Marcos Rocha exonera vice-governador Sérgio Gonçalves da Sedec em meio a crise política
Desentendimentos e viagem a Israel motivaram decisão que abala base aliada em Rondônia
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), anunciou na segunda-feira (7) a exoneração do vice-governador Sérgio Gonçalves do cargo de secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec). A decisão, publicada em edição suplementar do Diário Oficial do Estado, foi formalizada após uma entrevista ao programa “Alerta RO”, da Rema TV, onde Rocha revelou desentendimentos políticos com o vice e acusou articulações para que perdesse o mandato durante sua ausência em missão oficial no Oriente Médio. A exoneração marca um rompimento significativo na relação entre os dois líderes, que compartilhavam a chapa vitoriosa nas eleições de 2018 e 2022, e expõe tensões na base aliada do governo.
Durante a entrevista, Marcos Rocha relatou que, enquanto enfrentava dificuldades para retornar de Israel devido ao início do conflito armado com o Irã, aliados de Sérgio Gonçalves teriam buscado parlamentares estaduais para impedir a prorrogação de sua licença como governador. Caso bem-sucedida, a manobra poderia levar à vacância do cargo, permitindo que o vice assumisse o governo. “O cargo ficaria vago e o vice-governador assumiria. E isso é triste, quando a gente vê que é alguém que eu ajudei”, desabafou Rocha, comparando a situação à traição sofrida por Jesus Cristo.
A viagem de Rocha a Israel, realizada no início de 2025, tinha como objetivo fortalecer parcerias comerciais e atrair investimentos para Rondônia. No entanto, o governador destacou que, em vez de apoio, enfrentou movimentações políticas internas que minaram a confiança em seu vice. Ele também fez referência indireta ao Partido Liberal (PL), liderado no estado pelo senador Marcos Rogério, sugerindo que Gonçalves teria se aproximado de adversários políticos derrotados por Rocha nas eleições de 2022.
A assessoria de imprensa de Sérgio Gonçalves informou que o vice-governador optou por não se pronunciar no momento, mas que deverá se manifestar em breve. Apesar da exoneração, Gonçalves permanecerá no cargo de vice-governador, mantendo uma estrutura reduzida de gabinete no Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual. A decisão de mantê-lo na função institucional, porém, não ameniza o impacto político do afastamento, que já repercute entre deputados, lideranças partidárias e a população rondoniense.
Para substituir Gonçalves na Sedec, Marcos Rocha nomeou Lauro Fernandes da Silva Junior, que até então ocupava o cargo de diretor técnico-operacional da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd). A escolha de Lauro Fernandes, um técnico com experiência na administração pública, sinaliza a intenção do governador de manter a pasta sob controle de aliados de confiança, enquanto busca estabilizar a gestão em meio à crise política.
Contexto político e reações
A exoneração de Sérgio Gonçalves ocorre em um momento delicado para o governo de Marcos Rocha, que enfrenta desafios econômicos e pressões políticas em Rondônia. A Sedec, responsável por coordenar políticas de desenvolvimento econômico e atrair investimentos, é uma das pastas mais estratégicas do estado, e a saída de Gonçalves pode gerar instabilidade entre os setores produtivos que apoiavam a gestão conjunta da dupla. Nas redes sociais, a notícia gerou intensa repercussão. O perfil @painelpolitico publicou no X: “Em discurso, Marcos Rocha acusa vice-governador de traição”, destacando a gravidade das declarações do governador. Já o usuário @ariquemesonline informou: “Governador Marcos Rocha exonera vice Sérgio Gonçalves do cargo de secretário da Sedec”, enfatizando a nomeação de Lauro Fernandes como substituto.
As postagens refletem o interesse da população em entender as motivações por trás do rompimento e suas possíveis consequências para o cenário político local. Embora o PL não tenha se pronunciado oficialmente, analistas políticos apontam que a aproximação de Gonçalves com o partido pode indicar uma reconfiguração de alianças para as eleições municipais de 2026.
O senador Marcos Rogério, que foi adversário de Rocha em 2022, pode se beneficiar de uma eventual divisão na base governista, fortalecendo sua influência no estado.
Impactos na gestão e no futuro político
A crise entre Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves expõe fragilidades na articulação política do governo e levanta questionamentos sobre a capacidade de Rocha de manter sua base unida até o fim do mandato. A nomeação de Lauro Fernandes para a Sedec, embora vista como uma escolha técnica, não resolve as tensões políticas que emergiram com a exoneração.
Parlamentares da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) já sinalizam que o episódio pode influenciar a tramitação de projetos do governo, especialmente aqueles que dependem de amplo apoio político. Para Sérgio Gonçalves, a exoneração representa um revés em sua trajetória, mas não o retira completamente do cenário político.
Como vice-governador, ele ainda possui visibilidade e pode usar o cargo para se reposicionar, seja articulando novas alianças ou buscando apoio popular para futuros projetos eleitorais.
Sua decisão de permanecer em silêncio por ora sugere uma estratégia cautelosa, possivelmente para evitar escalada no conflito com Rocha.O governador, por sua vez, enfrenta o desafio de recompor sua base enquanto mantém o foco nas prioridades de sua gestão, como a atração de investimentos e o desenvolvimento econômico do estado.
A viagem a Israel, apesar das controvérsias, demonstra o esforço de Rocha em buscar parcerias internacionais, mas o desgaste político interno pode ofuscar os resultados dessas iniciativas.
O governador, por sua vez, enfrenta o desafio de recompor sua base enquanto mantém o foco nas prioridades de sua gestão, como a atração de investimentos e o desenvolvimento econômico do estado. A viagem a Israel, apesar das controvérsias, demonstra o esforço de Rocha em buscar parcerias internacionais, mas o desgaste político interno pode ofuscar os resultados dessas iniciativas.
A exoneração de Sérgio Gonçalves da Sedec é um marco na política rondoniense, evidenciando a fragilidade das alianças formadas durante as eleições. Marcos Rocha, ao tomar a decisão, busca consolidar sua liderança, mas o rompimento com o vice-governador pode ter consequências duradouras para sua gestão e para o futuro político de ambos. Enquanto Lauro Fernandes assume a Sedec com a missão de dar continuidade às políticas de desenvolvimento econômico, o Palácio Rio Madeira permanece como palco de uma disputa que promete novos capítulos.
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