MP do Rio entra com ação para suspender show de Leonardo em Teresópolis por R$ 800 mil em meio a crise financeira
Prefeitura da Região Serrana justifica evento como tradição local, mas Ministério Público questiona prioridades em dívidas bilionárias e atrasos no SUS
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) ajuizou uma ação civil pública com pedido de liminar contra o município de Teresópolis, na região serrana do Rio, para impedir a realização do show do cantor sertanejo Leonardo, agendado para 21 de setembro de 2025, durante a Feira de Exposição do Produtor Rural (Feport 2025).
O cachê do artista, estimado em R$ 800 mil, seria pago com recursos públicos, o que, segundo o órgão, contraria o recente decreto de calamidade financeira da cidade, que acumula dívidas de cerca de R$ 700 milhões, além de atrasos em salários de servidores e repasses a hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A ação, protocolada na última semana, destaca a incoerência de gastos com entretenimento em um contexto de crise fiscal grave. Na petição, o MP-RJ argumenta que o município enfrenta "dívidas de aproximadamente R$ 700 milhões", com impactos diretos na prestação de serviços essenciais.
Especificamente, o órgão menciona atrasos em verbas rescisórias de funcionários demitidos e no pagamento de convênios com unidades de saúde, o que compromete o atendimento à população. “A suspensão imediata do evento ou do show já contratado, bem como a proibição de qualquer pagamento com recursos públicos para a realização da festa”, requer o Ministério Público na inicial, solicitando ainda que a prefeitura informe, em até 24 horas, todos os demais custos envolvidos na Feport 2025, com justificativas técnicas e financeiras.
Teresópolis, conhecida como "Cidade Imperial" e com cerca de 180 mil habitantes, vive um momento delicado financeiramente. O decreto de calamidade financeira foi assinado recentemente pelo prefeito Leonardo Vasconcellos (União Brasil), visando facilitar contratações emergenciais e renegociações de dívidas. No entanto, a contratação do show de Leonardo – um dos maiores nomes do sertanejo brasileiro – ocorreu logo após essa medida, gerando questionamentos sobre a alocação de verbas.
O evento faz parte da programação da Feport, uma feira agropecuária tradicional na região, que atrai produtores rurais, expositores e visitantes, promovendo o setor econômico local.
Em resposta à ação, a assessoria da Prefeitura de Teresópolis emitiu uma nota oficial negando a existência de um estado de calamidade financeira em vigor no momento da contratação. Segundo o comunicado, o decreto foi uma medida pontual para lidar com obrigações passadas, e o evento conta com parcerias e recursos adicionais além do aporte municipal.
O prefeito Leonardo Vasconcellos reforçou essa posição em entrevista ao jornal local Diário de Teresópolis, afirmando que “o evento é realizado com aporte de recursos do município, mas que também conta com outros recursos”. Ele defendeu o cachê como compatível com o mercado para atrações de grande porte e destacou a importância cultural e econômica da feira para a geração de empregos temporários e fomento ao agronegócio serrano.
A equipe do cantor Leonardo não se manifestou até o momento sobre o caso.Nas redes sociais, o tema ganhou repercussão imediata. No X (antigo Twitter), postagens do perfil oficial do MP-RJ (@MP_RJ) anunciaram a ação, com mais de 296 visualizações em poucas horas, enfatizando a necessidade de priorizar serviços públicos.
Usuários como a colunista Berenice Seara (@BereniceSeara) compartilharam a notícia, questionando o uso de verbas em meio à crise, enquanto perfis de notícias como@raycadin e @Gfatosbr destacaram o "gasto desproporcional" e a polêmica envolvendo o prefeito homônimo do cantor.
Em buscas no X, termos como "show Leonardo Teresópolis" acumularam dezenas de menções desde 13 de setembro, com debates sobre responsabilidade fiscal e o papel de eventos culturais em municípios endividados.
Não é a primeira vez que contratações de shows de artistas renomados geram controvérsias judiciais. Em maio de 2025, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso anulou um contrato de R$ 750 mil para uma apresentação de Leonardo em Gaúcha do Norte (MT), determinando a devolução de R$ 300 mil aos cofres públicos após o evento ocorrer por liminar. Casos semelhantes em outras localidades reforçam o escrutínio do Ministério Público sobre despesas com cultura em tempos de austeridade.
A Justiça do Rio de Janeiro ainda não se manifestou sobre o pedido de liminar, e o caso tramita na Vara Cível de Teresópolis. Especialistas em direito público consultados por veículos como O Globo e UOL apontam que decisões como essa visam coibir o "populismo fiscal", priorizando investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
Para o público de Teresópolis, o impasse divide opiniões: de um lado, defensores da tradição da feira como motor econômico; do outro, críticas à falta de transparência em meio a problemas cotidianos como o atraso no SUS.
O que você acha dessa controvérsia? O show deve prosseguir ou os recursos públicos precisam ser redirecionados para emergências? Comente abaixo e compartilhe este artigo para debatermos o uso responsável do dinheiro do contribuinte!
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