O golpe esquecido: Como EUA e Reino Unido derrubaram a democracia no Irã e moldaram o Oriente Médio atual
Operação AJAX completa 72 anos e suas consequências ainda reverberam nas tensões geopolíticas contemporâneas
Em 19 de agosto de 1953, um evento pouco conhecido pela maioria dos brasileiros, mas com profundas implicações para a geopolítica mundial, completou mais um aniversário: o golpe de Estado que derrubou o primeiro-ministro democraticamente eleito do Irã, Mohammad Mossadegh. A operação, cuidadosamente orquestrada pela CIA americana e pelo MI6 britânico, estabeleceu as bases para décadas de ressentimento iraniano contra o Ocidente e ajuda a explicar muitas das tensões que observamos hoje no Oriente Médio.
O IMPÉRIO INFORMAL BRITÂNICO NO IRÃ
Os interesses comerciais britânicos na Pérsia (atual Irã) remontam a 1500, mas foi em 1908 que o país ganhou importância estratégica para o Reino Unido. Naquele ano, o magnata do ouro William Knox D'Arcy obteve direitos concessionários para a exploração de petróleo na região, levando à fundação da Anglo-Persian Oil Company em 1909.
Em 1914, o governo britânico tornou-se acionista majoritário da empresa, que seria rebatizada como Anglo-Iranian Oil Company (AIOC) em 1935 – hoje conhecida mundialmente como BP. Embora o Irã nunca tenha sido formalmente uma colônia britânica, o país sentiu o peso do imperialismo através do que historiadores chamam de "império informal" – uma dominação econômica e política exercida por meio de capital, corrupção e coerção.
A exploração era brutal e desigual. Em 1937, a AIOC produziu mais de 10 milhões de toneladas de petróleo, gerando £7,4 milhões em lucros líquidos e £1,6 milhão em impostos para o Reino Unido. O governo iraniano recebeu apenas £3,5 milhões – e este foi considerado um "bom ano", já que em 1931 o Irã havia recebido apenas 12% dos lucros anuais da empresa.
A refinaria de Abadan, uma das maiores do mundo na época, era um símbolo da desigualdade. Enquanto executivos britânicos desfrutavam de clubes de tênis e polo, trabalhadores iranianos – incluindo crianças – suportavam condições precárias e moradias inadequadas. O poeta galês Dylan Thomas, após visitar o que chamou de "nauseante Abadan", escreveu visceralmente sobre o contraste entre o luxo dos britânicos e os esgotos a céu aberto nas ruas onde crianças locais exibiam estômagos distendidos pela desnutrição.
Para manter sua posição privilegiada, a AIOC construiu uma extensa rede de influência que incluía políticos, editores de jornais e senhores tribais. A empresa chegou a contratar Herbert John Underwood, ex-coronel do Exército indiano com ligações com a inteligência britânica, para supervisionar uma rede de informantes e distribuir armas quando necessário.
A ASCENSÃO DO MOVIMENTO NACIONALISTA
Ao longo dos anos 1940, cresceu no Irã uma forte oposição à exploração britânica, alimentada pelo sindicalismo, pelo marxismo e pelo nacionalismo popular. Os nacionalistas argumentavam que o relacionamento desequilibrado com as potências anglo-americanas havia mantido o país fraco, minando as condições materiais de sua população e criando uma classe política servil aos interesses estrangeiros.
Em 1951, esse movimento nacionalista ganhou força suficiente para levar Mohammad Mossadegh ao cargo de primeiro-ministro. Apenas três dias após sua posse, em 28 de abril, Mossadegh nacionalizou os ativos da AIOC em nome do povo iraniano, desferindo um golpe doloroso ao império britânico.
A resposta britânica foi imediata. Restrições de importação e exportação foram impostas ao Irã, acompanhadas de advertências a outros países para que não oferecessem apoio comercial ou diplomático a Teerã. Nos bastidores, o Ministro das Relações Exteriores, Herbert Morrison, e o Ministro da Defesa, Manny Shinwell, defendiam uma invasão militar, esperando que tal ação "produzisse um efeito salutar em todo o Oriente Médio".
