Marcos Rogério: liderança conservadora sob pressão na disputa por 2026
Senador de Rondônia consolida trajetória na direita com atuação marcante, mas enfrenta tentativas de descredibilização junto ao eleitorado conservador
O senador Marcos Rogério (PL-RO) tem se destacado como uma das principais lideranças da direita brasileira, com uma trajetória política marcada por consistência ideológica e forte alinhamento com valores conservadores. Desde seus primeiros passos na política, passando pela Câmara dos Deputados e agora no Senado Federal, Rogério mantém uma postura firme em defesa de pautas cristãs, segurança pública e liberalismo econômico. Contudo, à medida que se posiciona como favorito nas pesquisas para o governo de Rondônia em 2026, movimentos para descredibilizar sua imagem junto ao eleitorado da direita, especialmente bolsonarista, começam a emergir, questionando sua lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e sua atuação em momentos-chave.
Raízes e consistência ideológica
Nascido em Ji-Paraná, Rondônia, Marcos Rogério da Silva Brito construiu uma carreira sólida antes de entrar na política. Formado em Direito, mestre em Administração Pública e doutorando em Direito Constitucional, ele também atuou como jornalista e radialista por mais de 12 anos, o que aprimorou sua habilidade de comunicação e articulação. Membro da Assembleia de Deus, sua ligação com o segmento evangélico moldou sua base eleitoral e reforçou sua identificação com valores cristãos.
Embora tenha iniciado sua trajetória no PDT (2007-2016), um partido de centro-esquerda, sua atuação sempre esteve alinhada ao conservadorismo. Como vereador em Ji-Paraná (2009) e deputado federal (2011-2018), Rogério defendeu pautas como o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016 e a reforma trabalhista de 2017, demonstrando inclinação por políticas econômicas liberais e valores tradicionais. Sua passagem pelo PDT é vista como uma escolha pragmática, influenciada pelo contexto político regional, e não como uma adesão genuína às bandeiras trabalhistas.
Na Câmara, integrou a bancada evangélica e foi relator no Conselho de Ética no processo de cassação de Eduardo Cunha em 2016, destacando-se por sua postura moralista. Sua consistência ideológica é evidenciada por sua base eleitoral em Rondônia, composta majoritariamente por eleitores conservadores e evangélicos, que o elegeu senador em 2018 com 324.939 votos (24,06% dos votos válidos).
Atuação no Senado: liderança e protagonismo
No Senado, desde 2019, Marcos Rogério consolidou sua posição como uma liderança da direita, especialmente após se filiar ao PL e se aproximar de Jair Bolsonaro. Sua atuação reflete prioridades claras:
Licenciamento Ambiental: Como relator do novo marco legal do licenciamento ambiental na Câmara dos Deputados (PL 2.159/2021), Rogério busca equilibrar proteção ambiental e desenvolvimento econômico. Em 2025, ele defendeu a desburocratização para “destravar o Brasil com responsabilidade”, uma pauta que ressoa com o setor produtivo, especialmente o agronegócio rondoniense.
Segurança Pública e Propriedade: Em 2023, elogiou a atuação da Polícia Militar de Rondônia contra invasões de terras, propondo um projeto de lei que classifica tais atos como “terrorismo social”. Essa iniciativa reforça sua defesa do direito à propriedade, crucial em um estado onde o agronegócio é pilar econômico.
Valores Cristãos: Rogério protocolou, em 2019, um projeto de decreto legislativo (PDL 465/2019) para derrubar a decisão do STF que criminalizou a homofobia, argumentando que o Judiciário invadiu prerrogativas do Legislativo. Ele também propôs o PL 5.167/2019, que permite a religiosos recusarem celebrar casamentos de pessoas do mesmo sexo, alinhado à sua defesa da liberdade religiosa.
Educação e Ideologia: Como defensor do Escola Sem Partido, Rogério opõe-se à “ideologia de gênero” nas escolas e apoia pautas como a redução da maioridade penal e a proteção do nascituro, reforçando sua identificação com a bancada evangélica.
Emendas Parlamentares: Rogério destinou mais de R$ 938 milhões em emendas para os 52 municípios de Rondônia, focando em infraestrutura, saúde, educação e setor rural, como a construção de terminais aeroportuários.
Sua atuação em comissões e CPIs também o projetou nacionalmente. Na CPI da Pandemia (2021), foi um dos principais defensores do governo Bolsonaro, questionando a gestão de estados e municípios e enfrentando críticas por posições como a defesa da cloroquina. Na CPMI do 8 de Janeiro (2023), integrou a oposição, buscando esclarecer responsabilidades pelos atos, o que reforçou sua imagem de parlamentar combativo.
