Morte de Juliana Marins: o trágico desfecho da turista brasileira na Indonésia
Após quatro dias de buscas intensas, jovem brasileira é encontrada sem vida em trilha na Indonésia
A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta na terça-feira, 24 de junho de 2025, após um acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia, localizado na ilha de Lombok, a cerca de 1.200 km de Jacarta. A jovem, natural de Niterói (RJ), caiu de um penhasco na noite de sexta-feira, 20 de junho, enquanto realizava um mochilão pela Ásia. As buscas, conduzidas pela Agência Nacional de Busca e Salvamento da Indonésia (Basarnas), enfrentaram desafios extremos devido ao terreno íngreme, condições climáticas adversas e baixa visibilidade, culminando no trágico desfecho após quatro dias de esforços.
Juliana, formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e dançarina de pole dance, estava em uma viagem de aventura que já incluíra passagens por Filipinas, Vietnã e Tailândia. A trilha no Monte Rinjani, conhecido por sua beleza natural e desafios, era parte de um passeio de três dias organizado por uma agência de turismo local. Segundo relatos, a jovem se queixou de cansaço durante o segundo dia de caminhada e foi deixada para trás pelo guia, identificado como Ali Musthofa, que continuou com o grupo rumo ao cume. Ao retornar, o guia não encontrou mais Juliana, que escorregou e caiu cerca de 300 metros em uma área de difícil acesso.
Cronologia do acidente
O acidente ocorreu por volta das 19h de sexta-feira, 20 de junho (horário de Brasília), na madrugada de sábado no horário local. Juliana foi vista pela última vez no sábado, 21 de junho, às 17h10, em imagens captadas por um drone de turistas, sentada em uma encosta rochosa. No domingo, 22 de junho, o Itamaraty emitiu um comunicado informando que a Embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou autoridades locais em alto nível, incluindo contatos diretos do embaixador com a Agência de Busca e Salvamento e a Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia. Dois funcionários da embaixada foram enviados ao local para acompanhar as operações.
Na segunda-feira, 23 de junho, as buscas foram retomadas às 6h (horário local), mas enfrentaram interrupções devido à neblina densa e chuvas, que tornavam o terreno escorregadio e perigoso. Equipes de resgate desceram 400 metros, mas estimaram que Juliana estava a cerca de 650 metros de profundidade, em uma encosta rochosa. A família da jovem, por meio do perfil no Instagram @resgatejulianamarins, informou que dois helicópteros, posicionados em Sumbawa e Jacarta, estavam de prontidão, mas as condições climáticas impediram seu uso. Um plano alternativo, envolvendo uma furadeira para auxiliar na escalada, foi cogitado como "plano B".
Na terça-feira, 24 de junho, por volta das 6h (horário de Brasília), o Parque Nacional do Monte Rinjani anunciou o fechamento do trecho da trilha onde ocorriam as buscas, para evitar a presença de turistas curiosos. Horas depois, o falecimento de Juliana foi confirmada pela família no Instagram e pelo governo brasileiro, que expressou condolências.
Críticas e desafios do resgate
A família de Juliana criticou publicamente a lentidão e a falta de planejamento nas operações de resgate, apontando falhas de comunicação entre as autoridades indonésias e brasileiras. Informações iniciais de que a jovem havia recebido água e comida foram desmentidas pela irmã, Mariana Marins, que também classificou vídeos divulgados como "forjados". A família destacou a negligência do parque, que continuou aberto ao turismo durante as buscas, e a demora na mobilização de recursos, como helicópteros adequados.
O Monte Rinjani, com 3.726 metros de altitude, é conhecido por sua geografia acidentada e condições climáticas imprevisíveis, como neblina e chuvas intensas, que dificultaram o trabalho das equipes. O uso de helicópteros foi inviabilizado por ventos fortes e baixa visibilidade, e as cordas disponíveis não eram longas o suficiente para alcançar a jovem, que escorregou ainda mais devido à umidade.
Repercussão e condolências
O caso gerou comoção nas redes sociais, com amigos e familiares cobrando maior agilidade do governo brasileiro e indonésio. O prefeito de Niterói, Axel Grael, ofereceu apoio logístico e psicológico à família, enquanto parlamentares do Rio de Janeiro pressionaram por maior cooperação internacional.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, lamentou profundamente o ocorrido, destacando os esforços da Embaixada do Brasil em Jacarta, que acompanhou as buscas desde o início. O Ministério das Relações Exteriores reforçou que as condições adversas do terreno e do clima foram os principais obstáculos.
Histórico de acidentes no Monte Rinjani
O Monte Rinjani tem um histórico de acidentes semelhantes. Em setembro de 2024, um escalador de Jacarta foi resgatado após uma semana, enquanto em outubro do mesmo ano, um alpinista irlandês sofreu ferimentos leves após uma queda. Em maio de 2025, um montanhista da Malásia morreu ao cair de um desfiladeiro. Esses incidentes reforçam os riscos da trilha, conhecida por sua dificuldade e condições extremas.
Um sonho interrompido
Juliana Marins vivia o sonho de explorar a Ásia, compartilhando momentos de sua viagem nas redes sociais. Em um vídeo antes do acidente, ela expressou alegria pela vista do vulcão, segundo uma amiga. A jovem, descrita como aventureira e apaixonada por viagens, deixa um legado de coragem e determinação.
O trágico desfecho do caso de Juliana Marins reforça a importância de medidas de segurança em trilhas de alto risco e de uma resposta rápida e coordenada em situações de emergência. A perda da jovem comoveu o Brasil e a comunidade internacional, reacendendo o debate sobre a segurança em destinos turísticos remotos.
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