Embora o primeiro-ministro britânico Clement Attlee tenha vetado uma intervenção militar direta, planos começaram a ser elaborados para remover Mossadegh por meios secretos. Ann Lambton, acadêmica e assessora de imprensa na Embaixada Britânica em Teerã, foi uma das primeiras a propor a ideia de um golpe, argumentando que os britânicos precisavam mudar o "clima" no Irã e desestabilizar o regime de Mossadegh.
A REDE DE CONSPIRAÇÃO
Seguindo a recomendação de Lambton, o professor de Oxford Robin Zaehner foi enviado a Teerã com uma missão clara: "saia, não informe o embaixador, use os serviços de inteligência para fornecer o dinheiro de que você precisar e assegure a derrubada de Mossadegh por meios legais ou quase legais".
Zaehner rapidamente estabeleceu uma rede de conspiradores que abrangia todos os níveis da sociedade iraniana. No palácio real, o secretário do Xá, Ernest Perron, tornou-se uma fonte valiosa. A poderosa irmã do monarca, Ashraf, também foi recrutada, recebendo grandes quantias de dinheiro e presentes luxuosos, como um casaco de pele de vison.
Elementos cruciais da operação britânica eram os irmãos Seyfollah, Qodratollah e Assadollah Rashidian, empresários anglofilistas que controlavam cerca de 80% dos jornais iranianos, segundo o agente da CIA Richard Cottam. Os Rashidian eram responsáveis por organizar a ala violenta do movimento antinacionalista, recrutando gangues de rua, estabelecendo laços com o movimento neonazista SUMKA e atraindo fundamentalistas islâmicos. Eles receberam mais de £1,5 milhão por seus esforços, distribuídos por Zaehner a partir de uma lata de biscoitos.
A PRIMEIRA TENTATIVA DE GOLPE
No início de 1952, a violência nas ruas de Teerã tornou-se frequente, à medida que gangues financiadas pelos Rashidian entravam em confronto com os nacionalistas. Rumores cuidadosamente plantados sugeriam que Mossadegh havia se aliado aos comunistas e planejava usar fraude eleitoral para se manter no poder.
Ciente da conspiração, Mossadegh ordenou o fechamento dos consulados iranianos no Reino Unido. O embaixador britânico Sir Francis Shepherd concluiu que "a única esperança de se livrar do Dr. Mussadiq reside em um golpe de Estado", pedindo medidas imediatas para instaurar um ditador. O homem escolhido foi Ahmad Qavam, quatro vezes ex-primeiro-ministro e confidente de Robin Zaehner.
A operação dependia da capacidade do Xá, como chefe de Estado, de demitir Mossadegh e nomear Qavam. Após meses de pressão, o Xá finalmente cedeu. Em 16 de julho de 1952, Mossadegh renunciou após o monarca recusar-lhe poderes extraordinários para lidar com as conspirações.
No entanto, a vitória britânica foi efêmera. Quando as notícias da renúncia de Mossadegh se espalharam, milhares de seus apoiadores tomaram as ruas. Motivados por apelos à "luta sagrada" contra os britânicos, manifestantes se dirigiram ao Parlamento e foram recebidos com tiros, resultando em pelo menos vinte mortes. Aterrorizado com a perspectiva de uma revolução, o Xá retirou os soldados, e Qavam renunciou após menos de uma semana no cargo. Mossadegh retornou ao poder, agora com os poderes adicionais que havia exigido anteriormente.
A ALIANÇA COM OS ESTADOS UNIDOS
Apesar do fracasso da primeira tentativa, figuras importantes como o diplomata britânico George Middleton permaneceram determinadas a remover Mossadegh. No entanto, ficou claro que o Reino Unido não poderia agir sozinho.
