Mercado Livre altera política de fretes para enfrentar concorrência da Shopee e TikTok Shop
Em meio à crescente competição no e-commerce brasileiro, gigante do varejo online oferecerá descontos de até 40% nos custos de frete para vendedores, revela análise do Itaú BBA
O Mercado Livre implementou uma significativa mudança em sua estrutura de custos de frete no Brasil, uma estratégia que visa fortalecer sua posição diante da crescente concorrência da Shopee e do recém-chegado TikTok Shop. A informação foi revelada em relatório do Itaú BBA aos seus clientes, assinado pelo analista Rodrigo Gastim.
A nova política estabelece um sistema de taxa variável que pode resultar em descontos de até 40% nos custos de frete para os vendedores. Os benefícios serão calculados com base em três critérios principais: a reputação do vendedor na plataforma, o valor do produto comercializado e seu peso. A medida busca especialmente reduzir a diferença nos custos de envio tanto para produtos abaixo quanto acima do limite de frete grátis, atualmente fixado em R$ 79.
De acordo com a análise do Itaú BBA, a Shopee tem se mostrado como o "concorrente mais disruptivo" no mercado brasileiro, com uma estratégia deliberada de expandir sua atuação em faixas de preço mais elevadas. A mudança implementada pelo Mercado Livre é interpretada como uma resposta direta a esse movimento.
Impacto financeiro
O relatório projeta que a nova política de fretes poderá resultar em um impacto negativo de aproximadamente 3% na receita líquida anualizada de 2025. No entanto, Gastim pondera que esse efeito pode ser compensado pelo potencial aumento no GMV (Valor Bruto de Mercadorias), impulsionado pela redução de custos para os vendedores.
Um fator positivo destacado na análise é o forte desempenho do Mercado Livre na Argentina, onde a empresa mantém uma posição dominante com altas margens de contribuição. Esse cenário pode ajudar a equilibrar eventuais pressões sobre as margens no Brasil e no México.
Perspectivas
O Itaú BBA mantém uma visão otimista sobre o futuro da empresa, reiterando sua recomendação de "outperform" para as ações, com preço-alvo de US$ 3.133, representando um potencial de valorização de 20% em relação à cotação atual.
Vale ressaltar que a empresa passará por uma importante transição em sua liderança, com o cofundador Ariel Szarfsztejn assumindo o cargo de CEO a partir de janeiro de 2026, substituindo Marcos Galperin, que se tornará chairman após 26 anos no comando da companhia.
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