Eleições de 2022: força e revés
Em 2022, Rogério concorreu ao governo de Rondônia, enfrentando o governador Marcos Rocha (União Brasil), também bolsonarista. Ambos disputaram o apoio de Jair Bolsonaro, mas o ex-presidente optou por neutralidade no primeiro turno. Pesquisas, como a do RealTime Big Data (outubro de 2022), apontaram empate técnico no segundo turno, com Rogério oscilando entre 49% e 51% dos votos válidos. Apesar do desempenho competitivo, com 47,53% dos votos válidos (402.553 votos), ele foi derrotado por Rocha, que obteve 52,47%. Após a eleição, Rogério agradeceu aos rondonienses, destacando sua campanha como uma oportunidade para conhecer melhor as demandas do estado.
Perspectivas para 2026 e liderança nas pesquisas
Para 2026, Marcos Rogério surge como favorito em Rondônia. Segundo pesquisa da Paraná Pesquisas (abril de 2025), ele lidera a corrida para o governo com 27,1% das intenções de voto, à frente de Ivo Cassol (26,2%) e Adailton Fúria (18%). Na disputa pelo Senado, tem 43,8%, superando Marcos Rocha (35,4%) e Confúcio Moura (15,2%). Sua forte posição reflete sua base eleitoral consolidada e sua projeção nacional como liderança bolsonarista.
Movimentos de descredibilização
Apesar de sua liderança nas pesquisas, há indícios de um movimento para descredibilizar Marcos Rogério junto ao eleitorado da direita, especialmente o bolsonarista, devido à sua proeminência para 2026. Esses esforços têm raízes na polarização dentro do campo conservador em Rondônia, onde diferentes lideranças disputam o apoio do eleitorado alinhado a Bolsonaro.
Concorrência com Marcos Rocha: Durante as eleições de 2022, a rivalidade com o governador Marcos Rocha, também bolsonarista, gerou tensões. Rogério chegou a entrar na Justiça para proibir o uso da imagem de Bolsonaro na campanha de Rocha, alegando que o governador não tinha aval do ex-presidente. Essa disputa expôs divisões na direita rondoniense, com setores tentando pintar Rogério como menos fiel ao bolsonarismo, apesar de sua atuação como líder do governo Bolsonaro no Senado.
Narrativa de “radicalização”: Artigos como o da Mídia NINJA (2022) sugerem que a ascensão de Rogério reflete uma “radicalização à direita” em Rondônia, associando-o a um bolsonarismo extremo para desgastar sua imagem junto a eleitores conservadores mais moderados. Essa narrativa busca questionar sua consistência, ignorando que suas pautas conservadoras são consistentes desde o início de sua carreira.
Fragmentação do bolsonarismo: A possível ausência de Bolsonaro na disputa eleitoral de 2026, devido a investigações sobre os atos de 8 de janeiro e sua inelegibilidade até 2030, pode intensificar a fragmentação da direita em Rondônia. Lideranças locais, como Marcos Rocha e outros bolsonaristas, podem tentar minar a influência de Rogério, sugerindo que ele não representa plenamente o legado de Bolsonaro. Por exemplo, a reeleição de Rocha em 2022 com um tom mais moderado foi interpretada como um sinal de que o eleitorado conservador pode estar menos alinhado a discursos radicais, o que poderia ser explorado para questionar a liderança de Rogério.
Críticas na CPI da Pandemia: Durante a CPI, setores da oposição e até alguns conservadores criticaram Rogério por sua defesa do governo Bolsonaro, especialmente em relação à cloroquina. Essas críticas, amplificadas por adversários, são usadas para sugerir que ele adotou posições extremistas, o que poderia alienar parte do eleitorado da direita que busca pragmatismo.
Esses movimentos de descredibilização, porém, enfrentam barreiras devido à sólida base de Rogério entre os evangélicos e eleitores conservadores, bem como sua atuação legislativa consistente. Sua liderança nas pesquisas indica que tais esforços não têm logrado êxito significativo até o momento.
Marcos Rogério consolidou-se como uma liderança da direita brasileira, com uma trajetória marcada pela defesa de valores cristãos, segurança pública, direito à propriedade e liberalismo econômico. No Senado, sua atuação em projetos como o marco do licenciamento ambiental e a tipificação de invasões de terra como terrorismo, além de sua combatividade em CPIs, reforça sua relevância nacional.
Em Rondônia, seus investimentos em emendas parlamentares fortalecem sua conexão com o eleitorado local. Apesar de liderar as pesquisas para 2026, enfrenta tentativas de descredibilização, alimentadas por rivalidades com outros bolsonaristas, como Marcos Rocha, e narrativas que questionam sua fidelidade ao legado de Bolsonaro. Contudo, sua consistência ideológica e apoio entre evangélicos e conservadores sugerem que ele permanece como uma força política resiliente, capaz de manter sua influência no cenário rondoniense e nacional.
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