A solução veio através de uma aliança com os Estados Unidos. O agente do MI6, Monty Woodhouse, viajou para Washington para persuadir o Departamento de Estado e "especialmente a CIA" de que Mossadegh precisava ser removido. A estratégia britânica foi astuta: em vez de apresentar a questão como uma disputa sobre o petróleo, eles argumentaram que Mossadegh representava uma ameaça comunista, uma narrativa que encontrou receptividade em Washington durante o auge da Guerra Fria.
Quando Dwight Eisenhower se tornou presidente em janeiro de 1953, ele nomeou os irmãos Dulles para posições-chave: John Foster Dulles como secretário de Estado e Allen Dulles como diretor da CIA. Ambos eram fervorosos anticomunistas e defensores dos interesses corporativos americanos. Segundo Nasrollah Fatemi, delegado do Irã nas Nações Unidas, John Foster Dulles havia prometido que Mossadegh "não sairia impune" ao nacionalizar a indústria do petróleo.
Em março de 1953, o secretário de Relações Exteriores britânico, Anthony Eden, discutiu o futuro de Mossadegh durante uma visita a Washington. Pouco depois, a CIA e o MI6 começaram a elaborar um plano operacional para sua remoção. O agente britânico Norman Darbyshire admitiu posteriormente que o Reino Unido assumiu um papel subordinado na operação, com os agentes do MI6 "sob instrução mais próxima do que a CIA estava conosco".
OPERAÇÃO AJAX: O GOLPE DEFINITIVO
O plano, aprovado em Londres em 1º de julho de 1953 e em Washington dez dias depois, era multifacetado. Primeiro, a opinião pública contra Mossadegh seria "levada a um tom febril" através de uma campanha de propaganda. Em seguida, agentes provocadores incitariam tumultos nas ruas. Simultaneamente, haveria pressão sobre o Xá para que ele ordenasse a demissão de Mossadegh e nomeasse o general Fazlollah Zahedi como novo primeiro-ministro.
Sob instruções britânicas, os Rashidian intensificaram a campanha de propaganda, divulgando artigos falsos que retratavam Mossadegh como parte de um complô comunista ou judeu. Pelo menos US$ 60 mil foram repassados a Zahedi para subornar políticos e líderes religiosos influentes. Gangues antinacionalistas se faziam passar por comunistas para ameaçar líderes religiosos, e há evidências de que agentes britânicos podem ter estado envolvidos no sequestro e assassinato do chefe de polícia de Teerã, brigadeiro-general Mahmoud Afshartous.
Mossadegh, sentindo-se ameaçado, convocou um referendo público para dissolver o Parlamento. O plebiscito, boicotado por seus opositores, resultou em uma vitória de 99,9% dos votos – um resultado tão absurdo que o New York Times o comparou aos realizados "sob Hitler ou Stalin".
O último obstáculo para o golpe era convencer o Xá, ainda hesitante após os eventos do ano anterior. Para provar que o plano tinha apoio nos mais altos escalões, Darbyshire providenciou para que a BBC transmitisse uma mensagem codificada durante sua programação em persa. Kermit Roosevelt, agente da CIA, convenceu o monarca de que Churchill e Eisenhower estavam pessoalmente envolvidos na operação.
Após intensa pressão, o Xá finalmente cedeu e assinou ordens para destituir Mossadegh em 12 de agosto. A primeira tentativa de golpe, em 15 de agosto, fracassou quando Mossadegh foi alertado e conseguiu fugir. Unidades do exército nacionalista ocuparam pontos estratégicos em Teerã, e a Rádio Teerã anunciou o fracasso da conspiração.
Mas os conspiradores não desistiram. Em 17 de agosto, a CIA, os irmãos Rashidian e Zahedi concordaram em lançar uma segunda tentativa. Por US$ 10 mil, o aiatolá Kashani, anteriormente aliado de Mossadegh, deu seu apoio à operação. Em 19 de agosto, uma multidão de mais de 190 mil pessoas – "mobilizadas para esse propósito", segundo admissão do próprio Ministério das Relações Exteriores britânico – marchou em Teerã gritando "viva o Xá!" e "morte a Mossadegh!".
