários, propinas em dinheiro vivo e articulações políticas: investigação revela detalhes de esquema na gestão de Gean Loureiro
Um novo capítulo da Operação Presságio, deflagrada pela Polícia Civil de Santa Catarina em 28 de junho de 2022, veio à tona com a divulgação do relatório final da investigação, que indicia seis pessoas por crimes como corrupção, associação criminosa e fraude em licitações. O documento, obtido pelo portal upiara.net, detalha um suposto esquema de favorecimento à empresa Amazon Fort, responsável por contratos milionários de coleta de lixo em Florianópolis durante a gestão do ex-prefeito Gean Loureiro (União Brasil). No centro das acusações está Edmilson Pereira Júnior (Ed Pereira), ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte da capital catarinense, apontado como o principal articulador do esquema.
Emergência fabricada para contratos suspeitos
A Operação Presságio teve início a partir de denúncias sobre possíveis crimes ambientais relacionados ao acúmulo de lixo em um terreno na Passarela Nego Quirido, no centro de Florianópolis, durante uma greve dos trabalhadores da Companhia de Melhoramentos da Capital (COMCAP) em janeiro de 2021. No entanto, as investigações tomaram um rumo diferente ao revelar um esquema de corrupção que teria utilizado a situação de "emergência" como pretexto para justificar contratações diretas, sem licitação, beneficiando a empresa Amazon Fort, sediada em Rondônia.
O relatório da Polícia Civil aponta que a contratação da empresa foi direcionada, com indícios de um acordo prévio entre agentes públicos e os sócios da Amazon Fort. Um dos fatos mais graves destacados no documento é que a empresa já anunciava vagas de emprego em Florianópolis nas redes sociais antes mesmo da greve da COMCAP, o que sugere que o contrato, avaliado em quase R$ 30 milhões ao longo de 17 meses, estava previamente acertado.
Detalhes do Esquema: Propinas em espécie e contratos prolongados
De acordo com a investigação, o esquema funcionava com um núcleo político e administrativo liderado por Ed Pereira, que teria articulado nomeações, controle de funcionários e ajustes em contratos. O relatório cita trocas de mensagens obtidas por meio de mandados de busca e apreensão, nas quais Ed Pereira demonstra ter poderes de gestão na Amazon Fort antes mesmo da assinatura do contrato com a Prefeitura de Florianópolis.
Um dos pontos mais contundentes do inquérito é a prática de pagamentos de propina em dinheiro vivo, dificultando o rastreamento. A Polícia Civil destaca um "provisionamento de saque" no valor de R$ 49.990,00 realizado por Carlos Gilberto Xavier Faria, sócio da Amazon Fort, para Gilliard Osmar dos Santos, assessor de Ed Pereira, que realizou o saque em espécie em um banco no centro de Florianópolis. Além disso, a compra de um veículo por Ed Pereira, no valor de R$ 77.900,00, também em dinheiro vivo, é apontada como evidência de recursos ilícitos, já que o ex-secretário não apresentou uma justificativa plausível para a origem do montante.
O relatório também menciona que a Amazon Fort teria destinado cerca de R$ 500 mil em propinas, pagas em cinco saques mensais, para agentes públicos envolvidos no esquema. A Polícia Civil considera "estranho" que empresários de Rondônia realizassem saques de grandes quantias em Florianópolis, prática comum em crimes de corrupção para evitar a fiscalização do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
Os Indiciados: Quem são os envolvidos?
O relatório final da Operação Presságio indicia seis pessoas por diferentes crimes. Confira a lista dos envolvidos e as acusações:
Edmilson Carlos Pereira Júnior (Ed Pereira), ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis: Indiciado por corrupção passiva, associação criminosa e fraude em licitação. Apontado como líder do esquema, foi citado 39 vezes no relatório e chegou a ser preso preventivamente em 29 de maio de 2024, sendo solto em 23 de agosto de 2024 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que substituiu a prisão por medidas cautelares.
Iuri Daniel Serrate Faria, sócio-proprietário da Amazon Fort: Indiciado por corrupção ativa, associação criminosa e fraude em licitação.
Carlos Gilberto Xavier Faria, sócio-proprietário da Amazon Fort: Indiciado por fraude em licitação, corrupção ativa e associação criminosa.
