O Brasil está em crise. Uma crise ambiental sem precedentes, e, ao contrário do que muitos acreditam, não por falta de aviso. Perguntas como "Onde está o Ministério do Meio Ambiente?", desviam a atenção do verdadeiro problema: por que, apesar de décadas de alertas, não agimos antes? A crise climática que enfrentamos agora é o resultado inevitável de anos de inação e prioridades equivocadas, e não deve ser reduzida ou polarizada em uma pauta eleitoral.
O campo ambientalista há muito alertava que os impactos da mudança climática chegariam à vida cotidiana das pessoas, alterando as estações, as chuvas e o nível dos oceanos. A realidade dolorosa é que já não é possível evitar essas mudanças. Desde 1972, na Conferência de Estocolmo, cientistas já apontavam o colapso global iminente. No entanto, suas vozes foram ignoradas diante da perigosa ideia de que um crescimento econômico das nações pode ser contínuo para solucionar os problemas da pobreza e desigualdades gerados pelo nosso modelo de desenvolvimento.
Na década de 1980, vale lembrar, inúmeros partidos verdes foram fundados ao redor do mundo, justamente por encontrarem uma barreira tanto nos desenvolvimentistas liberais quanto socialistas, já que ambos modelos seriam ineficientes para barrar os prognósticos evidenciados pela ciência. Nesse sentido, adotamos o conceito de “desenvolvimento sustentável”, a partir da Conferência das Nações Unidas pelo Meio Ambiente de 1992, no Rio de Janeiro, que maquiou a realidade nos fazendo acreditar que era possível manter o ritmo de crescimento e preservar o planeta simultaneamente.
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