Em poucas horas, a multidão incendiou escritórios de jornais nacionalistas, assumiu o controle da Rádio Teerã e proclamou Zahedi como o líder legítimo do Irã. Contando apenas com a lealdade de seus guarda-costas e um punhado de soldados, Mossadegh se rendeu à prisão em 20 de agosto de 1953.
O LEGADO IMPERIAL E O DECLÍNIO BRITÂNICO
A queda de Mossadegh foi comemorada em Whitehall como uma vitória contra um "opositor ameaçador do imperialismo britânico". No entanto, a operação revelou tanto o desejo do Reino Unido de preservar seu poder por todos os meios disponíveis quanto seu fracasso em fazê-lo independentemente dos Estados Unidos.
Em um claro símbolo do declínio britânico, a Anglo-Iranian Oil Company foi forçada a aceitar a participação no consórcio Iranian Oil Participants (IOP) e a divisão igual dos lucros com o governo de Zahedi. Com uma participação de apenas 40% no novo consórcio, a BP recebeu uma compensação de £214 milhões de seus novos parceiros e £25 milhões do governo iraniano.
Ann Lambton, uma das primeiras defensoras do golpe, mais tarde tentou reescrever a história, descrevendo a queda de Mossadegh como resultado de ele ter se tornado "mimado pelo poder" e se alinhado com a União Soviética – uma narrativa que ignora completamente o papel britânico e americano nos eventos.
O IRÃ PÓS-GOLPE: DITADURA E REVOLUÇÃO
Após o golpe, o Xá Mohammad Reza Pahlavi governou com mão de ferro por 26 anos, apoiado pelos Estados Unidos. Seu regime foi marcado pela modernização forçada, repressão política e crescente desigualdade social. A SAVAK, a temida polícia secreta treinada pela CIA e pelo Mossad israelense, torturou e assassinou milhares de opositores.
O regime do Xá era visto por muitos iranianos como um fantoche do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos – percepção reforçada quando o presidente Jimmy Carter, em um brinde de Ano Novo em 1977, chamou o Irã de "ilha de estabilidade" graças à "grande liderança do Xá".
A crescente repressão, combinada com o ressentimento contra a interferência estrangeira, alimentou a oposição ao regime. Em 1979, uma coalizão de grupos religiosos, liberais e esquerdistas derrubou o Xá na Revolução Islâmica. O Aiatolá Ruhollah Khomeini, que havia sido exilado pelo regime, retornou triunfante para estabelecer a República Islâmica do Irã.
Uma das primeiras ações do novo regime foi a tomada da embaixada americana em Teerã, com 52 diplomatas mantidos como reféns por 444 dias. Para os revolucionários, este ato simbolizava a rejeição da influência americana e uma vingança pelo golpe de 1953.
O SILÊNCIO BRITÂNICO E AS TENSÕES CONTEMPORÂNEAS
Sete décadas após o golpe, o governo britânico continua a negar aos investigadores acesso a documentos cruciais sobre a operação e se recusa a comentar seu envolvimento. Enquanto os Estados Unidos reconheceram oficialmente seu papel em 2000, através da Secretária de Estado Madeleine Albright, e a CIA desclassificou documentos sobre a operação em 2013, o Reino Unido mantém um véu de sigilo que só alimenta especulações sobre possível arrependimento institucional.
As tensões entre o Irã e o Ocidente, particularmente os Estados Unidos, permanecem elevadas. O programa nuclear iraniano, as sanções econômicas e os conflitos por procuração em países como Síria, Iêmen e Líbano são manifestações contemporâneas de um antagonismo que tem suas raízes no golpe de 1953.