Gilliard Osmar dos Santos, assessor de Ed Pereira: Indiciado por corrupção passiva e associação criminosa, acusado de atuar como intermediário no transporte de dinheiro em espécie.
Fábio Gomes Braga, ex-secretário Municipal do Meio Ambiente: Indiciado por fraude em licitação e associação criminosa.
Lucas de Barros Arruda, ex-diretor presidente da COMCAP: Indiciado por fraude em licitação e associação criminosa.
Samantha Brose Santos, esposa de Ed Pereira, foi mencionada nas investigações, mas não foi indiciada por falta de evidências de participação direta no esquema.
Provas e contradições: Depoimentos e mensagens comprometedores
Entre as principais provas citadas no inquérito estão as mensagens de WhatsApp obtidas por meio de perícia digital em celulares apreendidos. Apesar de os dados do celular de Ed Pereira não terem sido acessados, o que foi considerado um "prejuízo significativo" para a investigação, mensagens de outros investigados, como Samantha Brose, revelaram a relação próxima entre Ed Pereira e os sócios da Amazon Fort. Em um dos áudios, Ed Pereira discute a contratação de "32 garis" para a empresa, indicando influência direta antes mesmo do contrato oficial
Outro ponto de destaque é a contradição nos depoimentos de Ed Pereira. Em entrevista a um telejornal, ele negou ter relação estreita com Iuri Daniel Serrate Faria, o que a Polícia Civil classificou como "mais uma inverdade propalada pelo investigado"*, reforçando as suspeitas contra ele.
Crimes ambientais: Origem da investigação, mas sem punição
Embora a Operação Presságio tenha começado com foco em crimes ambientais, o relatório final descartou essa linha de investigação. O laudo pericial da Polícia Científica foi inconclusivo sobre a contaminação do solo ou da água no terreno da Passarela Nego Quirido. Além disso, uma infração cometida pela empresa Argailha, contratada para o transbordo de resíduos, prescreveu em janeiro de 2024, extinguindo a possibilidade de punição. Assim, o foco da operação passou a ser exclusivamente os crimes contra a administração pública.
O que dizem os envolvidos?
As defesas dos indiciados foram procuradas pelo portal upiara.net, e algumas manifestações foram registradas no relatório. Confira as principais declarações:
Sobre Ed Pereira, seu advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho afirmou: _"O relatório da Operação Presságio materializa um rosário de ilegalidades que serão impugnadas judicialmente, pois parte de premissas falsas e de interpretações equivocadas, que tripudiam sobre a justiça, repelem o raciocínio isento e desprezam o bom senso."_
A assessoria de comunicação da Amazon Fort declarou: _"A Amazon Fort vem a público esclarecer que não há, até o presente momento, nenhuma acusação formalizada contra a empresa em relação à operação mencionada ou qualquer outra investigação. Todos os devidos esclarecimentos foram prestados às autoridades competentes."_
O advogado de Lucas Arruda, Pedro Teixeira, defendeu: _"Lucas está sendo acusado de algo, pelo simples fato de exercer sua função de servidor público à época. Isso será facilmente observado pelo juiz que receber o processo, onde faremos a defesa no momento oportuno."_
Dados adicionais
Além das informações do relatório, buscas em redes sociais e portais de notícias como o ND Mais e o próprio upiara.net revelam que a Operação Presságio continua gerando grande repercussão em Santa Catarina. Publicações no Twitter indicam que a população de Florianópolis está dividida: enquanto alguns exigem punição rigorosa aos envolvidos, outros questionam a condução da investigação, apontando possíveis motivações políticas contra a gestão de Gean Loureiro.
O ex-prefeito, embora mencionado no relatório, não foi indiciado por falta de elementos suficientes que comprovem sua participação direta no esquema. No entanto, a Polícia Civil sugere que a apresentação de um projeto de lei relacionado à gestão da COMCAP pode ter sido uma manobra para provocar a greve e justificar a contratação emergencial, embora essa hipótese ainda careça de provas concretas.
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Este texto foi elaborado com base nas informações do relatório final da Operação Presságio, divulgado pelo portal upiara.net, e complementado com dados de fontes confiáveis como o ND Mais. Para mais detalhes sobre o caso, acesse o artigo original em upiara.net.