Neonazistas brasileiros elogiam Nikolas Ferreira após atentado a Charlie Kirk
Do universo groyper à bolha da resenha: símbolos e discursos extremistas cruzam fronteiras digitais entre EUA e Brasil
O assassinato do influenciador conservador norte-americano Charlie Kirk, ocorrido em 10 de setembro de 2025, durante um evento na Universidade Utah Valley, reverberou rapidamente no debate político brasileiro. O episódio, que resultou na morte de Kirk, de 31 anos, baleado no pescoço por Tyler Robinson, um jovem de 22 anos de Utah sem filiação partidária conhecida, intensificou divisões na direita global e gerou reações extremas nas redes sociais.
No Brasil, grupos neonazistas e subculturas digitais associadas à extrema-direita celebraram declarações do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), interpretando-as como um sinal de adesão ao radicalismo.
Charlie Kirk, fundador da Turning Point USA (TPUSA), organização conservadora juvenil nos Estados Unidos, era uma figura proeminente na direita americana, alinhada ao presidente Donald Trump. Sua morte expôs fissuras internas nesse espectro ideológico. Grupos como os "Groypers", liderados pelo influenciador Nick Fuentes, com forte viés nacionalista branco e antissemita, reinterpretaram o atentado como o "fim da direita moderada". Postagens virais no X afirmavam: "a bala que matou Charlie Kirk matou a direita moderada" e "ele era o último moderado — agora verão o que é a extrema direita". Os Groypers criticavam Kirk por ser "moderado demais" e por seu apoio a Israel, o que alimentou narrativas conspiratórias antissemitas, culpando a esquerda, o Partido Democrata, judeus e até a inteligência israelense pelo crime.
No Brasil, o atentado coincidiu com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas rapidamente superou o tema em discussões online. De acordo com monitoramento da empresa Palver, que analisou mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp, menções a Charlie Kirk e aos Groypers cresceram exponencialmente, ultrapassando referências ao processo judicial. Mensagens extremas, como "matar esquerdista deveria ser esporte olímpico" e invocações de "guerra civil", circularam amplamente, misturando humor violento com incitação ao ódio.
Foi nesse contexto que Nikolas Ferreira, um dos deputados federais mais votados da história de Minas Gerais, publicou no X uma mensagem que ecoou as narrativas radicais: "mataram a direita moderada". A postagem, acompanhada de imagens conclamando os seguidores a "ser a extrema-direita que eles tanto têm medo", incluía o símbolo "clown pepe", associado à alt-right e a supremacistas brancos. Ferreira, que se descreve como conservador e cristão, usou o episódio para criticar a polarização, mas sua retórica foi recebida com entusiasmo pela "bolha da resenha", uma subcultura brasileira no X composta por perfis anônimos com estética de chans (fóruns anônimos como 4chan), humor negro e extremismo.
Neonazistas brasileiros e membros dessa bolha celebraram a declaração de Ferreira, vendo-a como um "aceno simbólico" ao universo radical digital. Usuários anônimos postaram: "finalmente entraram na resenha", referindo-se à suposta adesão de figuras políticas ao extremismo. Uma imagem viral de Augusto Pinochet, ditador chileno associado a violações de direitos humanos, veio com a legenda "cadê a extrema direita dessa porra?", incitando seguidores a assumirem posturas mais radicais. A conexão entre os Groypers americanos e a bolha brasileira destaca como símbolos e discursos extremistas circulam em tempo real, normalizando o ódio e diluindo as fronteiras entre ironia e violência real.
A repercussão no Brasil foi imediata e polarizada. Ferreira lançou uma campanha nas redes sociais para expor e pressionar pela demissão de pessoas que comemoraram a morte de Kirk, incluindo um sobrinho do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que postou "já vai é tarde" no Instagram. Pelo menos 15 pessoas, como jornalistas e professores, foram demitidas ou suspensas por comentários semelhantes, segundo relatos. O deputado também pediu reforço na segurança à Polícia Federal após receber ameaças de morte, incluindo de estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade de São Paulo (USP), que o compararam ao "Kirk brasileiro". Um deles foi preso temporariamente por postar: "Nikolas, eu vou te matar a tiros", mas liberado após se desculpar.
A troca de farpas se estendeu a celebridades. O humorista Whindersson Nunes criticou o tom provocativo de Ferreira, lembrando o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em 2018, e acusou o deputado de usar o cristianismo para alimentar conflitos. Ferreira rebateu chamando Nunes de "canalha". Outros, como o jornalista Eduardo Bueno, foram alvos de denúncias à Embaixada dos EUA por zombarem da morte de Kirk. Até o ministro da Justiça Flávio Dino (PCdoB) foi mencionado em críticas de Ferreira, que o acusou de incentivar extremismo.Especialistas alertam para os riscos.
A importação de narrativas americanas, como as dos Groypers, contamina o ecossistema digital brasileiro, ampliando fraturas sociais e potencializando violência. A Palver, ferramenta de monitoramento, destacou que esses discursos não se limitam a nichos: eles se espalham para grupos maiores, misturando política com ódio. No X, postagens sobre o tema geraram milhares de interações, com defensores de Ferreira negando ligações com neonazistas e acusando a mídia de sensacionalismo, enquanto críticos, como o deputado Jorge Solla (PT-BA), questionam: "Diga-me com quem andas, que te direi quem és".
O atentado a Kirk, investigado como um ato isolado sem motivações políticas claras — já que o pai do suspeito, Matt Robinson, é vice-xerife republicano —, serve como espelho para tensões globais. No Brasil, ele reforça a urgência de debater o papel das redes sociais na propagação de extremismo, especialmente em um ano de eleições municipais e com o julgamento de Bolsonaro em curso.
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