Moraes mantém prisão de general acusado de planejar assassinato de Lula e autoridades
Plano "Punhal Verde Amarelo" previa execução do presidente, vice e ministro do STF como parte de tentativa de golpe de Estado
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve nesta segunda-feira (3) a prisão preventiva do general Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro. O militar é acusado de participar de um elaborado plano golpista que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Moraes.
Detalhes da investigação
Segundo investigações da Polícia Federal, o plano, denominado "Punhal Verde Amarelo", foi descoberto durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em novembro de 2024. Documentos apreendidos revelam que o general teria elaborado e impresso o plano dentro do próprio Palácio do Planalto, prevendo o uso de metralhadoras e explosivos para a execução das autoridades.
Tentativas de libertação
A defesa do general Mario Fernandes tentou, em diferentes ocasiões, conseguir a revogação da prisão preventiva:
Em 17 de dezembro, apresentou petição solicitando a revogação da prisão preventiva
Em 26 de dezembro, teve o primeiro pedido negado por Moraes
Em 31 de dezembro, entrou com agravo regimental contra a decisão
Os advogados argumentaram que "o decreto de prisão não apresenta dado empírico idôneo, pois não se escora em fato novo e concreto". No entanto, todas as tentativas foram rejeitadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que manteve a decisão original.
Contexto do caso
O plano golpista, de acordo com as investigações, foi arquitetado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. A operação que revelou o esquema contou com ações em três estados e no Distrito Federal, tendo como alvo principalmente militares das Forças Especiais.
Mario Fernandes integra um grupo de militares de alta patente investigados no âmbito da tentativa de golpe de Estado. As investigações apontam que o general não apenas participou do planejamento, mas teve papel central na organização da chamada operação "Punhal Verde Amarelo", que previa ações violentas contra as principais autoridades da República.
Implicações legais
O caso representa um dos episódios mais graves de tentativa de ruptura institucional na história recente do Brasil, com militares de alta patente sendo acusados de planejar o assassinato das principais autoridades do país. A manutenção da prisão preventiva pelo STF indica a gravidade das acusações e a existência de elementos concretos que justificam a medida cautelar.
O general permanece detido em Brasília, onde aguarda o desenvolvimento das investigações e possível denúncia formal pelo Ministério Público Federal. O caso continua sob sigilo parcial, com novas evidências sendo analisadas pela Polícia Federal.