MPF investiga XP Investimentos por supostas irregularidades em operações Collar UI
Inquérito aberto pelo Ministério Público Federal busca esclarecer práticas da corretora em estratégia de investimento; detalhes ainda são escassos, mas caso gera atenção no mercado financeiro
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou, em junho de 2025, um inquérito para apurar supostas irregularidades cometidas pela XP Investimentos em operações conhecidas como “Collar com ativo UI”. A investigação, conduzida pelo procurador da República Claudio Gheventer, tem gerado debates no mercado financeiro e entre investidores, especialmente pela falta de detalhes iniciais sobre as práticas questionadas. O caso, que ganhou destaque em redes sociais e na imprensa especializada, levanta questões sobre transparência e regulação no setor de investimentos no Brasil.
O que é a estratégia Collar UI?
A estratégia Collar, conforme descrito no documento do MPF, é uma técnica de investimento que utiliza opções para proteger uma posição em ações ou outros ativos, ao mesmo tempo em que busca lucrar com a valorização desses ativos. Na prática, envolve a compra de opções de venda (puts) para limitar perdas em caso de queda do preço do ativo e a venda de opções de compra (calls) para financiar parte do custo dessa proteção, com ambas as opções tendo a mesma data de vencimento. O termo “UI” ainda não foi esclarecido publicamente pelo MPF, mas especula-se no mercado que possa se referir a um ativo específico ou a uma variação da estratégia.
De acordo com especialistas consultados por veículos como InfoMoney e Valor Econômico, o Collar é amplamente utilizado por investidores institucionais e de alta renda, mas sua complexidade exige transparência na comunicação com os clientes, especialmente no varejo. A estratégia, embora legítima, pode envolver riscos elevados se não for adequadamente explicada ou gerenciada, o que pode estar no centro das investigações do MPF.
A investigação do MPF
O inquérito, conforme anunciado pelo MPF, foi motivado pela “necessidade de prosseguimento das diligências” para apurar possíveis irregularidades nas operações realizadas pela XP. No entanto, o texto que institui a apuração, assinado pelo procurador Claudio Gheventer, não especifica quais práticas estão sob escrutínio. Essa ausência de detalhes tem gerado especulações no mercado e críticas de analistas, que cobram maior transparência sobre o escopo da investigação.
Posts encontrados em redes sociais, como os do usuário @toninhodocall no X, apontam que a investigação pode estar relacionada a operações de derivativos vendidas a clientes de varejo, com lucros canalizados para fundos como Gladius e Coliseu, geridos por empresas ligadas à XP. Esses fundos, segundo o mesmo usuário, apresentaram retornos expressivos, como 2.500% em cinco anos no caso do Gladius, o que teria levantado suspeitas sobre a legalidade das operações. No entanto, essas alegações não foram confirmadas oficialmente pelo MPF ou pela XP, e devem ser tratadas como especulações até que novas evidências sejam apresentadas.
Repercussão no mercado e entre investidores
A notícia da investigação, publicada inicialmente por veículos como VEJA e amplificada por usuários no X, como @NewsLiberdade e @Capivaranab3, causou reações mistas. Alguns investidores expressaram preocupação com a segurança de seus recursos na XP, enquanto outros veem a apuração como uma oportunidade para reforçar a regulação no setor. Em sites de defesa do consumidor, como o Reclame Aqui, há registros de queixas de clientes da XP relacionadas a operações complexas, incluindo derivativos, embora não seja possível vincular diretamente essas reclamações ao caso do Collar UI.
A XP Investimentos, uma das maiores corretoras do Brasil, ainda não emitiu um comunicado oficial detalhado sobre o inquérito, mas fontes do mercado indicam que a empresa está colaborando com as autoridades. Em casos anteriores, como a investigação contra o economista Paulo Guedes em 2018 por supostas fraudes em fundos de pensão, a XP e seus executivos negaram irregularidades, destacando a conformidade de suas operações com as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Contexto regulatório e desafios do setor
O caso da XP ocorre em um momento de crescente escrutínio sobre o mercado financeiro brasileiro. A CVM e o Banco Central têm intensificado a fiscalização de corretoras e gestoras, especialmente após escândalos envolvendo fundos de investimento e operações de alto risco. A Operação Greenfield, por exemplo, deflagrada em 2016, investigou irregularidades em fundos de pensão de estatais, como Previ, Petros e Funcef, e serviu de precedente para apurações como a atual.
Além disso, o aumento da participação de investidores de varejo no mercado, impulsionado por plataformas como a XP, tem levantado debates sobre a adequação de produtos financeiros complexos para esse público. A estratégia Collar, por sua natureza técnica, exige que as corretoras garantam que os clientes compreendam os riscos envolvidos, sob pena de violarem normas de suitability (adequação do investimento ao perfil do cliente).
O que esperar do inquérito?
Por enquanto, o inquérito do MPF está em fase inicial, e novas diligências devem ser conduzidas para esclarecer as supostas irregularidades. O procurador Claudio Gheventer, que já atuou em casos de relevância no MPF, terá a tarefa de reunir evidências que justifiquem ou arquivem a investigação. A XP, por sua vez, pode enfrentar desafios reputacionais, especialmente se forem confirmadas práticas que prejudiquem investidores.
Analistas ouvidos pelo Painel Político destacam que, independentemente do desfecho, o caso reforça a importância de maior educação financeira e regulação no setor. “O mercado brasileiro está amadurecendo, mas ainda há lacunas na proteção do investidor de varejo. Casos como esse mostram a necessidade de transparência e responsabilidade”, afirmou um especialista que preferiu não se identificar.
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