Milei enfrenta denúncias de corrupção e alega 'perseguição política'; pesquisa aponta que popularidade despencou
Áudios vazados apontam supostas coimas envolvendo assessor presidencial e laboratórios; governo fala em "operação política". O que você acha disso?
Um novo escândalo sacode os bastidores do governo argentino, envolvendo a Agência Nacional de Discapacidad (ANDIS) e figuras próximas ao presidente Javier Milei. Áudios vazados do ex-titular da ANDIS, Diego Spagnuolo, mencionam supostos esquemas de corrupção, incluindo a exigência de aportes financeiros de laboratórios farmacêuticos para garantir contratos com o Estado. Entre os nomes citados estão Eduardo “Lule” Menem, assessor presidencial, e Karina Milei, secretária geral da Presidência e irmã do presidente.
Após dias de silêncio, o governo parece ter encontrado uma estratégia para lidar com a crise: classificar as denúncias como uma "operação política" orquestrada pelo kirchnerismo, especialmente às vésperas das eleições na província de Buenos Aires, marcadas para 7 de setembro.
Reações oficiais: "Uma operação monumental"
Eduardo “Lule” Menem, em um comunicado publicado em sua conta no X (antigo Twitter), foi categórico ao negar qualquer envolvimento nas contratações da ANDIS. Ele classificou as acusações como uma tentativa de manchar a imagem do governo. Nas palavras do assessor: “Jamás tuve intervención de ningún tipo en las contrataciones del Andis. Ni de manera formal ni de manera informal.”
Lule também destacou que não teve conhecimento de atos ilícitos na agência ou em outros órgãos do Estado e que nunca discutiu contratos ou prestações com Karina Milei ou com o presidente Javier Milei. Ele finalizou seu comunicado sugerindo que o timing das denúncias, a duas semanas das eleições em Buenos Aires, não é coincidência, acusando o kirchnerismo de práticas eleitorais sujas: “No es casualidad que este tipo de maniobras aparezcan justo dos semanas antes de las elecciones de la provincia de Buenos Aires, último reducto del kirchnerismo.”
Por sua vez, Martín Menem, primo de Lule e presidente da Câmara de Deputados, defendeu ambos em uma entrevista ao canal A24. Ele afirmou categoricamente: “Pongo las manos en el fuego por Karina Milei y por Lule Menem.” Martín também questionou a autenticidade dos áudios de Spagnuolo, embora tenha admitido não poder confirmá-la, e insistiu que o conteúdo é “absolutamente falso”. Sobre o ex-titular da ANDIS, Martín informou que Spagnuolo foi “separado preventivamente” do cargo e que terá de prestar contas à Justiça.
Martín ainda minimizou as frequentes visitas de Spagnuolo ao presidente Milei, justificando que o ex-funcionário ia à residência presidencial até aos domingos para ouvir música clássica, e defendeu a integridade de Milei: “Si le decís algo a Milei te agarra del cogote, es el tipo más transparente en la historia de la humanidad.”
Contexto do escândalo e investigação
Os áudios vazados de Diego Spagnuolo teriam sido gravados durante conversas com terceiros e apontam para um esquema no qual laboratórios farmacêuticos eram pressionados a fazer pagamentos para garantir contratos com a ANDIS, uma agência responsável por políticas de inclusão para pessoas com deficiência. A Justiça argentina já avançou na investigação, com a apreensão de telefones de Spagnuolo e de diretores da drogueria Suizo Argentina, uma das empresas supostamente envolvidas.
Embora os áudios ainda não tenham sua autenticidade oficialmente confirmada, o impacto político é inegável. O governo Milei, que chegou ao poder com um discurso de combate à corrupção e renovação política, enfrenta agora um teste de credibilidade. A proximidade das eleições em Buenos Aires, um reduto histórico do kirchnerismo, adiciona uma camada extra de tensão ao caso.
De acordo com informações apuradas pelo jornal argentino Página|12, o governo optou por uma estratégia de contenção de danos, evitando responder diretamente às acusações de coimas e focando na narrativa de uma “operação política”. Essa linha foi reforçada pelo porta-voz presidencial Manuel Adorni, que compartilhou o comunicado de Lule Menem em suas redes sociais, assim como outros membros do gabinete.
Repercussão nas redes sociais e na mídia
Nas redes sociais, o caso gerou intensa polarização. Usuários alinhados ao governo Milei ecoam a narrativa de “operação política”, enquanto opositores, incluindo figuras ligadas ao kirchnerismo, exigem investigações mais aprofundadas. No X, hashtags como #CorrupciónANDIS e #MileiCorrupto ganharam tração, refletindo o debate acalorado.
Jornais como Clarín e La Nación também cobriram o escândalo, destacando a gravidade das acusações e a resposta defensiva do governo. Segundo o Clarín, a Justiça argentina está analisando os registros telefônicos apreendidos para determinar se há evidências concretas que sustentem as denúncias de Spagnuolo. Já a La Nación aponta que a saída de Spagnuolo da ANDIS, embora classificada como “preventiva”, pode ser um indicativo de que o governo busca se distanciar do ex-funcionário enquanto as investigações avançam.
Implicações políticas
O escândalo na ANDIS ocorre em um momento delicado para o governo de Javier Milei, que enfrenta desafios econômicos e políticos em meio a uma agenda de reformas controversas. A província de Buenos Aires, onde as eleições de 7 de setembro serão realizadas, é um campo de batalha crucial para o futuro político do país. Uma vitória do kirchnerismo poderia fortalecer a oposição, enquanto um bom desempenho de candidatos alinhados a Milei consolidaria sua base.
Além disso, a menção a Karina Milei, uma figura central no governo e irmã do presidente, aumenta a sensibilidade do caso. Embora ela não tenha se pronunciado publicamente até o momento, sua ligação familiar com Javier Milei coloca o presidente em uma posição desconfortável, mesmo que Lule Menem tenha negado qualquer conversa com ela sobre os contratos da ANDIS.
Imagem negativa de Javier Milei atinge novo pico
De acordo com um estudo realizado pela consultora Ad Hoc, a imagem negativa do presidente argentino Javier Milei registrou um aumento significativo em meio ao escândalo de corrupção envolvendo coimas na compra de medicamentos. No dia 21 de agosto, a negatividade digital sobre Milei alcançou um pico de 59%, um valor 7 pontos percentuais acima da média mensal do mesmo mês. Esse crescimento reflete a insatisfação crescente entre os argentinos, impactada diretamente pelas denúncias que culminaram no deslocamento de Diego Spagnuolo, ex-titular da Agência Nacional de Discapacidad (ANDIS).
Repercussão do caso Spagnuolo na popularidade
A análise da consultora destaca que, em apenas 72 horas, o caso Spagnuolo gerou um volume de menções digitais superior ao discurso de Milei em Davos no início do ano, totalizando 243 mil menções. Termos como "Karina" e "Spagnuolo" tornaram-se os mais associados ao nome do presidente, figurando no top 5 semanal de buscas relacionadas. Esse impacto sugere que a crise atual pode ter efeitos duradouros na percepção pública de Milei, com a negatividade já afetando 59% dos argentinos, conforme apontado pelo estudo.
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