Operação da Polícia Civil aponta possíveis ligações municipais na Investigação do Assassinato de Ruy Ferraz Fontes
Subsecretário de Praia Grade é alvo da operação; defesa nega envolvimento e colabora com autoridades em caso que choca o litoral paulista
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, nesta terça-feira (30 de setembro de 2025), uma operação de busca e apreensão que cumpriu oito mandados em endereços de Santos, Praia Grande e São Vicente, na Baixada Santista, como parte das investigações sobre o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. O crime, ocorrido em 15 de setembro, vitimou o servidor público de 64 anos em uma emboscada meticulosamente planejada, logo após ele deixar a sede da Prefeitura de Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração desde 2023.
Entre os alvos da ação, coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), está Sandro Rogério Pardini, subsecretário de Gestão e Tecnologia da mesma prefeitura, cuja residência em Santos foi revistada.
Fontes, conhecido por sua trajetória de mais de 40 anos na Polícia Civil e por ser um dos principais especialistas no combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi perseguido em alta velocidade por criminosos armados. Após o capotamento de seu veículo em uma colisão com um ônibus, os executores efetuaram mais de 20 disparos de fuzil contra ele, atingindo braços, pernas e abdômen.
Imagens de câmeras de segurança da prefeitura revelam que a vítima era monitorada há mais de um mês pelos suspeitos, que usaram veículos roubados – um dos quais foi incendiado para eliminar vestígios. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que o planejamento do ataque demonstra “conhecimento técnico” dos envolvidos, e duas linhas de investigação predominam: uma ligada a represálias do crime organizado, devido ao histórico de Fontes contra o PCC, e outra relacionada a possíveis irregularidades em contratos e licitações municipais, área sob responsabilidade da vítima na prefeitura.
Na residência de Pardini, de 60 anos, foram apreendidos um celular, dois notebooks, pendrives, um computador, três pistolas, documentos e anotações que, segundo fontes policiais, relacionam nomes e valores em potencial ligação com processos licitatórios. Além disso, a operação recolheu R$ 50 mil em espécie, US$ 10.030 e 1.135 euros. O subsecretário, que já ocupou cargos como na Secretaria de Administração e Planejamento da Prefeitura de Praia Grande, além de ter chefiado o Departamento de Integração da Informação, prestou depoimento na condição de testemunha e entregou senhas de seus dispositivos eletrônicos para análise.
A defesa de Pardini, representada pelos advogados Octávio Rolim, Patrícia Cristina de Britto Moita e Beatriz Mâncio, emitiu nota oficial negando qualquer participação no crime. “O cliente nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados”, afirma o comunicado, que reforça: “Destacamos que os objetos e bens apreendidos não possuem qualquer relação com os fatos, o que foi comprovado pela documentação juntada e confirmado nos esclarecimentos prestados por Sandro”.
Os advogados destacam que as armas são regularmente registradas para prática de tiro esportivo (como Colecionador, Atirador e Caçador – CAC) e que os valores em espécie têm origem lícita, compatível com a atividade profissional do investigado. “Não há absolutamente nada que tenha sido apreendido que possa ter qualquer tipo de ligação com o triste ocorrido”, conclui a nota, enfatizando que Pardini está à disposição das autoridades para colaborar no esclarecimento do caso.
A Prefeitura de Praia Grande, em nota oficial, informou que mantém contato constante com a Polícia Civil e colabora integralmente com as investigações, fornecendo imagens de câmeras de segurança, informações e materiais solicitados. “A Administração Municipal não recebeu qualquer comunicação oficial sobre buscas e apreensões relacionadas à operação mencionada, mas reforça que permanece à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários”, declarou o executivo municipal, que também afirmou que Pardini continua coordenando interinamente a pasta, sem medidas administrativas em curso relacionadas ao caso.
A SSP-SP, por sua vez, preservou detalhes da operação para não comprometer as apurações, mas confirmou que o foco inclui a identificação de “olheiros” que monitoravam a rotina de Fontes dentro da prefeitura.

Até o momento, o DHPP identificou oito suspeitos no crime, dos quais quatro estão presos: Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar e apontado como um dos autores dos disparos; Luiz Henrique Santos Batista, apelido Fofão; Dahesly Oliveira Pires; e Willian Silva Marques, 36 anos, dono de um imóvel usado pela quadrilha como apoio.
Os foragidos incluem Felipe Avelino (Mascherano), Flávio Henrique Ferreira de Souza, Luiz Antonio Rodrigues de Miranda e Humberto Alberto Gomes. A operação, que contou com apoio da Polícia Civil de Santos e Praia Grande, além de unidades como o Deic, Garra/Dope e Cercos, visa aprofundar as conexões entre o crime organizado e possíveis interesses locais contrariados pela atuação de Fontes na administração pública. Autoridades não descartam a participação de agentes públicos na execução, especialmente considerando inimizades internas na polícia e o contexto de licitações na prefeitura.
O caso reacende debates sobre a segurança de autoridades públicas no litoral paulista e o impacto do crime organizado em gestões municipais. Especialistas em segurança apontam que o assassinato de Fontes, velado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e sepultado em 16 de setembro, pode sinalizar uma escalada de ataques a figuras ligadas ao combate ao narcotráfico. A CNN Brasil, que entrou em contato com a SSP-SP para mais detalhes, aguarda retorno oficial.
O Painel Político acompanha de perto as atualizações dessa investigação que envolve figuras chave da administração pública e do combate ao crime em São Paulo.
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