Como observado pelo InfoMoney, o histórico entre EUA e Irã inclui "golpe de Estado, reféns, atentados e temor nuclear", uma sequência de eventos que continua a moldar a geopolítica do Oriente Médio. A recente escalada de tensões, com bombardeios americanos contra instalações iranianas, representa apenas o capítulo mais recente desta longa história de antagonismo.
LIÇÕES PARA O PRESENTE: O PREÇO DA INTERVENÇÃO
O caso do Irã oferece lições valiosas sobre os perigos da interferência estrangeira em processos políticos nacionais. A intervenção de 1953, motivada por interesses econômicos e geopolíticos de curto prazo, gerou consequências imprevistas e desastrosas no longo prazo.
O historiador iraniano-americano Ervand Abrahamian argumenta que o golpe não apenas destruiu um governo, mas "a crença dos iranianos na possibilidade de mudança democrática sem interferência estrangeira". Esta perda de confiança nas instituições democráticas abriu caminho para soluções mais radicais, incluindo a revolução religiosa de 1979.
Para os Estados Unidos, o golpe no Irã tornou-se um modelo para intervenções semelhantes em outros países durante a Guerra Fria, incluindo Guatemala (1954), Congo (1960) e Chile (1973). Em cada caso, governos democraticamente eleitos foram derrubados sob o pretexto de combater o comunismo, com consequências devastadoras para as populações locais.
Para o Brasil, que também experimentou um golpe militar em 1964 com apoio americano, a história iraniana oferece paralelos inquietantes sobre como intervenções externas podem alterar o curso político de uma nação por décadas.
UM PASSADO QUE NÃO PASSA
O golpe contra Mohammad Mossadegh em 1953 representa um dos exemplos mais claros de como intervenções externas podem alterar profundamente o curso da história de uma nação. O que poderia ter sido uma experiência democrática bem-sucedida no Oriente Médio foi substituído por décadas de autoritarismo, seguidas por uma revolução religiosa que estabeleceu um regime teocrático.
Setenta e dois anos depois, as consequências deste evento continuam a moldar as relações internacionais e a política regional do Oriente Médio. Para os iranianos, o golpe simboliza a traição ocidental; para os americanos e britânicos, representa um capítulo vergonhoso de sua política externa durante a Guerra Fria.
Como afirmou o historiador Stephen Kinzer, autor de "All the Shah's Men": "Se os Estados Unidos não tivessem derrubado Mossadegh, o Irã não teria se tornado uma ditadura repressiva sob o Xá, não teria havido revolução islâmica, não teria havido crise de reféns, não teria havido décadas de confronto com os Estados Unidos. A história do Irã – e, por extensão, de grande parte do Oriente Médio – poderia ter tomado um rumo completamente diferente."
Compreender esta história é essencial para qualquer análise séria das tensões contemporâneas entre o Irã e o Ocidente. O golpe de 1953 é um lembrete poderoso de que as decisões de política externa raramente ficam confinadas ao momento em que são tomadas. Seus efeitos podem perdurar por gerações, moldando percepções, alimentando ressentimentos e limitando as possibilidades de reconciliação.
FONTES:
Documentos desclassificados da CIA sobre a Operação AJAX
Arquivo Nacional de Segurança dos EUA
Revista Fórum: "Como os EUA destruíram a democracia do Irã — e criaram as bases do conflito atual com Israel"
InfoMoney: "Golpe de Estado, reféns, atentados e temor nuclear: veja histórico entre EUA e o Irã"
O Globo: "Trump arrisca seu legado em ataque ao Irã"
Abrahamian, Ervand. "The Coup: 1953, the CIA, and the Roots of Modern U.S.-Iranian Relations"
Kinzer, Stephen. "All the Shah's Men: An American Coup and the Roots of Middle East Terror"
Gasiorowski, Mark J. "The 1953 Coup D'état in Iran"
Byrne, Malcolm. "Iran 1953: The Strange Odyssey of Kermit Roosevelt's Countercoup"
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